Me dê amor

Luz da minha vida

               

Como aquele idiota foi capaz de entrar em contato comigo? Foi tudo planejado com certeza, o Caíque não quer me deixar em paz nem preso. Mas se esse priminho dele acha que consegue me fazer mal, ele está muito enganado! Ninguém, nunca mais vai me fazer mal! Estava pensando alto quando ouço a campainha.

Fui ver quem era, e porque meu porteiro não me avisou, eu tenho que autorizar a entrada, ah não ser que era alguém do meu apartamento.

- Alice, sou eu. – Disse Lari e eu suspirei de alivio. Devo estar ficando paranóica.

Abri a porta e ela me abraçou chorando.

- O que foi amor? – Perguntei a apertando contra mim.

- O Pedro... – Disse e começou a chorar de novo, mais alto.

Eu já havia entendido tudo, ele com certeza terminou com ela e eu como boa amiga, vou consolá-la.

- Vem aqui. – A puxei para o sofá e ela deitou a cabeça no meu colo.

Ela ficou falando de como o Pedro era idiota e que quem perdeu foi ele, não ela. E falou, falou, falou e eu acariciando seu cabelo e a ouvindo atentamente.

Mas enquanto ela falava, já quase dormindo, minha mente começou a vagar para longe e voltou ao Rafael, eu vou dar um jeito nesse menino. Primeiro preciso da minha passagem para os Estados Unidos. Cansei de deixar esses garotos ridículos estragarem minha felicidade. Cada um à sua maneira, dor interior ou física. Chega! Acabou!

*

- Cara, relaxa ela vai se arrepender e perceber que você não tem culpa de nada. – Disse Yuri tentando me acalmar.

- O problema não sou eu ter culpa e sim, ter o sangue do Caíque. E eu não sei o que aquele filho da puta fez, mas para ela me odiar, deve ter fodido a vida da garota.

Yuri pensou sobre e isso e enfim assentiu. Foi até a cozinha e voltou com duas cervejas, me ofereceu e eu recusei. Beber é o que estou evitando, já o fiz muito ontem.

- Tem um jeito, Yuri! Eu tive uma idéia! – Disse animado com meu novo plano.

- Ih, lá vem... – Disse revirando os olhos. – Qual é o plano?

- Eu e meu melhor amigo incrível, vamos para o Brasil. – Respondi confiante.

Yuri sorriu irônico.

- OK, mas quem é esse melhor amigo incrível? Fez novas amizades foi? Por que você não pode estar se referindo a mim.

- Pois é você mesmo. – Falei.

- Nem a pau! – Disse se virando e voltando para a cozinha.

Eu fui atrás dele.

- Ah, qual é? Vamos, Bro. As brasileiras são lindas e outra eu preciso conversar com minha prima e minha tia, e finalmente entender o que aconteceu.

- E você precisa ir lá? Manda uma mensagem pelo facebook, oras!

- Yuri, cala a boca, sério. Você sabe por que tem que ser pessoalmente. – Insinuei entre dentes.

- Ah, sua namoradinha virtual. – Disse rindo. – OK eu vou.

O abracei, esfregando o cabelo dele.

- Você é o melhor, Bro!

Tudo certo, agora só falta a passagem e let's go to Brazil!

*

Fiquei cerca de uma hora procurando hotéis que valessem a grana no EUA, até que recebo uma ligação da Fran, até que enfim, pensei que ela havia esquecido de mim.

- Amiga! Você não sabe o que fiquei sabendo! – Gritou praticamente.

- Ai, meu ouvido. Eu não sei o que é mesmo, mas eu sei que não sou mega fone para você ficar gritando.

Ela riu do outro lado da linha.

- Fiquei sabendo que minha mamis vai me transferir para uma faculdade perto da sua! – Disse animada.

Eu fiquei super feliz com a noticia, minha vontade era de abraçar ela e ficar pulando, mas me lembrei que ela está pelo telefone, não pessoalmente. Então comecei a gritar no telefone.

- Amiga, agora eu que uso sua frase. – Ela disse caindo na gargalhada.

- Ah, desculpe-me é que essa noticia é tri boa.

- Eu sei, eu sei. – Disse ela com um tom de voz contagiante.

- Então, eu te busco no aeroporto. Que dia você vem?

- Só mês que vem.

- Quê? Mês que vem? Ai que demora! – Bufei.

- Calma amor, passa rápido. – Disse ela tentando me acalmar.

Eu concordei e me acalmei um pouco. Ficamos jogando conversa fora, e após desligamos e ficou marcado o dia que eu buscaria ela no aeroporto. Afinal, quero ser a primeira a vê-la quando ela pisar aqui no Rj. Agora sim minha vida pode se torna melhor. Ela só será BEM melhor depois que eu der um jeito nesse Rafael. Peguei meu celular e foi resumido em:

Alex: Desculpe Alice, eu falei aquilo no calor do momento! Se puder me perdoar, e me encontrar naquele restaurante Japonês depois da facul amanhã, ficarei muito feliz. Beijos pequena. Te amo!

Larissa: Lice vamos dar uma volta? Não agüento mais esse tédio! E isso me faz lembrar o traste. Que tal praia? É legal um fim de tarde de domingo na praia.

Lena: Vem aqui em casa, vamos passar o último domingo juntas amiga!!! Me responde, xoxo.

Fran: Oh bitch é pra ir me buscar, ah e não esqueça que vamos curtir na minha primeira noite aí... não responde porque não quero ler "não", é sim e pronto, até amanhã, tenho curso de Espanhol. Bjinho.

Nenhuma do Rafael, melhor assim. E eu vou excluir a do Alex sem ao menos responder. As outras eu respondo depois, preciso continuar minha busca pelos hotéis, já que daqui a dois meses tenho férias, posso ir lá.

E como a Fran estará aqui, e não terá aulas nem para mim, nem para ela, podemos ir juntas. Estava tão absorta nessa idéia que nem reparei que meu celular estava vibrando.

"Alice, sei que você provavelmente quer distância e eu respeito. Mas, você não pode me culpar por algo que os outros fez, mesmo que seja da minha família. Ele é ele e eu sou eu. Simples. Queria avisar que estou indo para o Brasil daqui a duas semanas e vou estar na casa da Kaah, vai lá e podemos esclarecer tudo. Você confia nela ou ela te fez algo também? Se confia nela, vai lá e todos podemos conversar sobre o que o babaca fez."

Eunão conseguia acreditar no que estava lendo, ele vai vir para o Brasil? Então,ele planejava isso antes de eu ter minha "idéia de gênio";   que grande droga!!! E agora? E se ele nãotiver nenhuma façanha, não custa nada eu ir, certo? E outra eu confio muito na Kaah, ela salvou minha vida! Ah, não custa nada, levo a Fran comigo, não é grande coisa porque ela é mais frágil que eu. Porem é o bastante para não me sentir desconfortável.