1 capítulo - Cotidiano

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"O problema de ser masoquista é que, no final das contas, se o dominador não é um sádico de primeira, então as punições no sentido comum da palavra não funcionam como uma intimidação."

A primeira coisa que tenho a declarar é que não sou uma pervertida, apenas uma pessoa com desejos aflorados e diferente das demais. Nunca os coloquei em prática, mas sonho com o dia em que o sonho que insiste em aparecer na maioria das minhas noites, irá acontecer.
~
Ele estava segurando firme o rabo de cavalo longo em que meu cabelo estava formando, e com a outra mão segurava a minha boca com tanta força que me forçava a fazer bico. Além da dor na face e na cabeça por contas dos puxões de cabelo, eu me sentia tão bem por sentir seu corpo próximo ao meu que, por um momento, esquecia que estava dolorida.
- Você me deixa louco com esse seu jeito de menina mimada. - Enquanto ele susurrava essas palavras no meu ouvido forçando minha cabeça para traz, eu sentia uma descarga em meu corpo que não tinha uma parte se quer que não estava arrepiada e impactada com cada palavra, eu estremecia com frequência.
Seu corpo tinha pele clara, porém em um tom corado. Seu cabelo castanho chocolate liso com algumas ondas, caia ao redor do rosto desenhando o formato grosso do seu queixo, e também da sua barba bem cortada. Seus olhos eram em um tom tão amarelado que pareciam refletir mel. Sua boca era carnuda em uma linda cor rosada. Alto, intimidador... Braços fortes e corpo muito bem definido. O seu olhar me fazia faltar o ar! Não conseguia reagir com palavras a nada que ele me dizia, e quando eu pensava em abrir a boca para reagir...
~
*Despertador*
Peguei meu blackberry e deslizei o dedo sobre ele desligando o maldito som do alarme.
- Segunda-feira, droga! - eram 6h da manhã. Segunda-feira não é um dos meus dias prediletos, ainda mais quando se tratava de um dia chuvoso. Fiquei por alguns minutos encarando o teto intrigada, pensando o "porque" de tantos sonhos relacionado a esse "sexo violento". Na verdade eu pensava muito, mas era incapaz de acreditar que um dia teria a coragem de praticar tal ação. Olhei as horas e ja eram 6:20, levantei sobre um pulo da cama.
Fui para o banheiro tirei meu pijama estampado de coelhos e cenouras, retirei também minha calcinha e sutiã. Peguei minha escova de dentes com creme dental, e entrei para de baixo do chuveiro (...)
Após vesti minha roupa extremamente social, blusa branca acompanhada de uma saia cintura alta preta e um bleiser preto, calcei meu escarpam em um salto baixo fino. Peguei minha bolsa e saí, desci as escadas do apartamento, moro no segundo andar, e fui para a garagem. Avistei o meu carro, um audi 3 cor branco (odiava a cor), ganhei dos meus pais quando fiz 18 anos. Trabalho 6h por dia, de 7:30 ás 13:30 de segunda a sexta, e faço faculdade de 15h as 19h nos mesmos dias.
- Bom dia! - disse a recepcionista da empresa onde trabalho, com um largo sorriso. Ela era como as recepcionistas de filmes, loira dos olhos claros, corpo de modelo e muito bem vestida.
- Bom dia! - respondi em um tom baixo e simpático.
Entrei no elavador e apertei o 8, onde era o meu setor. Trabalho ao lado do gerente Louís, filho do dono da empresa. Tem 32 anos e vive uma vida de rei! Algumas pessoas nascem com muita sorte neh... Ele é alto, moreno dos olhos castanhos claro e cabelo cortado estilo soldado do exército em um tom castanho escuro. Como sempre, ele estava vestido com um terno preto com a gola da blusa um pouco aberta, exibindo uma parte do seu peitoral que parecia ser bem definido. Ele é bem insistente, tenta ter algo comigo desde quando entrei na empresa, mas respeita meu espaço. Somos "amigos" eu diria.
- Oi linda, bom dia! -Disse Louís me dando um leve beijo no rosto.
- Nada de bom, hoje é segunda! - fiz uma careta e sorri para ele retribuindo o beijo no rosto.
- Hoje vou precisar que fique em minha sala, chegou alguns documentos do sindicato. Preciso que confira e mande para o setor financeiro. - Ele disse com a seriedade de um profissional capacitado.
