- Incrível o poder de percepção que os pais tem... Acham que vamos sempre fazer merda. Nunca acreditam em nossa capacidade, querem que sejamos adultos , mas não nos tratam como tal. - digo.
-Talvez eles façam isso para nos tornar responsáveis, pra que a gente perceba que nossas atitudes não são legais. Talvez seja isso... - ele diz.
- Ou talvez não... - digo.
Conversamos e ficamos até à noite do lado de fora. Diogo chegou e me chamou para entrar pois meu pai estava achando que estava muito tempo sem comer.
- Não estou afim.- digo
- Mas você precisa. Come ao menos uma fruta - meu pai diz tentando me convencer.
Comi uma maçã , e tomei suco. Realmente estava sem fome.
Meu pai pediu que Diogo me acompanhasse à noite, já que eu era menor de idade.
Estávamos ali, nós dois no silêncio. Meu pai havia me devolvido o celular e o meu computador.
Peguei meu celular e liguei para Emilly.
- Oi... É a Serena. - digo
- Oi amiga, cara que saudade... Quero muito te ver, tenho muitas coisas pra te contar.
- Também tô com saudades. Tipo o que? E o Marcos? - pergunto.
- Então... Sobre ele também. Acredita que ele me falou que tinha uma queda por você , amiga. Ele chorou quando soube que você não ia sair com ele, por isso ele não foi na sua despedida. - ela diz.
- Mas... Em, ele só tava daquele jeito porque queria que aquelas garotas largasse do pé dele. Eu só ajudei ele. E o fato de termos nos beijado não fez nenhuma mudança, porque ele nem ligou.
- Okay, depois a gente conversa tenho que ir pra casa Beijos.
- Beijo. - digo desligando o telefone.
Dou um longo suspiro , não podia acreditar que Marcos estava gostando de mim, muito menos chorar por mim. Tudo estava muito confuso.
- Altas emoções não é mesmo? - ouço Diogo dizer.
- Nem tanto... Só preciso tentar esquecer tudo isso... - digo.
- Por experiência própria, não tente esquecer, isso só vai te matar por dentro.-ele fala.
- Não pedi conselhos. Mas já que insiste, eu preciso esquecer. Não quero mais ter que lidar com isso. -digo.
- Mas precisa... Posso te perguntar uma coisa? - ele e diz.
- Aham, não sendo coisas sobre minhas intimidades pode. - digo.
- Qual é a daquele garoto ? - ele pergunta.
- Que garoto? - pergunto.
- Marcos... - ele diz.
- Ele é só um amigo. E ajudei ele em umas coisas, e daí agora, minha amiga, que também é amiga dele. Me disse que ele gosta de mim. Não é nada demais. - digo.
Ele concorda.- Vamos fazer um jogo. - digo.
- Não - ele diz.
- Não estou perguntando se você quer, tô falando que vamos fazer e pronto. -digo. Puxo o braço dele e pego uma escova de cabeça arredondada. Saímos do quarto e fui chamar alguns adolescentes que praticamente moravam no hospital.
Depois de reunir todos nós sentamos no meu quarto em um círculo.
- É o seguinte , o nome do jogo é "Pergunta, Verdade ou Consequência" Sendo que você só pode escolher a verdade uma vez. - digo.
Todos concordam.
Jogamos muitas vezes até que o garoto ruivo aparece junto de um garoto loiro no meu quarto.
Eles se sentam na roda, o garoto cujo o nome ainda não sei da um leve sorriso para mim. Eu retribuo, o garoto loiro me encara e Diogo também.
-Preciso de um ar - Diogo diz.
Ele sai batendo a porta.
-Eu já volto. - digo seguindo ele.
Caminho atrás dele. Quando chegamos ao terraço paro ao seu lado e fico observando Londres de cima. Ela é realmente linda, de longe uma cidade problemática. Porque realmente não é. Ela é linda.
- Porque saiu da sala? -pergunto.
O silêncio permanece.
- Tudo bem... Tchau. -digo me virando.
Ele segura meus braços e me vira para ficar em frente a ele.
- Pare com isso... - Ele diz.
- Parar com o que? - pergunto.
- Você sabe que... - ele diz passando a mão nos cabelos - você tá me deixando louco . - ele diz parando de me olhar nos olhos.
- Sou formada nisso. - digo.
Ele se vira para mim e me beija, sua língua abre espaço e entra em minha boca explorando cada parte dela. Suas mãos estão em minha cintura me fazendo ficar colada nele. Minha mão esta em sua nuca e a outra em seu peitoral , lindamente definido.
Paramos de nos beijar .- Vou voltar para o Quarto - digo virando as costas.
Entro no quarto e vejo o garoto ruivo beijando uma menina... Acredite se quiser , era aquela garota que esbarrei na escola.
Me sentei e sorri. Diogo veio logo atrás e se sentou à minha frente.
Girei a escova e pra minha sorte para em frente ao Diogo.
- Pergunta, Verdade ou consequência. ? - pergunto.
- Consequência. - ele responde.
- Quero que você, faça agora o que fez lá no terraço comigo. - digo.
Todos arregalam os olhos.
Ele se inclina para frente, eu fecho os meus olhos.
Ele chega perto dos meus ouvidos e diz:
- Garota tola, você não passa de uma mimada. - ele diz.
Fico envergonhada, sinto meus olhos encherem de lágrimas. Me levanto e saio andando.
Caminho até o banheiro , pego meu depilado em gilete, coloco dentro do mole tom e saio do quarto.
Vou até o terraço e me sento perto das grades de proteção.
Levanto minha blusa e quando estou prestes a passar a gilete em meu pulso ouço uma voz.
- Acho que não deveria fazer isso.... - o garoto ruivo diz.
- Saia daqui... - digo.
- Desculpe , mas eu não posso fazer isso. Vi o que rolou aqui em cima com vocês , e acho que ele é um babaca. - ele diz.
- Não entendo... Ele me disse que eu tava deixando ele louco. E daí me beija. Dai eu o desafio a me beijar de novo e ele me xinga? - digo chorando.
- Não acho que você deva chorar , não por ele, não por isso. Existem causas maiores para terem suas lágrimas. Ele não sabe dar valor nas coisas que tem... Só isso...- ele diz.
- Você sempre tem palavras inteligentes assim pra dizer? - digo.
- Não , eu só gosto de parecer inteligente às vezes. - ela diz.
- Pode me abraçar.... Por favor, preciso disso. -digo.
Ele me abraça , mas não me abraça de uma forma qualquer. Ele me da um abraço de ternura.
-Porque ainda não me disse seu nome? -pergunto.
- Porque você ainda não me disse o seu. -diz.
- Serena. - digo.
- Edward- diz.Ficamos ali conversando. Quando decidimos voltar para o meu quarto, todos já haviam ido embora.
- Obrigada por ter sido legal comigo... -digo lhe dando um beijo na bochecha.
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Se enlouquecer não se Apaixone
Fiksi RemajaEu juro que não pretendia me apaixonar por ninguém. Mas aconteceu e eu esto feliz, quer dizer, parte de mim...