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-Ei, acorda - ouço alguém falar. Abro o olho direito com dificuldade. Começo a me lembrar do que ocorreu no dia anterior.  Minha cabeça inteira doía, meus olhos, minha boca, meus seios, minhas pernas. Tudo doía. Meu Deus... Porque isso comigo! 

Percebo que a senhora que me acordou me cobriu com um sobre-tudo. Ela tenta me ajudar a levantar só  que não adiantou, minhas pernas estavam machucadas e fracas. Me enrolei no sobretudo e chorei. 

- Acalme-se querida. Me dê o telefone  de seus pais para que eu possa ligar. - a senhora diz.

- E- eu não sei onde meu telefone está. - digo.

A gentil senhora, gritou para um dos apartamentos.

- Robert! Desça aqui com cobertores! - ela grita.

- Ta bem, já vou! - ele grita.

Não pude ver o rosto dele, não conseguia mover meu pescoço, e  mesmo se conseguisse, meus olhos estão inchados não consigo enxergar muita coisa. O garoto desce rapidamente com dois cobertores e o entrega para a senhora.

- Aqui querida. - ela diz colocando os cobertores sobre mim. Eu tremia de frio. - Pegue ela e a leve para cima Robert. - a senhora diz calmamente e gentilmente.

O rapaz tenta me pegar no colo, mas eu gritava de dor. Acho que os caras me bateram muito, e quando acharam que eu estava morta me abandonaram.

- Ai! Cuidado ai. - disse me referindo ás minhas costelas e costas.

Não havia outro jeito à não ser aguentar a dor.  Robert caminhava deva-

gar, conforme sentia minha respiração ofegante e meu gemidos de dor ele ia parando no caminho.

- Pode ir.... Eu aguento. - disse com dificuldade.

Quando chegamos no apartamento, a senhora pediu para que ele me colocasse no quarto dele. Ele por sua vez não questionou. Robert caminhou até seu quarto, e me colocou devagar e delicadamente em sua cama.

- Minha avó está pedindo o número para que ela possa ligar.- ele disse.

Passei o número e rapidamente apaguei. Meu corpo doía, eu sentia cada músculo doer, cada parte dele , quando eu respirava, quando tentava me mexer e quando tentava falar. Aquilo doía muito.

Quando acordo, continuo não vendo muita coisa. Só reparo que estou em um lugar de muita claridade. Tento levantar mas meu corpo dói.

- P- pai... - digo baixinho.

- Eu meu amor... Eu... Tô aqui... Com você. - Ele diz chorando.

Eu não consigo conter as lágrimas, começo a chorar - ou pelo menos tentar -, o que não de certo porque meus olhos estavam inchado o que os faziam doer.

- O médico disse que você... Foi... - Ele tenta dizer mas eu o interrompo.

- Não precisa dizer pai... Eu sei... Eu sei... - digo com dificuldade e com a voz trêmula.

- Você não vai ficar aqui ok? Sei que odeia hospitais, contratei uma enfermeira. Cuidei de tudo pra você meu amor. - ele diz ainda chorando.

- Eu te amo...- digo fracamente.

Sinto algo no meu corpo, me coração dispara. Eu começo a tremer, meu corpo estava todo tremendo. Não tinha controle sobre ele. Vejo vultos de pessoas de branco entrando, certamente eram médicos. Ouço apitos em meus ouvidos, e uma leve picada no pescoço, tento gritar mas não consigo. Minhas forças se esgotam  até que eu apago novamente.


Se enlouquecer não se ApaixoneOnde histórias criam vida. Descubra agora