- Tudo bem, vou apenas deixar minhas coisas na minha sala. - sorri.
O tempo na empresa passou bem depressa, almocei com Louís no restaurante de costume em frente à empresa. Meu dia foi cheio! Muito trabalho, deve ser por isso que o tempo passou tão rápido. Saí da empresa e passei em casa para tomar um banho.
Me arrumei com um vestido simples rosado e sapatilhas beje. Amarrei meu cabelo em um rabo de cabelo alto e passei maquiagem leve. Peguei minha bolsa com cadernos, livros etc. E fui novamente para meu carro, dessa vez indo em direção a faculdade. Chegando lá fui de encontro ao abraço da minha amiga de infância, Alice.
- Lice, você sumiu! - disse enquanto abraçava ela com carinho.
- Oi Liz, - retribuiu o abraço e continuou- eu estava resolvendo algumas coisas como havia dito a você.
Alice estava vendendo o apartamento para pagar a faculdade, convidei ela para morar comigo e estava esperando sua resposta.
- E já conseguiu um comprador? - perguntei.
- Sim, entrego o apartamento na sexta feira. - Senti um pouco de tristeza em sua voz.
Coloquei a mão em seu rosto, disse:
- Porque essa cara hem? Eu já disse que estou aqui para lhe ajudar! E também estou cansada de ficar sozinha, vai ser ótimo ter você para me animar. - sorri
Ela sorriu e disse:
- Tudo bem Liz... Me apeguei ao ap - ela fez beicinho, rimos. Continuou - Mas sábado estarei com as malas na porta de sua casa!
- Ok, eu estarei te esperando! Agora vou para a sala por que a aula ja vai começar - despedi dela com um beijo no rosto e entrei para a minha turma.
Alice fazia Recursos Humanos na sala em frente a minha, e entrou para sua turma também.
(...)
Durante a aula tive vários conteúdos importantes, pois daqui a 2 meses seria a prova para o próximo simestre. Eu ja estava ficando louca! Tinha que estudar, e me dedicava muito para ter boas notas.
A aula acabou as 19h em ponto. Quando estava indo para casa, passei em um restaurante e comprei espaguete para jantar.
Chegando em casa, coloquei o espaguete no microondas enquanto caminhava em direção ao quarto tirando a roupa. Costumava ficar em casa apenas de calcinha e sutiã, ou de pijama.
Peguei o prato e sentei no sofá para comer.
*Toque do celular*
Assustei, olhei para o celular. O peguei, minha mãe me ligava. Atendi:
- Oi mãe... - Suspirei, sentia falta dos meus pais as vezes.
- Querida! Que saudades! - Pude sentir a dor em suas palavras.
- Também sinto sua falta mãe, e meu pai? Está ai?
- Seu pai está em outro estado, mas chega amanhã, me sinto sozinha. E você, como está? E os estudos?
- Você se sentindo sozinha dona Luiza? - Soltei uma breve risada- Estou bem mãe, e os estudos estão me matando! - disse colocando uma garfada de macarrão na boca.
Minha mãe riu e disse:
- Também me sinto sozinha Elizabeth, tenho sentimentos. - Posso jurar que ele fez careta ao dizer isso. Continuou - Está se alimentando bem?
Parei por um momento, respirei fundo. Minha mãe me enchia o saco em relação a alimentação, e eu não queria preocupá-la.
- Estou sim, Lice se muda para cá na sexta feira. - disse mudando o assunto.
- Que bom! Assim ela puxa sua orelha por mim! - ela deu uma risada. Ri junto.
- Mais fácil eu puxar a dela.- Sorri.
- Querida, preciso desligar. Meus créditos estão acabando...
- Ok mamãe, boa noite. Amo você.
- Também te amo minha linda. Beijo.
E ela desligou.
Terminei minha janta, não tive ânimo para lavar a louça, deixei por lá mesmo. Deitei na cama, peguei meu celular e abri meus emails:
Ás 21:15; de Louis -
"Oi minha linda, estou passando apenas para lhe desejar uma ótima noite! E dizer para si preparar para amanhã, pois acaba de chegar vários documantos para verificarmos kkk. Durma bem.
Seu Louis ♡"
Ao ler desanimei completamente,- 'poxa vários?' - pensei.
Então digitei para ele:
Ás 22h; de Liz -
"Boa noite chatinho! Você acaba de me desanimar para o dia que nem começou! Isso ñ é uma coisas legal de si fazer rsrs. Durma bem também!
Sua 'coleguinha' ♡ kkk".
Escrevi "coleguinha" rindo, ele odiava quando eu falava assim ou o chamava assim.
Então adormeci.

