Quando abriu os olhos, a única coisa evidente em seu rosto era o choque ao saber que ela havia acertado o tiro. O homem encolhido ao meio das folhas com a mão sobre a recém ferida, era a prova disso. Ele soltava algumas palavras desconexas e alguns palavrões, ele mordia o lábio - tentando amenizar a dor -, e tentava se levantar. Ela olhou para cima, tirando seu olhar do homem e olhou em direção a Thomas. Ele já estava de pé, depositando um chute incrivelmente forte no rosto do homem - que apagou no mesmo momento. Ela soltou um suspiro trêmulo e então seus olhos se encontraram.
Ela queria falar alguma coisa, mas parecia impossível - seu corpo inteiro estava dormente, sua cabeça latejava e seus ouvidos ainda zumbiam, por causa do alto som que um tiro provocou. A única coisa que conseguiu fazer foi soltar a arma, ela tremia e o ar parecia inexistente naquele momento, suas pernas cederam e ela finalmente caiu no chão. Ela fechou os olhos por um segundo e respirou fundo, tudo girava e parecia que a qualquer momento sua mente desligaria. Um par de mãos seguraram seus ombros, fazendo-a recuar automaticamente.
- Você está bem? - ele disse, sua voz tensa mas ainda carinhosa, como sempre.
- Eu... - ela não conseguia formular um frase complexa o bastante para ele entender. Sua mente estava confusa, como se uma enorme barreira de neblina impedissem ela de conseguir montar uma frase coerente. Ainda não acreditava que havia atirado nele.
- Respire fundo - ele disse um pouco mais alto - Você está bem? Está machucada?
- Eu atirei nele?
- Sim - a sombra de um sorriso se formou em seu rosto - E eu dei um chute no rosto dele, estamos empatados.
- Não brinque com isso - ela suspirou - Eu matei ele?
- Eu acho que um tiro na perna não é o suficiente para ele morrer, mas ele pode morrer por perda de sangue ou por causa do chute... Não sei, não sou médico - vendo os olhos da pequena garota arregalarem, ele suspirou - Não Ky, ele não vai morrer.
- Não me chame assim - ela disse, tentando se levantar.
- Nós quase morremos e você continua sendo uma idiota, tenha mais amor no coração - ele riu, analisando cada parte do corpo dela e parando na perna, logo acima do joelho - O que aconteceu com o seu joelho?
- Longa história - ela olhou para cima, tentando não olhar para sua perna - Está tão feio assim?
- Bom... - ele olhou mais um pouco, uma grande quantidade de sangue saia do corte. Quando foi dizer que aquilo estava horrível, ele olhou para ela. A respiração rápida, os lábios entreabertos e pavor nos olhos - Não está assim tão ruim.
Ela obrigou a si mesma para olhar para ele, ele também estava machucado. Ela levantou uma das mãos e colocou sobre um ferimento na testa dele - havia muitos outros, mas daquele saia mais sangue. Ela viu ele fechar os olhos, a respiração dele já estava mais calma, ao contrário da dela. Ela passou a mão na bochecha dele, o sangue grudava em suas mãos, mas ela não se importava - a única coisa que importava é que ele estava ali, e estava bem. Ele abriu os olhos repentinamente, um pequeno sorriso dançava em seu rosto. Ele a pegou no colo e ela arregalou os olhos.
- Eu ainda sei andar - ela exclamou - Não estou incapacitada.
- Melhor prevenir - ele disse e começou a andar, alguns galhos que estavam no chão quebravam a cada passo. Ela encostou a cabeça no peito dele, escutando cada batida do coração dele. As batidas eram fortes, mas calmas.
- Para onde você está me levando - ela disse num fio de voz.
- Para um lugar seguro.
-----------------------------------------------------------------------------------------
Meu computador queimou, na verdade quase tudo queimou aqui. :C
Teve uma enorme, e quando digo enorme quero dizer ENORME, chuva aqui e, por consequência disso, fiquei sem internet por uma semana inteira.
E eu fiz outro trailer pro livro por que eu não tenho vida social :) SHAUHSuh eu sou um desastre pra fazer essas coisas.
Okook
Byeeeeee
VOCÊ ESTÁ LENDO
Don't give up //
ActionTalvez, naquele dia, ele não estivesse lá para salvá-la, talvez ele não pudesse salvá-la. Talvez ela pudesse se salvar sozinha, talvez ela não quisesse ser salva. A vida é repleta de grandes talvezes.