- Não - ela riu - Não mesmo.
- O que? - exclamou - Esse é o único filme passando.
- " Titanic "? - ela fez uma careta - Quando eu disse que queria assistir um filme eu quis dizer um filme mesmo, não isso ai. Não tem nenhum outro CD por ai, qualquer coisa?
- Não - suspirou - Só tem esse filme, se não quiser assistir você pode ficar trancada no seu quarto.
- Tanto faz - ela revirou os olhos e colocou mais pipocas na boca - Sério, suas pipocas são horríveis.
- Então porque você não para de comer? - ele levantou as sobrancelhas e ela revirou os olhos.
Ele deu play no filme e ela sentou-se com as pernas cruzadas em cima do grande e confortável sofá, ao lado dele. Uma grande travessa cheia de pipocas estava pousada em suas pernas, ela não queria admitir, mas havia gostado das pipocas que ele havia feito minutos antes. Ele ficou completamente chocado quando ela pediu para ele colocar um filme, apesar de que o único passando não fosse assim tão bom. Ele olhou pro lado e viu ela encarando fixamente a pequena tela e soltou um riso baixo, para alguém que não gosta desse filme, ela estava muito entretida. Ela percebeu que ele estava encanado-a por muito tempo e virou-se.
- Já tem falaram que é bem estranho encarar as pessoas?
- Já te falaram que você é incrivelmente insuportável?
- Sim, várias vezes - ela revirou os olhos e ele riu.
Ele virou-se novamente para assistir o filme e percebeu que estava na parte em que o navio afundava, as pessoas gritavam e corriam desesperadamente tentando se salvar. Seu estômago roncou e ele levantou-se fazendo ela o olhar curiosamente.
- Vou fazer alguma coisa para jantar - disse simplesmente.
- Se sua comida for como suas pipocas, vamos passar fome.
Ela não esperava uma resposta e ele não deu uma a ela. Ele foi em direção a cozinha, pensando no que fazer já que ele não era ótimo cozinheiro, tirou algumas coisas da geladeira e logo em seguida começou a corta-los.
Ela assistiu o filme até o final e concluiu que sem dúvidas aquele era um péssimo filme. Ela desligou a televisão e foi para a cozinha. Thomas estava virado de costas e pelo que ela percebeu estava cortando alguma coisa, ela sentou-se em uma cadeira alta que ali havia.
- Sério - ela começou - O Jack poderia ter subido naquela madeira com a Rose, os dois poderiam ter ficado lá e sobraria espaço.
Ele se assustou com a presença dela ali e acabou fazendo um corte em seu dedo, não muito profundo.
- Droga - exclamou - Isso dói.
- É só um corte - ela riu - Me dê sua mão.
- Tudo bem - ele exitou, mas estendeu a mão para ela.
Ela pegou a mão dele calmamente, abriu a torneira e colocou a mão dele em baixo da água. Ele recuou um pouco a mão por causa da ardência, mas depois relaxou. Suas pequenas mãos examinavam o corte, seu cabelo estava amarrado em um rabo alto, ela era consideravelmente mais baixa que ele. Ela o encarou e viu ele olhando a mão curiosamente, ele desligou a água e olhou para ela. Eles se encararam por vários segundos e eles ficaram silêncio constrangedor.
- Acho melhor eu pedir uma pizza - ele sussurrou.
- Sim - ela riu, nervosa - Muito melhor.
Ela ficou ali, parada, até que ele saiu e foi até a sala pegar telefone. Virou-se e foi até seu quarto, fechando a porta, sentou-se na cama e olhou para o nada. Ficou ali pensando. Pensando que se naquele momento, se ele não tivesse falado e tirado ela do transe, ela teria o beijado.
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Don't give up //
БоевикTalvez, naquele dia, ele não estivesse lá para salvá-la, talvez ele não pudesse salvá-la. Talvez ela pudesse se salvar sozinha, talvez ela não quisesse ser salva. A vida é repleta de grandes talvezes.