- Você só pode estar brincando - exclamou o rapaz, sentando-se ao lado de seu amigo - Thomas, são 17 kg de cocaína e ela só tem 20 anos.
Thomas soltou um riso desconfortável. Ele nunca gostou de ver pessoas jogando a vida fora e ele é uma daquelas pessoas que valorizam a vida, apesar de viver em constante perigo.
- Eu tenho que ir lá agora, disseram que ela está histérica - disse ele, levantou-se e foi em direção a cela da garota. Ele era consequentemente novo para aquele trabalho, mas amava o que fazia.
- TIREM AS MÃOS DE MIM - gritou a garota - QUAL O SEU PROBLEMA? EU DISSE TIREM AS MÃOS DE MIM!
Os gritos ecoavam dentro de toda a cela. Dentro dela estava uma pequena garota, muito irritada por sinal, usava roupas rasgadas e sujas, o que mais se destacava era um pequeno e fundo corte em sua bochecha esquerda. Thomas pegou um médio e azul envelope que estava em cima de uma pequena mesa localizada fora da cela. Ele era apenas um policial, mas havia sido resignado para vigiá-la... ou protege-la.
- Sky Collins, nasceu dia dezoito de outubro de 1995, 20 anos, mora na rua Bullard Ave, apartamento Roberto's Place, quarto 8, sua mãe Rosie Collins foi morta em 2001, seu pai Jack Collins está foragido...
- Ah qual é - exclamou a menina como se as palavras fossem ácido - Eu já disse, ele não está foragido, ele foi sequestrado.
- E você sabe por quem? - perguntou Srta. Moore, ela era uma das melhores detetives daquele lugar, tinha uma grande e já formada reputação, sua altura era intimidante assim como a pistola guardada em sua calça.
- Não, claro que não, mas...
-Não tem mas, Srta. Collins foram encontrados 17 kg de cocaína e várias armas com numeração raspada em um apartamento registrado em seu nome.
- Eu nem moro lá, vocês não tem como provar nada - disse exasperada, ela estava quase chorando, parecia exausta. Ela deve estar falando a verdade, pensou Thomas.
- Aquele apartamento era de sua mãe, logo após sua morte ele foi para seu nome.
- Mas eu nunca entrei lá, vocês não podem me prender aqui, eu sou menor de idade, não sei o que está acontecendo, eu... - ela começou a divagar, ela realmente não sabia o que estava acontecendo e as lembranças de seu pai sendo levado por homens encapuzados e armados a atormentavam - Eu quero um advogado, é isso, eu tenho direito a um advogado seus babacas.
- Srta. Collins creio que não será...
- EU.QUERO.UM.ADVOGADO - disse pausadamente com os olhos fechados - SEUS.BABACAS.
- Srta. Collins, seus modos são de certa forma encantadores - disse Srta. Moore revirando os olhos, Sky a observou e concluiu que a qualquer outro momento aquela mulher seria intimidante, mas não aquele momento.
- Não importa - berrou - Olha eu entendo todo seu jeito de "sou bonitona, tenho uma arma, vou te prender", mas meu pai foi sequestrado por homens armados!
Ela estava a ponto de ter um colapso, suas mão seguravam a grade, seus olhos cheios de lágrimas e seu cabelo todo bagunçado.
- Sr. Carter - chamou a mulher -, preciso que a olhe 24 horas por dia. Eu não posso prende-la, mas posso vigiá-la.
- Sim srta. Moore - concordou o rapaz, até agora Sky nem havia reparado nele. Ela percebeu agora como aquele uniforme o fazia sexy, o quanto ele era bonito e seus olhos se encontraram, verde com verde. Sua cela foi aberta e seus pulsos presos por algemas.
- Isso é realmente necessário? - perguntou ela desconfortavelmente - Eu sei que estou bem desarrumada, sei também que acharam drogas e armas no meu apartamento, mas isso não faz de mim uma criminosa... Eu acho.
- É necessário - disse Thomas calmamente - Drogas em seu apartamento te fazem uma criminosa...
- Você acha - ela suspirou dramaticamente.
Ele preferiu não responder e continuou empurrando a garota para fora. Ele teria que ser babá por um tempo, suspirou.
- Você vai me vigiar ou me proteger?
- Vigiar - respondeu, ele não sabia a resposta ao certo, ele só seguia ordens.
- Meu herói - disse sarcasticamente, revirou os olhos, soltou um suspiro enorme e entrou no carro.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Don't give up //
ActionTalvez, naquele dia, ele não estivesse lá para salvá-la, talvez ele não pudesse salvá-la. Talvez ela pudesse se salvar sozinha, talvez ela não quisesse ser salva. A vida é repleta de grandes talvezes.