Primeiro dia

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A faculdade é linda e completamente enorme. Eu me perderia aqui fácil. Já estava toda desorientada, até que vem uma menina sorrindo em minha direção e pergunta: "Você sabe onde fica a sala da nova turma de Psicologia?". Que menina linda, nossa.

- Oi, não, eu não sei. Eu também estou procurando, vamos perguntar na recepção, que tal? – Ela sorriu.

- Vamos sim, qual seu nome? – Perguntou ela.

- Me chamo Alice, e você?

- Prazer Alice, me chamo Elena, mas pode chamar de Lena. – Ela sorriu e "pqp" que sorriso lindo. Se eu fosse lésbica ficaria.  Uma morena um pouco alta, de uns 1,75 mais ou menos, cabelo ondulado, olhos castanhos claros e lábios carnudos.

- Prazer é todo meu Lena. – Sorri de volta.

Nós fomos perguntar para a moça da recepção e ela nos disse que era no segundo andar, sala 16. Chegamos juntas e ela se sentou ao meu lado. Que legal, tenho companhia para o intervalo.

"Todos quietos, vamos se sentar, vou me apresentar." Disse o professor. Todos obedeceram.

- Bem... – Começou ele. – Me chamo Antonio, a minha disciplina com vocês será a psicologia do comportamento. Duas aulas comigo por semana; na segunda, que no caso é hoje. E na quinta-feira. Bom é só isso. Bom dia.

E as aulas prosseguiram. No intervalo foi divertido, a Lena é uma ótima companhia. Não, não sou lésbica nem bi. Nem ela, ela namora. Na certa, se fosse lésbica ou bi eu ficaria por que é muito linda mesmo. Fiz amizade com um garoto chamado Pedro e o amigo dele Alex.

Enfim, amei a faculdade, a turma. Todo mundo. Os três pegaram meu número. O Alex já deu em cima de mim, mas não to a fim de nada com ninguém. Como Fran costuma dizer "Você vai morrer virgem e chata". Tenho culpa se não consigo me apaixonar por ninguém? Não! Estou na fase que só consigo pensar no meu futuro. Enfim, está ficando tarde e vou dormir.

Quando deito e coloco o celular em cima da mesinha que fica ao lado da minha cama, ele vibra. Vejo a mensagem e noto que é aquele mesmo número, e um detalhe que só reparei agora: o código é da USA.

"Bem, como ontem você não me respondeu, presumi que foi por minha falta de educação. Eu te adicionei no face há pouco tempo atrás. E então, adicionei sua amiga chamada Fran e, a mesma ficou conversando comigo. Eu havia dito que achei você bonita e ela me passou seu número. Pronto? Boa noite e dorme bem, não sei que horas são aí, mas provavelmente é a noite."

Meu Deus eu mato a Fran! Como ela passa meu número assim para estranhos e que não tem foto no perfil?

"Olha, não sei seu nome e muito menos o que você quer. Mas, me deixe em paz, por favor, por que não falo com estranhos. Obrigada, Boa noite. Tchau!".

Eu não falo com estranhos, minhas experiências não me deixam confiar nem em quem eu conheço, imagine em estranhos. Muitas pessoas julgam pessoas rudes, nem sempre fui assim. Sei também, que sofrimento não é motivo de descontar nos outros. E eu não faço isso com ninguém. Só não converso com estranhos, e nem confio em quem acabei de conhecer. Nem em quem conheço. Só confio na Fran e na minha mãe. E a Fran vai levar uma porrada quando eu for a Brasília.

"Calma Alice. Você é muito brava! Eu me chamo Rafael e moro em Los Angeles. Tenho 17 anos e vou te mandar uma foto minha, mas não agora. Apenas, fale comigo. Não me bloqueia, por favor, e não pare de falar comigo".

O que um ser humano de Los Angeles quer comigo? Ele está à milhas de distância, cara.

"Não sou brava! Cala boca, você nem me conhece garoto. Apaga meu número. Tchau!"

Coloco o celular na mesinha e viro para o lado, ele começa a vibrar de novo.

"Não vou apagar seu número, mas também não vou ficar aqui me humilhando pra você não, e quer saber? Pode ir, você vai voltar e me procurar um dia. Você vai ver".

Aquilo ficou na minha cabeça a noite toda, apesar de não respondê-lo, eu não consegui bloquear o número. O motivo eu desconheço, mas há algo impedindo. Eu fiquei a madrugada remoendo aquilo. Por que eu o procuraria? Não faz sentido, nem o conheço. Mas, agora não consigo parar de pensar naquelas palavras "Você vai voltar e me procurar um dia". Ele estava convicto nas suas próprias palavras. Ele tinha certeza disso. Como ele poderia ter certeza? E por que ainda estou remoendo isso? Meu Deus, eu nunca vi esse garoto e ele está em los Angeles.  Não sou obrigada. Ele tem a mesma idade e o nome dele... Rafael.

Rafael...

Adormeço as quatro da manhã, e sonho com um estranho, não consigo visualizar o rosto dele, apenas tenho uma necessidade de correr para os braços dele. Um terremoto começa e tudo começa a cair, o chão racha e meu único objetivo: alcançá-lo.

Quando eu o abraço ele me solta, e se joga no abismo que abriu no chão. As últimas palavras dele são: "Eu disse que um dia você iria precisar de mim. Porém, agora é tarde demais".

Acordo ofegante e soada. Que pesadelo horrível foi esse. E para completar, tenho que estar na faculdade em dez minutos.





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Galera vou avisar algo importante: próxima semana vou ficar atolado de provas então, com é o final do ano, minha provas começam desde já. Se eu demorar para postar vocês já sabem, né? Vou tentar colocar mais um capítulo hoje, por que a partir de amanhã vai ficar difícil. Então comentem aí o que estão achando ou se estão gostando do conteúdo. Até mais tarde, bjão..

Me dê amorOnde histórias criam vida. Descubra agora