Fazia exatamente 25 minutos que ela estava naquele carro, ainda presa por algemas. Toda paisagem urbana havia sumido, as enormes casas deram luga à grandes e majestosas árvores. Estamos no meio do nada, pensou Sky. Seria difícil admitir,mas ela estava com um certo medo.
- Para onde você está me levando? - finamente perguntou, toda sua raiva transformou-se em curiosidade e toda preocupação em medo - Se você vai me matar diga logo, eu tenho direito de tentar fugir.
- Primeiro... - suspirou Thomas. Ele poderia ter sido resignado para qualquer outra coisa, poderia estar procurando adolescentes bêbados, idiotas drogados, qualquer outra coisa, mas estava ali cuidando de uma garota ignorante -... você não tem o direito de nada, segundo eu obviamente não vou te matar e terceiro estamos indo para o lugar em que você irá morar por algum tempo.
- Mas eu tenho um apartamento - exclamou claramente irritada, ela só queria ir para casa, tomar um belo e demorado banho, pegar a pistola que guardava na terceira gaveta de seu armário e ir a procura de seu pai, mesmo que acabasse morta.
- Você divide um apartamento com outras cinco adolescentes, não seria completamente saudável elas presenciarem um ataque, além do mais eu não conseguiria proteger todas - disse resumidamente, suspirando pesadamente.
- É mesmo - sussurrou a garota, incomodada e minimamente triste -, não é nada saudável.
Ele moveu seu olhar para ela, ela estava escolhida no banco, sua cabeça encostada na janela, ela parecia perdida em seus próprios pensamentos. Ele decidiu observá-la mais atentamente, seus cabelos castanhos estavam uma confusão, suas calças rasgadas e sujas, seus joelhos sangrando, sua regata preta estava inteira, mas suja. Ele finalmente ponderou que ela estava sendo a vítima, afinal de contas seu pai havia sido sequestrado... ou foragido, ninguém sabe o que ela passou naquela casa quando os homens invadiram. Apesar de todas as imperfeições daquele momento, ele realmente a achou bonita, se ela não fosse uma criminosa ele estaria flertando nesse exato momento.
- Você está me encarando por tempo demais - gargalhou - Tente não bater o carro, sou muito linda e jovem para morrer.
Ele desviou o olhar no mesmo momento, um silêncio constrangedor pairou no ar, ele se perguntou o por que de estar soando frio e com uma sensação estranha no estômago. É fome, pensou ele.
- Eu não estava te encarando - disse contrariado - você está horrível, precisa de um banho.
- Obrigado - disse sarcasticamente, mas depois soltou um riso descontraído.
Ela fica extremamente bonita sorrindo. Ele apertou o volante com força e suspirou, virou a esquerda rapidamente fazendo o carro derrapar um pouco, olhou para o lado, viu que ela estava com uma cara horrorizada e sorriu. Logo a frente estava uma pequena e confortável casa, ficava no meio de uma pequena floresta ao lado da cidade, era rodeado de árvores de vários tipos, um enorme lago na parte de trás da casa e um balanço com escorregador.
- Que lugar deprimente - exclamou ela - Olhe só aquele balanço! Você me trouxe aqui para eu me matar?
Ele não respondeu, estava cansado das perguntas dela, em vez disso ele destrancou a casa e deu espaço para ela entrar. Ela deu um passo para dentro e observou o lugar, um sofá bege estava no canto esquerdo da sala, uma pequena mesinha no centro e uma sofisticada televisão mais a frente. Três quartos, quatro banheiros, uma cozinha, uma sala e o mais importante, uma biblioteca. Não seria tão ruim, afinal ela teria um pouco de paz.
- Eu vou estar logo ali no quarto ao lado - explicou ele - qualquer coisa me chame e por favor, não se meta em problemas.
- Acho que eu não tenho como me meter em problemas no meio do nada - ela suspirou e levantou as mãos dramaticamente vendo ele se afastar - Hey!
- O que?
- Não posso saber o nome do meu companheiro de casa no meio do nada? - ela levantou as sobrancelhas exageradamente e gargalhou.
- Thomas - disse revirando os olhos - Thomas Carter.
- Sky Collins, prazer em conhecer-te.
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Don't give up //
БоевикTalvez, naquele dia, ele não estivesse lá para salvá-la, talvez ele não pudesse salvá-la. Talvez ela pudesse se salvar sozinha, talvez ela não quisesse ser salva. A vida é repleta de grandes talvezes.