Os raios do sol entravam pelas cortinas entreabertas fazendo com que Sky suspirasse e cobrisse sua cabeça com o travesseiro, nem havia pensado em fechá-las no dia anterior. Ela levantou-se indo para o banheiro, olhou o espelho, suas olheiras se destacavam, seus lábios fechados em uma fina linha reta estavam secos e rachados, seus cabelos uma bagunça. Ela andou em direção ao pequeno guarda-roupas que ali havia abrindo-o logo em seguida, havia poucas roupas, ela optou por usar um shorts azul escuro e um larga camisa preta. Andou até a cozinha, que estava estranhamente vazia, pegou um copo enchendo-o até a metade e sentou-se em uma cadeira na parte esquerda da pequena cozinha. Sua cabeça explodia e ela sabia que precisava urgentemente de uma aspirina então foi procurar pela casa, ela procurou em todos os armários que ali havia, olhou nos dois banheiros disponíveis, nos quartos, na sala, não achou em nenhum lugar decidindo então ir pedir para Thomas. Chegou até a porta do quarto e exitou para bater, demorando alguns segundos. É só uma aspirina, pensou, nada demais. Ela bateu três vezes e escutou o barulho de passos cada vez mais nítido, a porta abriu poucos segundos depois.
- Uh... olá? - ela disse enquanto ele a encarava confuso - eu estou com um pouco de dor de cabeça, pouco não, muita dor de cabeça e talvez você tenha uma aspirina?
Ele já havia acordado fazia horas e não fazia ideia do que acontecia com a garota que nunca saia do quarto, ele não tinha uma aspirina mas faria de tudo para ter.
- Não, mas eu posso ir comprar - sorriu.
- Eu... - ela falou num fio de voz - eu não quero incomodar.
- Você não vai, eu tinha que ir comprar comida de qualquer modo - deu de ombros
Ela sorriu pra ele, um sorriso verdadeiro e concordou com a cabeça, ela viu-o virar-se pegar a carteira, as chaves e sair, trancando a porta. Fazia apenas um dia que estava naquela casa e já queria sair de lá desesperadamente, ela foi até a porta, sabia que estava trancada mas tentou abri-la mesmo assim. Foi até a janela da cozinha que abriu facilmente e riu, ela olhou para baixo e a havia cerca de um metro até o chão, colocou os pés para fora e saiu andando, olhou para os lados tentando achar uma trilha ou uma pessoa, mas só havia árvores por todo lado. Ela deu uma volta inteira na pequena casa e nada, olhou para o lago, o sol estava se pondo, ela andou até la calmamente e sentou-se, colocando apenas os pés dentro d'água, olhou em volta novamente e não havia ninguém por perto. Ela levantou-se e pegou uma pedra, atirando-a logo em seguida para o lado, ela andava em volta do lago suavemente e avistou enormes pedras, ela esticou seus braços, colocando as mãos em cima de uma pedra e pulou, segurou firme e subiu em cima de uma, seus pés deslizavam rapidamente sobre a lisa superfície da pedra, alguns pequenos pedaços de grama que ali estavam faziam cócegas em seus pés, ela soltou um pequeno riso.
-Você pode cair dai - alguém falou, fazendo-a virar rapidamente e escorregar um pouco, era apenas o Thomas - E eu não vou entrar ai para te salvar.
- Eu estou bem - ela revirou os olhos e começou a pular de uma pedra para outra - viu?
- Estou falando sério Sky, essas pedras são bem escorregadias.
- Ah, fique quieto, eu estou perfeitamente be... - suas pernas bambearam e seu pé deslizou rapidamente, ela tentou segurar-se mas acabou caindo, ela soltou um pequeno grito durante a queda, alertando Thomas. Ele correu até lá e não exitou em pular nas águas geladas do lago para ajudar a pequena garota, ele nadou até lá, segurou-a nos seus braços e a puxou para fora. Ele deitou-a na grama, vendo sua respiração agitada e uma grande quantidade de sangue sair de um médio corte em seu braço direito.
- Você está bem? - perguntou preocupado.
- Meu braço dói - ela gemeu, ela sentia seu braço arder, mas não queria olhar o que havia acontecido com ele.
- Tem um corte aí - ele observou, mas depois riu - Bem, eu avisei.
- Não tem graça - exclamou, mas riu também - Isso foi...
- Perigoso.
- Não, isso foi divertido - ela revirou os olhos.
- Você poderia ter morrido ali - ele exclamou.
- Mas não morri - ela disse simplesmente .
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Don't give up //
ActionTalvez, naquele dia, ele não estivesse lá para salvá-la, talvez ele não pudesse salvá-la. Talvez ela pudesse se salvar sozinha, talvez ela não quisesse ser salva. A vida é repleta de grandes talvezes.