Acordo novamente no hospital, olho ao meu redor e não vejo meu pai, vejo um garoto moreno, um pouco mais alto que eu sentado ao meu lado.
-Quem é você? - pergunto.
- Sou Diogo o irmão da Elisa... - ele fala.
- Não sabia disso...- digo colocando a mão na cabeça , minha cabeça doía conforme eu me levantava- Sabe onde meu pai ou ela estão? - pergunto.
- Eles foram em casa pegar suas roupas, vai ter que ficar de observação até amanhã. - ele fala.
-Obrigada... Até que você é bem útil- digo dando risada. Ele retribui com um sorriso torto nos lábios.
Ficamos um tempo calados. Até que meu pai chega junto com Hellen e Elisa. Elisa me abraça muito forte.
-Tem que parar com isso em menina! - ela diz bagunçando meu cabelo.
-Como mulher você deve saber o quanto é ruim quando alguém bagunça seus cabelos. - digo rindo e arrumando o cabelo.
Meu pai me olha e não diz nada.
- Você vem aqui e não me da nem um abraço? quanta gentileza - digo sendo sarcástica e sorrindo. Meu pai vem até mim e me da um abraço.
- Desculpa... - ele diz em meio as lágrimas.
-Tudo bem... Eu te amo... - Digo.
Mais tarde todos foram embora menos Diogo , Elisa pediu que ele ficasse comigo, já que ela teria uma entrevista do dia seguinte , Hellen tinha escola, e meu pai iria trabalhar.
- Preciso sair... Pra andar.- ele diz.
-Posso ir com você ? Tô cansada de ficar aqui no quarto.- pergunto.
Ele me deixa ir. Saímos do quarto, Diogo foi na frente ver se não tina nenhuma enfermeira olhando. Caminhamos pelo longo corredor e saímos pela porta de serviços. Minha sorte foi que meus pai levou meus chinelos, então não estava descalça.
Andamos por alguns quarteirões.
- Já morava aqui? -pergunto.
-Não, cheguei na hora em que seu pai tava te levando pro hospital -ele responde.
Diogo era misterioso, não sei se era porque acabamos de nos conhecer, ele era o tipo de pessoa que só respondia o que perguntavam.
-Qual a sua idade? - pergunto.
-Tenho 18... - ele responde.
- Você é sempre assim? Só responde o que perguntam? - pergunto.
-Você é sempre assim? curiosa?- ele diz arqueando as sobrancelhas.
- Só quando estou entediada. Mas não sou de conversar muito. - digo.
Ele tira um maço de cigarros do bolso e coloca um cigarro, Horse no canto direito de seus lábios.
- Se importa? - ele pergunta.
- Ah... Não, fique a vontade - digo me afastando um pouco.
Caminhamos de volta ao hospital em silêncio. Entramos no quarto e ficamos ali, sem falar nada. Ele acabou dormindo. Ele era aquele garoto que todas as garotas gostariam de namorar. Ele até era bonito, mas... Ele é o tipo de garoto que eu nunca me interessaria. Nunca curti pessoas que fumam, e ele é uma dessas pessoas.
Acabo adormecendo. Acabei acordando 6 horas da manhã. Fiz minhas higienes e fui andar pelo hospital. Me sento do lado de fora, onde os pacientes tomam sol. Um garoto ruivo chega e se senta ao meu lado.
- O dia parece agradável...- ele diz olhando para as árvores.
- Aham... - digo.
Meu pai aparece e me chama.
- Tenho que ir, até mais - digo me levantando e saindo. Ele olha para mim e sorri.
Caminho até meu pai, ele está com uma expressão seria no rosto. Quando chegamos no quarto, o doutor Carl está na sala.
- O que acontece? - Pergunto.
- Querida, como você se auto-mutilou , o doutor Carl achou melhor que você passasse um tempo na clínica. - Meu pai disse.
- Filha... Olha para seus pulsos. - meu pai diz.
olho para eles e eu vejo que meu braço está mais machucado. Não sei como aconteceu.
- Juro que não fiz por querer . - digo chorando.
- Isso acontece por conta do stress ocorrido nesses dias, você tem feito isso sem perceber. - o Doutor Carl disse.
-Mas e a escola? - falo.
- Um professor te ajudará, virá aqui 4 vezes na semanas. - ele diz.
E concordo e abaixo a cabeça.
- Preciso de um pouco de ar. - digo saindo.
Saio do quarto, e volto para a ala de lazer do hospital. Me sento no banco. Não consigo chorar, não consigo me expressar.
O garoto ruivo chega e senta ao meu lado.
-Parece que você recebe uma notícia ruim...- ele diz.
- Parece que você gosta de me seguir. - digo.
Percebo que ele fica sem graça.
- Desculpa... é só que... Eles acham que eu vou me cortar de novo... - digo.
- Eles acham que eu vou beber e bater o carro de novo. - ele diz.
Fico sem palavras.
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Se enlouquecer não se Apaixone
TeenfikceEu juro que não pretendia me apaixonar por ninguém. Mas aconteceu e eu esto feliz, quer dizer, parte de mim...