Levantei por volta das 6h da manhã, meus olhos estavam pesados e minha cabeça doía com fincadas. Levantei com minha visão embasada e fui até o banheiro, escovei os dentes e lavei o rosto. Me olhei no espelho e logo lembrei de tudo que aconteceu, antes que pudesse me dar conta ja estava chorando. Eu não costumava ser chorona como estou agora, voltei para o quarto e deitei na cama novamente passei a tarde ali chorando até pegar no sono novamente. Às 16h meu celular tocou me fazendo despertar, era Pierry. Quando vi a ligação meu coração disparou, peguei o celular e a ligação parou. Suspirei, passaram-se 5 minutos e o celular tocou novamente.
- Droga! -joguei meu celular na parede fazendo sua tela trincar. Coloquei meu travessei na cabeça e comecei a chorar gritando como se estivesse com numa dor extrema. Levantei ainda chorando e fui até a cozinha, não tinha vontade de comer apenas bebi um copo de água.
Voltei para o quarto e ali fiquei até pegar no sono.
Passaram-se 4 dias, era domingo. Tinha mais de 20 ligações de Pierry, e vários e-mails do tipo: "Como vc está?"; "Por favor, preciso falar com vc"; "Acho que precisa de uma explicação"... Ignorei todos com meu coração sangrando por dentro. Acho que se ele realmente sentisse minha falta ele viria aqui...
Passei a mão nos olhos, me olhei no espelho e vi que estava muito magra. Meus ossos dos ombros estavam visíveis e estava com olheiras profundas, suspirei. Sabia que estava horrorosa. Nesses dias passei a base de água, e as vezes tomava vinho. Esse amor descontrolado por Pierry não me fazia bem, olha só meu estado! Caminhei curvada e fraca até o banheiro e tomei um banho rápido. Quando voltei para o quarto senti uma forte dor no estômago e minhas pernas estavam bambas, senti meu quarto girar e minha visão turva. Tentei alcançar a cama mas antes que pudesse, caí inconsciente sobre o chão duro e frio do meu quarto.
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ATENÇÃO!
A partir de agora o livro será narrado por Pierry, essa mudança será apenas por um momento para melhor entendimento. Obrigado!
Atenciosamente: Autora ♡
*********************************Se passaram 4 dias e não tive nenhuma notícia de Elizabeth. Minha vontade é de procura-la, mas não sei se devo fazer isso. Talvez isso revelaria o que sinto, se é que eu sei o que estou sentindo.
Peguei meu celular mais uma vez e olhei sua foto na chamada, meu coração de gelo parecia estar derretendo agora. O que estou sentindo é diferente do que já senti, o que essa mulher fez comigo?!
- Senhor, chegaram esse contratos. -disse minha secretária colocando os papéis sobre minha mesa. Guardei rapidamente meu celular.
- Ok. -acenei para que ela saísse. Não dei importância para os papéis. Voltei a pegar meu celular e liguei mais uma vez, chamou várias vezes e ela não me entendeu.
- Inferno! -gritei um pouco alterado. Joguei todos os papéis no chão. Levantei da minha mesa e sai de minha sala. Fui até a mesa da minha secretária.
- Pegue os papéis do chão e analise você mesmo, preciso sair. -falei caminhando.
- Mas senhor.. -interrompi ela me virando.
- Faça o que mandei! -ela olhou um pouco assustada.
- Sim senhor. -levantou de sua mesa e foi para minha sala.
Fui até o meu carro e acionei o alarme. Entrei e antes de dar partida pensei novamente se realmente deveria procurar Elizabeth para explica-la o que aconteceu. Que mulher mais cabeça dura, entende tudo errado! Bufei. Não devo ela uma explicação, mas acho que esse mal entendido deve ser resolvido não vou sair como o "vilão" da história. Liguei o carro e segui para a casa dela.
Bati a porta do carro e subi as escadas até a porta do seu apartamento. Respirei fundo e levantei a mão, antes de bater na porta pensei em recuar e voltar, "deixa de ser covarde!" -meu subconsciente disparou como um tapa na minha cara. Bati na porta e esperei alguns segundos, depois voltei a bater por várias vezes seguidas.
- Abre essa porta! -me irritei chutando a porta. Mas ela não abriu, Elizabeth não deve mesmo estar querendo me ver e eu não vou ficar correndo atrás. Me virei para ir embora, "vai deixar mais uma ir embora de sua vida?"- meu subconsciente sempre me arrasa. Respirei fundo e voltei para porta.
- Elizabeth, abre por favor. -não ouvi nem um suspiro. - Tudo bem, vou arrombar a porta! -esperei mais alguns segundos e nada.
Me afastei um pouco e dei um chute forte na porta que a fez abrir.
Entrei na sala da casa e dei uma rapida olhada e não vi ninguém.
- Elizabeth? -disse a procurando pela copa, cozinha... Fui para o quarto. Quando a vi senti algo apertar meu coração e minha respiração ficou sufocada. Corri até ao lado do seu corpo caído próximo da cama.
- Elizabeth por favor fala comigo! - balancei seu corpo mole e frio em meus braços, ela não se moveu. Sua respiração estava fraca, sua magreza era gritante. Estava completamente diferente. Levantei seu corpo a pegando no colo.
- Fica bem meu amor. -não me dei conta de minhas palavras, mas eu nunca senti o medo que estava de perde-la. Era como se meu ar estivesse acabando, meu coração acelerou enquanto eu caminhava com ela em meus braços até o carro. Olhei novamente seu rosto pálido sobre o banco traseiro do carro e dei um beijo em sua testa. Poderia jurar que senti meus olhos lacrimejarem, mas me segurei não podia ser fraco.