(...)

No outro dia realmente tinha muito trabalho, e na faculdade também. Minha vida não estava fácil, eu vivia cansada e sem tempo para cuidar de mim. Precisava de férias! E as minhas estavam acumuladas... Então quando foi na quinta feira, resolvi conversar com Louis a respeito.
- Louis, preciso te pedir uma coisa. - Falei parada na porta de sua sala o olhando fixamente sorrindo.
- Pode dizer linda, o que você me pede com esse sorriso lindo que eu digo não? - ele riu.
Sorri, e me aproximei fechando a porta de seu escritório.
- Bom, minhas férias venceram ha 3 meses, queria ver si consigo tirá-las apartir da semana que vem.
- Olha, preciso ver, posso te dar a resposta amanhã? - ele disse sorrindo como um bobo.
Ri ao olhar pra sua cara de bocó.
- Tudo bem coleguinha. - mostrei lingua.
Ele revirou os olhos e riu.
Saí de sua sala.
(...)
Na faculdade os conteúdos estavam tensos, os professores estavam pegando pesado. Tive trabalhos em grupos, só assim para eu interagir com alguém da sala. Sou bastante tímida em meio a muitas pessoas.

A noite Alice ja estava começando a levar suas coisas. Ja eram quase 23h e minha sala estava cheia de caixas.
- Lice, acho melhor você passar a noite aqui. - Disse cansada e olhando o cansaço que ela também estava.
- Ai Liz, vou aceitar. Não tenho força para dirigir, e também só restou minha cama lá em casa. - rimos.
Minha cama era de casal, Lice dormiu comigo.

~
"- Você é a submissa que eu sempre procurei, tem algo em você que me prende Elizabeth. - Disse ele com o corpo colado ao meu, pude sentir sua ereção em meu traseiro. Minha respiração estava muito acelerada. Virei de frente para ele, olhei em seus lindos olhos e o beijei. Ele alisava meu corpo com força nas mão me excitando cada vez mais...."

-Liz! -disse Lice me chacoalhando.
Acordei assustada e a olhei fixamente até minha visão focar corretamente em seu rosto.
- O que foi mulher? - Perguntei cobrindo meu rosto.
- Você estava se mechendo muito na cama, quase me derrubou. - ela disse jogando o travesseiro em mim, e continuou - e também si não quiser perder a hora, acho melhor levantar ja vai dar 6:10.
Descobri o rosto e levantei. Fiz minhas higienes e fui tomar café que a Lice havia preparado. Eu raramente comia algo pela manhã.

(...)
Depois do dia longo de trabalho, Louis me entregou minhas férias, só retornaria em 2 meses. O suficiente para eu estudar para a prova e também descançar um pouco.
Estava com uma dor de cabeça terrível, mal prestei atenção nas aulas. A única coisa que ouvi era que a faculdade fecharia durante 1 semana para manuteção. Tudo conspirando a favor do meu descanço, até quem fim!

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