A tal chamada paz

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— Quem... deu... essa... ideia? - perguntei.

Estávamos eu, Rafael e Yuri no shopping, era domingo e eles iam embora amanhã e um deles deu a bendita ideia de Yuri ficar.

Lá fora estava um dia claro de inverno, e a luz que entrava pelas janelas do shopping, brilhava. Exatamente na mesa que nos encontrávamos sentados, bebendo café.

De repente, apareceu uma jovem a nossa frente, pareceu meio sem jeito, mas perguntou:

— Olá pessoal, desculpe incomodar - disse. — Mas é a primeira vez aqui no Rio de Janeiro, vocês sabem onde fica o Mc Donald's?

— É preciso perguntar para a Consulesa aqui - informou Yuri, apontando para mim. — Eu e eles somos apenas turistas também.

— Fica no terceiro andar - declarei, simpática. — A segunda escada à sua direita.

— Agradeço pela atenção de vocês - disse ela, apertando as mãos na frente do corpo. — Eu estou esperando uma amiga. Inclusive me chamo Fernanda, prazer em conhecê-los.

— Ótimo, então. Prazer é todo meu. - falei. — Encontre-a e se divirta. Você vai amar o Rio de Janeiro.

A menina abaixou a cabeça.

— É... então tchau. - disse ela e se afastou de nós.

— A menina parece perdida e triste - disse Yuri.

Eu apenas revirei os olhos.

— Problema é dela, não deixarei estranhos se aproximarem de mim do nada, você já viu o que aconteceu com Alice.

— Pois é. - ele comentou.

— Enfim, você não vai ficar aqui; você tem sua faculdade lá, sua família lá, sua vida lá.

— Eu tranco. - disse ele. — Vou ficar aqui até você voltar a andar.

Ele segurou minha mão por cima da mesa. Nossas mãos se agarraram desajeitadamente.

— E se eu nunca mais voltar a andar?

— Então ficaremos para sempre aqui, afinal. — Respondeu.









***********









Eu deslizei das costas do cavalo e estiquei a mão para ajudar Fran a descer.

— Chegamos - falei, virando para olhar o lago.

Viemos eu, ela e Alice passar o fim de semana no meu sitio. Naquele mesmo dia do shopping, mais tarde, Alice me ligou e contou tudo, falou que precisava espairecer e viemos para cá. O que me agradava nesse sitio era a paz que ele exalava e havia um lago próximo. Era um local adorável, sem duvida, e considerando que a noite buscariamos a Clarice, mãe de Alice, para viajar. Estávamos tendo um belo dia. O lago se estendia tingido pela cor do céu de inverno, delineado em águas cristalinas, a superfície escovada e ondulada de modo que lembrava um pedaço de papel alumínio dobrando e desdobrando ao toque do vento. As nuvens eram brancas e altas, só que pareciam cobertores cobrindo o céu; não estava sol, mas não estava tão frio, não tinha vegetação nessa época.

Fran avançou até a beira da água. Nós tinhamos achado que Alice viria conosco, mas na última hora Alice recusara, alegando que estava bem assistindo Netflix.

A água do lago estava límpida, com um ligeiro brilho de arco-íris, como uma lustrada de óleo.

— Eu sou filha única - disse Fran. — Sempre quis ter uma irmã.

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⏰ Última atualização: Aug 17, 2017 ⏰

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