Se enlouquecer não se Apaixone

17

Sua mão se encaixa na minha
Como se tivesse sido feita só pra mim
Mas coloque isso na cabeça
Era para ser assim
E estou ligando os pontos
Das as sardas em sua bochecha
E tudo faz sentido para mim

Sei que você nunca amou
As rugas nos seus olhos
Quando você sorri
Você nunca amou
Sua barriga ou suas coxas
As covinhas nas suas costas
No final da sua espinha
Mas eu as amo para sempre

Não vou deixar essas pequenas coisas
Saírem da minha boca
Mas, se eu deixar
É você
Oh, é você
Que elas formam
Eu estou apaixonado por você
E todas essas pequenas coisas

Você não pode ir para a cama
Sem uma xícara de chá
E talvez seja essa a razão
De você falar dormindo
E todas essas conversas
São os segredos que guardo
Apesar de não fazerem sentido para mim

Sei que você nunca amou
O som da sua voz na gravação
Você nunca quer saber o quanto você pesa
Você ainda tem que se espremer no seu jeans
Mas você é perfeita para mim

Não vou deixar essas pequenas coisas
Saírem da minha boca
Mas, se for verdade
É você
É você
Que elas formam
Eu estou apaixonado por você
E todas essas pequenas coisas

Lágrimas caem dos meus olhos. Não sabia o que dizer.
-E então? Não vai dizer nada. - ele pergunta.
- Linda, simplesmente perfeita. - digo limpando as lágrimas.
- Porque chorou? A música não é comovente. -ele diz.
É claro que a música não era comovente, mas o fato de ele gostar de alguém me deixava mal. Se ele soubesse o que sinto. De fato é estranho , como posso gostar de duas pessoas totalmente diferentes? Não podia fazer aquilo com Ed, ele é fofo e um príncipe. Eu não sei se sou capaz de retribuir isso.
- Nada não. Tá muito boa Ed. Espero que ela goste porque eu gostei. Parabéns. - Digo lhe dando meu último Abraço de segundas intenções.
Não quero mais me envolver nisso, por mais que eu goste muito dele. Mas eu sinto que ele merece algo melhor. Ele merece alguém como ele , carinhosa. E eu... Eu não sou capaz nem de amar. Então.... Eu sinto muito Ed.
Sinto por ter que deixa - lo e sermos apenas amigos.
- Tenho que ir. Talvez amanhã meu pai vem aqui. Tenho que acordar cedo. Brigada por ter me mostrado a música. Até mais . -digo me levantando e acenando. Do nada veio uma questão na minha mente.
- Porque nunca me perguntou o porquê? -digo me referindo aos cortes.
- Achei que fosse me contar quando estivesse pronta. - ele diz.
Eu sorrio e saio andando. Neste momento é que percebo... Ele é demais pra mim, eu estava longe de saber retribuir aquilo.

Um mês depois.

- Namora comigo? - Diogo diz, me olhando e sentado na cama junto à mim.
- Diogo... Eu... O que? Assim do nada? - digo. Ele balança a cabeça dizendo que sim.
- Mas você gosta de mim??? Eu sou problemática! Sério isso? - digo.
- Sim, vai de você agora. Basta você decidir. - ele diz.
Paro por um instante e fico encarando as flores.
- Então tá - digo lhe dando um beijo.
Olho novamente para ele e para as flores não acreditando no que acabara de acontecer.

Minha família veio me visitar hoje, já que hoje eu teria alta do hospital. Todos estavam ali... Menos ele. Sinto uma pontada de remorso no peito. A cada dia que eu tentava esquece - lo, eu acaba me apaixonando ainda mais. Tiro aqueles pensamentos na mente. E término de arrumar minhas malas.
- Pronto filha ? -Meu pai entra no quarto.
- Me dá só um minuto , preciso falar com uma pessoa. -digo.
- Como quiser. - ele diz.
Saio do quarto e vou até o quarto de Ed. Bato três vezes na porta.
- Entra - uma voz sonolenta e desengonçada diz.
Entro no quarto devagar e vejo Ed e uma garrafa de Whiskey na mão.
- Meu Deus Ed - digo com lágrimas nos olhos - O que aconteceu? -pergunto tirando a garrafa de suas mãos.
- Olha pra mim - ele diz pegando meu rosto e me virando para o seu - Eu te amo... - ele diz com as palavras enroladas. Eu sorrio, até porque ele está bêbado e não tem noção do que diz.
- Para, você tá bêbado Ed , vem. - digo apoiando seu braço esquerdo em meu ombro e indo em direção ao banheiro.
-Vamos deitar ali, não quero banho. Tô cheiroso - ele diz com as palavras enroladas.
- Ed vem, você tá cheirando a cachaça - digo ligando o chuveiro.
- Para de mentir, nem bebi tanto, tô cheiroso , você que não sente cheiro sua "véia"- ele diz.
Eu o coloco no chuveiro. Ele se senta no chão. Eu retiro sua camisa e passo Shampoo em seus cabelos ruivos que ficaram vermelhos com a água. Eu os lavo com carinho imaginando que aquela seria a última vez que o tocaria daquele jeito.
Ed não tinha um peitoral como Diogo, não que eu ligasse mas não entendia como podia gostar dos dois endo que ambos não tem nenhuma semelhança.
Eu lavos seus cabelos e passo sabão em seus braços e seu abdômen.
- Muié, Sá água tá frio mano - ele diz brincando.
- Shiu Ed - digo.
- Feia te odeio - ele diz.
- Também te amo... E muito... - digo deixando uma lágrima cair. Ainda bem que ele não percebeu. Mas ele me olhou e eu o beijei.

Depois de ter dado um "banho" nele. Troquei suas roupas e o coloquei para dormir. Deixei um bilhete ao lado de sua cama.

Querido Edward, esta tarde você teve uma recaída, não sei o porque. Te ajudei a melhorar, te dei um banho. O banho em que você me chamou de feia. Fique tranquilo eu te perdôo. Esta manhã eu tive alta, e estou indo para casa. Queria me despedir de você, e quando cheguei você não estava bem. Sabe... Te ajudei porque eu gosto muito de você. É uma pena que você não se lembrará de nada do que houve hoje. Mas talvez seja melhor assim.
Edward o tempo que passei aqui com você foi muito bom. Te visitarei sempre que puder. Não queria te deixar aqui, mas tive que partir. E espero que me perdoe por não ter te dito antes o que sentia. Você não imagina o quando doi escrever está carta e chorar ao mesmo tempo. Porque realmente eu te amo, mas você não entenderia o porque de eu estar partindo assim.
Edward espero que me perdoe, hoje Diogo me pediu em namoro, ele tem mudado muito. Obrigada por ter sido meu amigo nas horas em que precisei, obrigada por me fazer ter amado alguém. Saiba que fico muito feliz de ter sido e ainda ser você. Mas eu gosto do Diogo. Me desculpe. Espero que um dia entenda meus motivos.
Ps: Eu te amo.
Com amor... Serena.