Capítulo 13

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Ambos dispararam pelo meio da rua e entraram no carro. Dulce deu logo o rumo ao motorista mais Ucker ñ ouviu. Nem adiantaria. Seu destino ate aquele momento era dirigido por ela.
A viagem foi longa, dificuldade pemo trânsito.
-É smp assim as sextas-feiras-disse Dulce. -Todos saem cm seus carros para passear ou passar a fim de semana fora. Eu e Poncho muitas vezes viajavamos as sextas.
-Iam de ônibus.
-Poncho ñ andava de ônibus. Íamos de carro, sempre das melhores marcas. Mas ñ eram roubados -comentou Dulce, abaixando a voz. -Ele odiava os puxadores. Comprava e por segurança logo os trocava. Mas, como planejava sumir, depois de vencer o último ñ comprou mais nenhum, para ñ deixar pista.
-Para onde pretendia ir ?
-Exterior Miami, Mônaco, Veneza, sei la. Vivia falando nesses lugares, como se fossem estações de uma estrada para o paraíso.
-Sabia q o Poncho fala inglês?
-Por isso ele foi usado. Precisavam de gente q as vezes entender os estrangeiros. Pode parar, motorista -orde-nou Dulce. -Perto daquela igreja.
O táxi estacionou e Dulce pagou a corrida.
Assim q desceram, Ucker perguntou:
-Aonde vamos?
-Aí.
-Aí onde?
-Na igreja.
-Vc veio tão longe para rezar?
Dulce riu e passou a mão no rosto de Ucker, acariciando-o.
-Esta igreja fica aberta dia a noite -disse ela. -Tem muita gente q vm aq de madrugada. Conheço bm um dos irmãos leigos.
-Ñ imaginava q vc fosse religiosa.
-Ñ sou.
-Ñ é? Então oq vem fazer aq quando devíamos estar procurando Poncho?
Subiram alguns degraus e depararam cm a porta aberta da igreja. Era um templo modesto por fora, de linhas tradicionais, porém no interior notava-se certo requinte. A luz, diáfana, emanando dos círios, e o silêncio redondo da nave criavam uma atmosfera de intimidade e conforto. Os males do mundo ñ penetravam ali.
Dulce sentou-se num dos bancos e Ucker acomodou-se a seu lado. Depois de acostumar a vista àquela macia penumbra, ele notou q ñ estavam sós na igreja. Uma mulher jovem ajoelhara-se diante do altar e mais três pessoas, dois homens, sentavam-se separadamente nos bancos.
-Eu gosto daqui -disse o rapaz - Mas ñ estamos perdendo tempo?
-Vc é católico?
-Ha católicos e protestantes na minha família.
Uma velhinha saiu do confessionário.
-Q pecado cometeu aquela senhora? -murmurou Dulce. -No q teria se excedido ou se omitido?
-Vc ja se confessou alguma vez? -perguntou Ucker.
-Ja, mas ñ para um padre, foi para uma diretora do orfanato. Confessei q tinha roubado uma torta da despensa. Mas antes tive de apanhar. Ñ fui perdoada pois me deixaram um mês sem doces. Poncho dizia q o melhor é smp negar tudo. Mesmo sob tortura.
-Vc smp lembrar do orfanato?
-Só quando estou acordada - respondeu Dulce, tentando sorrir. Ucker começou a ficar impaciente.
-Oq estamos fzd aq, se ñ veio rezar?
-Fique quietinho. Ñ dou ponto sem nó.
-Oq quer dizer isso?
-Acha q eu viria a uma igreja sem motivo? Motivo prático, digo.
-Vc frequenta essa igreja?
-Vim duas vezes cm Poncho.
-Cm Poncho? Ele tinha algum problema de consciência?
-Garanto q nenhum -assegurou Dulce. -Seu único problema era ganhar muita grana.

VONDY - 12 Horas de TerrorOnde histórias criam vida. Descubra agora