5

72 10 1
                                    

O dia foi entediante, cheguei em casa fiz minhas lições e fui pra casa da minha avó. Ela é quele tipo de avó que quando te vê ela fala que você cresceu, mas que está muito magro. Eu nunca saí dos 50kg , sempre fui magrinha assim, e desde pequena tenho dificuldade para engordar e me aceitar assim, só que parece que eu tenho um buraco no estômago.

Minha avó mal me via e já queria me empanturrar de comida, não que eu não gostasse sabe, porque a comida dela é ótima , sinceramente. Se você chegasse na casa dela e não aceitasse comida, ela iria te encher o saco, iria fazer um draaaama , só pra você comer. Ela diz que é só um biscoitinho, mas acredite, nunca é e nunca será apenas um biscoitinho. Quando você finalmente aceita ela vem com bolacha, suco, leite, lasanha, frango, pão, frutas, bolo, sobremesas, etc. Ela praticamente tira um supermercado de dentro dos armários da cozinha.

O fato é que apesar de não gostar muito eu sempre aceito porque, eu sou humana e a-d-o-r-o comer.

-Ta tudo bem? - ela pergunta.

Dou um longo suspiro, não queria falar sobre a morte da minha mãe e o quanto aquilo estava sendo difícil . Porque eu já sabia de cor e salteado. Era sempre as mesmas coisas, e as pessoas não sabem o quanto isso me incomoda. - É, eu to bem... Tem comida, estou com fome. - Digo lhe dando um abraço e indo para a cozinha.

Passamos a tarde assistindo séries e jogando banco imobiliário. Minha avó sinceramente, era a pessoa mais divertida que um dia já conheci. Ela não tinha frescura pra falar, quando necessário falava palavrões e gírias, mas também sabia falar sério. Fui para casa às 17:32. Não demorou muito eu cheguei. Corri para arrumar a casa, já que a bagunça do dia anterior ainda estava lá. Liguei pra Emilly e pedi para que ela viesse me ajudar, ela veio sem reclamar.

- Verdade que você beijou o Marcos?- Emilly pergunta.

-Aham... Mas foi só pra umas garotas lá sairem do pé dele. - digo.

-Quando vai se mudar?- ela pergunta.

-Só o mês que vem, meu pai ligou avisando hoje. - digo.

-Quando ele volta?.

-Quinta de manhã...

Arrumamos a casa e depois fomos andar no parque. Emilly me contou que tinha um namorado, só que não assumiam ainda porque não querem ninguém no pé deles. Combinamos de encontrar ele na Star-coffe .

Ele não demorou muito pra chegar, o papo estava muito empolgante e eu até que achei o Diogo legal. Mas bem no meio da conversa meu celular toca, peço que eles me esperarem um pouco que eu ja voltava.

-Oi Pai?

- Se, mudamos de novo, sexta-feira estamos nos mudando. Chego hoje ás 21h.- ele diz

- Mas não era só mês que vem? Porque sexta? - digo.

-Porque já arrumei o emprego e segunda-feira preciso ir trabalhar. Amanhã mesmo vou buscar sua transferência. Tenho que deligar to indo pro carro , beijo papai te ama. - ele diz.

-Beijo, eu também te amo. - digo desligando.

Vou até Emilly com uma cara péssima.

- Meu pai resolveu que vamos nos mudar sexta... - digo.

- Mas como assim? Sexta do nada? E agora? - ela pergunta.

-Sim ele vai começar a trabalhar segunda. Ele vai voltar hoje de viagem, agora eu tenho que aceitar né...- digo me conformando - Saco...

Me despeço dos dois e vou para casa. No caminho fui andando pra casa, precisava de um tempo pra pensar.

Meu pai está me deixando cada dia mais confusa, e não adiantava eu falar nada, porque não tenho opção. Eu até prefiro voltar para o Brasil, foi lá onde eu nasci, e agora estou me tornando uma imigrante, a cada fase da minha vida eu estou em um país.

