Se enlouquecer não se Apaixone

28

Acordo no outro dia com a claridade invadindo bruscamente meu quarto. Meus olhos ardiam. Me levanto com dificuldade e fecho as cortinas do quarto. Volto para a cama e começo a relembrar o que tinha acontecido ontem. Eu ainda estava furiosa com ele, não custava ele me dar um pouco de atenção, eu passei meses deitada em uma cama, e depois que o Diogo voltou ele tinha diminuído a frequência de vir aqui em casa. Ou seja ele vinha à cada quinze dias. E justo no meu primeiro dia depois de uma longa reabilitação, o dia que eu queria ficar a sós com ele, curtir o momento, o dia em que eu estava pronta pra dizer pessoalmente o que eu sinto, ele pega e some.
Pego meu celular ao lado da minha cama e olho as horas, eram exatamente 8:40, decido voltar à dormir.

Sonho

Eu estava em um lugar claro, o mesmo lugar que encontrei minha mãe na última vez. Corro pelo espaço gritando minha mãe. Algo estava diferente, ela me olhava, mas não me olhava reto. Ela me olhava com a cabeça baixa. Eu olho minhas mãos e percebo que sou criança novamente. Minha mãe me pega no colo e sorri.
- Tenha orgulho de quem você é minha princesa.- diz sorrindo.
- Eu te amo mãe. - digo com uma voz de criança.
Sonho off

- Serena acorda.- ouço meu pai dizer.
Eu me levanto sonolenta e me dirijo até o banheiro. Eu me olho no espelho e me encaro, à cada dia eu estava cada vez mais parecida com minha mãe. Lavo meu rosto e me encaro novamente. Saio do banheiro e me troco.

Meu pai estava sentado à mesa junto com Helen e Elisa, eles estavam rindo e pareciam felizes. Havia um bom tempo que eu não via todos assim.
- Bom dia!- digo dando um beijo na testa de cada um.

Tomamos café e meu pai decidiu sair com Helen e Elisa. Eu decidi ir falar com o Ed, não. Tínhamos motivos para ficar sem nos falar. Decidi que nós deveríamos ser apenas amigos, pois sempre que rolava um sentimento entre a gente, nós acabávamos brigando.
Ed tem se tornado um ótimo amigo e companheiro à todas as horas.

Afinal é um ano novo e uma vida nova. Eu não me recuperei mentalmente do meu pequeno "acidente". Eu ainda tinha pesadelos. Mas eu os escondia, a cada dia eu tentava esquecer.
Pego meu telefone e disco o número do Ed.

- Oi ginger!- digo.
- O que aconteceu com a Serena brava? - pergunta.
- É... Desculpa por ontem, acho que eu fui egoísta com você. - digo.
- Tudo bem... Eu nunca vou te odiar porque...

Eu não podia deixar ele terminar de dizer aquilo, nós precisamos manter nossa amizade.
- Olha Ed. Você é meu melhor amigo e eu te adoro, não quero mais brigar com você. Amigos novamente? - digo na intenção de deixar bem claro a palavra AMIGO.
- Tudo bem - suspira - Esqueci de avisar. Eu vou viajar e só voltarei em janeiro. Vou pro EUA, promete que vai me visitar? - pergunta.

- Ah... Que legal, é claro que sim! Eu tô querendo fazer Intercâmbio! Vai ser muito bom.... Quando você viaja?

- Daqui três semanas. Meus pais me deram a notícia hoje. Parece que uma gravadora quer assinar comigo por um ano. - diz.

- Que ótimo! Então está marcado. - digo desligando.

E agora só restava esperar.

Três semanas depois.

Estamos no aeroporto nos despedindo do Ed. Sinto um aperto no coração. Ele está prestes a embarcar.
Corro até ele e o Abraço, olho em seus olhos. Eu estava triste por ele estar indo.

Estamos tão próximos que consigo sentir sua respiração. Nossos lábios estão muito próximos. Eu o beijo, doía saber que aquele seria o último Beijo. E que eu só o veria daqui há sete meses...
- Espera por mim... Eu não demoro. -digo em seu ouvido.
- Eu espero.- diz sorrindo e se virando.

Lágrimas de felicidade escorrem pelo meu rosto. Estava feliz por ele estar realizando seu sonho.
Ele se vira e da um último sorriso. Levanto a mão e aceno.

- Adeus Ed. Espere por mim...-digo baixinho e sorrindo. Voltei e me juntei à minha família e à família dele. A mãe dele chorava sem controle. Eu a abracei e sorri.
- Ele vai ficar bem... - sorrio beijando sua testa.