Capítulo 3

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 Ela encarou as roupas que usava, lembrando do banho que havia tomado minutos antes, uma camiseta simples azul e uma calça de moletom preta. Levantou-se e caminhou em direção ao banheiro, suas pernas fraquejaram e ela decidiu que já era uma ótima hora para comer. Foi para o banheiro e fez sua higiene, indo logo em seguida para a cozinha onde Thomas estava sentado.

- Pensava que já tinhas morrido lá em cima - ele pensou em voz alta.

- Nem demorei tanto assim.

Ele riu baixo, sua cabeça explodia de tanto pensar e a irritante garota no quarto ao lado havia sido a causa. Ele tentou achar o por que dela estar metida em problemas, onde seu pai estava e em como ele poderia desvendar o caso, não encontrou nenhuma resposta. Ele observou a garota ir vagarosamente colocar café e beber, ela não parecia muito bem.

- Você está bem? - perguntou sem querer.

- Uh? - perguntou confusa.

- Você está bem? - repetiu com receio, ele não queria ser muito entrometido, só queria saber o que estava acontecendo ao certo e ela teria a resposta.

- Claro - sorriu, ela sabia que não estava bem. Seu pai estava sumido, ela precisava sair dali, sua cabeça estava explodindo, sua vida estava virada de cabeça para baixo. Talvez ele entenda, pensou, talvez ele me deixe sair. Decidiu ter uma bela conversa com ele mais tarde quando seu celular tocou em sinal de mensagem.


Desconhecido:

Seu pai não está se comportando muito bem, garotinha. Eu sei que você pode estar meio enrolada nessa casa no meio do nada, mas preciso de uma coisa que você tem. Seu pai espera do fundo do coração que você colabore, e de sua cabeça também. Quando nos encontrarmos, e eu sei que iremos, espero que você me ajude e ao seu pai também. Nos vemos depois, xx.


Ela levantou-se rapidamente, seu estômago se revirou e seus olhos instantaneamente se encheram de água, nunca havia estado tão desesperada. Ela não fazia ideia do que aquela pessoa estava falando, não sabia quem sequer era aquela pessoa, mas sabia que estava com seu pai e que ele dependia de suas ações. Ela olhou em todas as direções da casa tentando achar uma saída, nunca prestando atenção no curioso homem sentado logo a sua frente, só preciso sair daqui. A porta da frente foi sua única saída, não se importando com nada correu até lá desesperadamente, quando finalmente chegou a porta e colocou sua mão na maçaneta, foi impedida por uma forte mão em seu pulso direito.

- Onde você pensa que vai? - perguntou claramente bravo, ele não fazia ideia do que ela havia lido que a colocou na beira de um colapso, mas saberia.

- Preciso sair daqui - gritou, desespera - Por favor, me deixe sair.

- Não, você não precisa - gritou em resposta, essa garota é realmente paranoica - Deixe-me ver isso.

Ele pegou o celular das pequenas mãos dela e leu a mensagem, agora sim entendia o desespero da garota. Ele queria poder fazer alguma coisa, queria poder segurar nas mãos daquela pequena menina e dizer que tudo iria ficar bem, que ele iria resolver tudo aquilo, mas ele nem sabia do que aquela mensagem se tratava, ele só seguia ordens.

- Você não vai sair daqui - sussurrou, querendo dizer outra coisa.

- O que? Você esta ficando louco? - gritou ainda mais alto, ela soltou seu pulso da mão dele e começou a socar seu peito descontroladamente logo em seguida - Você não pode me prender aqui!

- Na verdade - ele segurou seus dois braços, sem fazer muita força para não machucá-la -, eu posso.

- Vamos lá, por favor - implorou, seu rosto completamente molhado de lágrimas - Você fala pra eles que eu fugi, eu posso até te bater para parecer real.

- Isso nem sequer é uma opção.

Ela olhou em seus olhos sem acreditar, ele realmente não iria ajudá-la. Ela empurrou os ombros dele com uma força exagerada e subiu correndo em direção ao seu quarto. Ela abriu a porta e fechou-a com força, causando um barulho consideravelmente alto. Deitou-se em sua cama e tentou resolver seu problema, tentou achar uma saída. Pensou em várias coisas, as janelas, as portas, até atravessar aquele lago nadando, mas de qualquer forma ela não encontraria o caminho de volta para a cidade e seu pai acabaria morto.




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