Quando chego em frente ao meu condomínio , Marcos esta a minha espera. O que ele queri ali? Me apressei a andar pra falar com ele antes que meu pai chegasse.

-Oi- digo dando um abraço - o que você ta fazendo aqui? - pergunto.

- A Emilly me falou que você vai se mudar sexta... Queria te levar pra sair amanhã de tarde... O que acha?- ele pergunta.

-Acho legal, tudo bem. É... Eu adoraria ficar conversando com você aqui, mas eu não quero que meu pai te veja aqui, se não ele vai falar um monte. Me chama no Chat do FaceFriend ou no Whatzupp. - digo lhe dando um beijo na bochecha e indo para casa.

Subi pelo elevador e corri para trocar a roupa, não queria que meu pai ficasse pensando que enquanto ele viajava eu ficava na 'farra' sem avisar ele. olhei no relógio já eram 20: 00. Ou seja tinha uma hora pra aproveitar o tempo livre e fazer comida.

Fiz um macarrão no molho branco, e de sobremesa , e fiz pudim de caneca pra gente.

Assisti meio episódio de Scream Queens. Não deu tempo de eu assistir tudo porque 21:15 meu pai chegou junto com Hellen e a Maria. Pensei que fosse uma boa hora pra tentar ser legal com a Maria, então, fui super simpática com ela.

-Parece que ficar um tempo sozinha te fez bem Serena.- Diz meu pai.

-Pois é... Pai eu preciso falar com você.- digo. Ele balança a cabeça - Um amigo meu da escola, me chamou pra sair amanhã a tarde. Posso ir?- pergunto.

-Quem é o rapaz?- ele pergunta.

-Marcos Piovanni.- digo.

- Não mesmo, esse garoto já passou o rodo na escola, não quero que você seja mais uma. - ele diz.

-Mas pai, eu e ele somos só amigos, prometo que não vai acontecer nada.- digo.

- Já disse que não Serena, tudo começa com uma amizade. - ele diz.

-Pai confia em mim um minuto por favor?! não vai acontecer nada! Eu juro, só vamos sair!- digo.

-Eu já disse que não! Você não vai sair com esse molequezinho ! Esquece essa ideia! Não, é, não!!!- ele grita.

- Minha mãe teria deixado!!! - Grito mais alto.

Minha madrasta larga o guardanapo e dai da mesa. Eu faço o mesmo. As lágrimas começam a cair, eu sinto meu rosto vermelho.

Como meu pai pôde ser assim, cara, eu só queria ao menos um pouco de confiança. Ele me acha madura pra ficar sozinha em casa, e cuidas dessa casa. Mas não me acha madura pra sair com um amigo? Ele está sendo injusto.

Entro no meu quarto e bato a porta com todas as forças e a raiva que estou sentindo. Ando de um lado para o outro, a raiva não passa, não sei quanto tempo estou andando.

-Desse jeito vai fazer um buraco no chão, daí vamos ter que pagar o nosso chão e o teto do vizinho de baixo... - Maria diz entrando no quarto.

-Tanto faz... -digo sentando no chão.

- Ei, não chora... Sabemos que ele não deveria ter gritado daquele jeito... Mas ele só quer te proteger... - ela diz se sentando ao meu lado.

-Ele tá sendo muito injusto Maria... Eu odeio ele. - Nessa hora meu pai abre a porta do quarto junto com a Hellen.

- Se veio aqui pra pedir desculpas esquece.- digo.

-Você não tem jeito... É igual a sua mãe... Não quero que vá, porque não quero que se magoe... - ele diz.

Eu me levanto e deito na cama.

-Não vou me magoar... - Digo.

-Mas e se você se magoar? Filha...- diz.

-Daí eu teria você, pai...

Ele me abraça e chora junto comigo.

-Nunca mais me diga aquilo... Por favor, aquilo me destrói, saber que não sou tão bom quanto a sua mãe...


Se enlouquecer não se ApaixoneOnde histórias criam vida. Descubra agora