Capítulo 14

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-Ganhar dinheiro numa igreja?
Ucker percebeu q uma pessoa aproximava-se lentamente. Era um homem de uns trinta anos, cara redonda e basta sobrancelhas. Parou diante deles.
-Boa noite! -cumprimentou.
-Boa noite-respondeu Dulce. -Este é Ucker, irmão de Poncho. Ucker ele é o sacristão da igreja
-Eddy -apresentou-se. -Estavam me esperando há muito tempo?
-Nem dez minutos-disse Dulce.
-Eu estava separando as hóstias para a missa de domingo.
-Esta sozinho?
-Estou. Padre João acabou de sair. Vamos ate a sacristia?
Dulce levantou-se e ela e Ucker acompanharam o sacristão.
-Que calma! -exclamou ela. Isto parece a sala de espera do céu.
Ucker ñ se lembrava de ter estado numa sacristia antes. Pareceu-lhe uma coxia teatral, o lado de um palco. Um espaço comum de serviço às costas de Deus. Havia uma mesa e poucas cadeiras, onde sentaram-se.
-Algum problema? -perguntou Eddy.
-Estamos procurando Poncho-exclamou Dulce. -E aquela gente tbm. Estiveram no apartamento onde Ucker mora e no meu. Escapamos por um triz. Imagine, escalaram Christian para nos pegar.
O sacristão olhou para Ucker.
-Ele sabe de tudo?
-Ficou sabendo há duas horas-disse Dulce. -Chegou do interior faz um tempo.
-Vc deve estar chocado -perguntou Eddy.
Era o momento de Ucker saciar sua curiosidade.
-Ñ podia imaginar Poncho amigo de um sacristão.
Eddy sorriu suavemente.
-Ñ nasci sacristão. Fui um pecador como ele. Lidava cm tráfico.
-O senhor?
-E outras coisas tbm. Mas a consciência pesava e vim para cá. Faz dois anos. Aq estou mais perto de Deus e mais longe da polícia... Sou fichado. Se me pegam terei de ser sacristão na penitenciária. Quando a quadrilha, só Anahí, uma bruxa loira, me viu uma vez, nas redondezas.
-Mas continuou amigi de Poncho? -perguntou Ucker.
-Um dia ele me encontrou na rua e, ao saber q eu era sacristão, caiu na risada. Porém jurou ñ contaria q ninguém sobre minha nova profissão. E passou a me visitar aq de vez em quando. Disse q tbm ia abandonar o tráfico. Mas ñ para viver numa igreja. Preferia hotéis à beira-mar. Ia fazer isso depois de um grande golpe.
-Ele ja deu o golpe -revelou Dulce. -Esta na sacola. Mas a gangue anda atrás dele. Quer o dinheiro e a caderneta de endereços.
O sacristão ficou apreensivo. Roubar traficantes equivalia a uma condenação a morte.
-Poncho fez uma grande besteira.
-Fez msm -concodou a moça.
-Mas onde ele esta agora?
-Ñ sei. Estivemos na pensão de tia Rita, onde ele costumava passar. Ñ estava. Por azar, houve uma batida policial e quase nos apanham. Ja pensou a Polícia me pegando cm a sacola?
-Vc acha q ele vem para cá?
-Quando ele me trouxe a igreja, e nos apresentou, fui para q eu conhecesse um de seus esconderijos, em caso de fuga precipitada. Poncho smp pensa em tudo.
O sacristão levantou-se e começou de um lado a outro como se a ação energizasse seu pensamento. A tranquilidade do seu mundo de paz fora rompida. Isso lhe era desagradável mais tinha de ajudar o amigo.
-Td bm -disse. -O jeito é esperar pelo Poncho. Mas se o pegarem ou se ja pegaram, o q sera de vcs? Eles ñ vão se satisfazer apenas com a vingança. Vão querer a caderneta eo dinheiro.
Dulce concordou cm um movimento de cabeça.

VONDY - 12 Horas de TerrorOnde histórias criam vida. Descubra agora