Fechei a porta do carro e acelerei para o hospital Central. Minhas mãos suavam sobre o volante, é chato admitir mas eu senti medo, era esse sentimento que me definia agora. Não costumo sentir isso, na verdade sou sempre tão ignorante com sentimentos que até esqueci que os tinha... Até conhecer Elizabeth. Parei o carro no estacionamento do hospital e peguei novamente Elizabeth, entrei no hospital um pouco desajeitado.
- Por favor, alguém me ajude! -falei em voz alta no meio do hospital. Uma enfermeira se aproximou, me olhou paralisada. Fixou em meus olhos. Ergui uma sombracelha impaciente com esse tipo de reação que causo sem saber o motivo.
- Pois não. -enfim ela disse algo.
- Ela está inconsciente.
- Sabe porque? -porque sou um idiota? Suspirei.
- Não. -falei com um tom de tristeza.
- Vou levá-la a emergência. -a enfermeira saiu e em segundos voltou com vários médicos e uma maca, deitaram Elizabeth e a levaram os acompanhei até uma grande porta branca.
- Sinto muito, mas o senhor não pode entrar aqui. -disse um médico que parecia ser o chefe.
- Como não! -falei irado.
- Por favor. -ele fechou a porta.
- Arg! -gritei passando as mãos na cabeça. Voltei para a recepção do hospital e fiz a ficha de Elizabeth. Sentei na cadeira impaciente. Não posso perde-la, o que seria de mim? Não sei o que ela fez para mim, mas não consigo aceitar a ideia de não tê-la mais, isso nunca! Minha perna balançava rápido quase por conta própria, estava ancioso e nervoso, ja se passaram vários minutos e não tive nenhuma notícia. Perdi a conta de quatas vezes fui até a recepção tentar saber de alguma coisa. Eu preciso ver Elizabeth, preciso dizer algumas coisas. Meus olhos molharam novamente pensando na possibilidade de perder ela de vez, respirei fundo buscando o controle. Levantei a cabeça e vi de longe o médico que atendeu ela.
- Ei você! -falei correndo para acança-lo. Ele virou para mim e ficou me olhando. - Onde ela está?
- Calma rapaz, ela já está indo para a sala de recuperação.
- Quando vou vê-la? -o médico deu um sorriso na intenção de me confortar, revirei os olhos.
- Hoje mesmo, daqui alguns minutos você poderá vê-la na sala. Agora volte e espere. -o médico virou-se e prosseguiu pelo corredor. Encostei a cabeça na parede branca que estava atrás de mim e fechei os olhos tentando não pensar no pior. Isso tudo é culpa minha, agora vejo que devia ter esclarecido as coisas. Se algo acontecer com Elizabeth eu... Eu nunca irei me perdoar por isso. Dessa vez antes que pudesse me dar conta senti um gota de lágrima descer na lateral do meu rosto. Coloquei a mão sobre a lágrima, quanto tempo não via isso sair de meus olhos. Virei um fraco derrepente. Agora descobri meu ponto fraco, e o único. Fiquei por alguns longos minutos no grande corredor onde passava algumas enfermeiras, perguntei a todas elas sobre Elizabeth e todas falavam a mesma coisa: "Em breve irá ver ela". Não aguentava mais ouvir isso, ja estava impaciente!
Sentei na cadeira proximo a porta onde entraram com Elizabeth. Meu subconsciente insistia em me lembrar a todo tempo que a culpa era minha. Respirei fundo, coloquei a mão na cabeça.
- Fique bem Elizabeth... Por favor. -susurrei como se fosse uma oração. Assustei quando a porta se abriu e algumas pessoas de branco saíram com uma maca de lá. Pude ver os longos cabelos negros sem vida de Elizabeth, segui o médico que levava a maca. Fiquei da porta olhando ele ligar uma bolsa de soro à veia do braço dela, e oxigênio ao seu nariz. Meu coração acelerou, parecia ser algo sério. Entrei na sala, o médico assustou mas logo sorriu.
- Agora pode vê-la. Ela está bem, só precisa descansar um pouco. -o médico passou por mim me dando um aperto no ombro como se fosse um consolo, entrei em disparada para o quarto e fui até Elizabeth. Seu rosto estava magro e em volta dos seus olhos estavam escuros. Peguei em sua mão com cuidado.
- O que eu fiz com você... -susurrei para mim mesmo e uma tristeza estranha tomou conta de mim. Dei um beijo em sua mão fria e fraca. - Não me deixe meu amor, por favor. -deitei a cabeça em seu peito e fiquei a escutar as fracas batidas do seu coração.
- Pierry. -escutei sua voz bem fraca e lenta soar. Levantei a cabeça e alisei seu rosto.
- Não diga nada, precisa descansar. -embora meu rosto era sério, eu estava muito preocupado. Tenho a enorme habilidade de não demonstrar claramente o que estou sentindo.
- O... que aconteceu? - sua voz era quase imperceptível, mas conseguir entender o que ela disse.
- Nada, eu sou um idiota. - ela não esboçou reação, mas vi um traço de sorriso em seu rosto como se concordasse. Logo vi que ela ficou triste e uma lágrima escorreu de seus olhos. - Por favor, não chore... Não por mim.
- Eu te amo. - sua voz ainda era fraca, mas ela se esforçou um pouco mais para falar essa frase e pude escutar facilmente.
- Eu também. -falei olhando em seus olhos. Ela parece surpresa com isso... Não sou de falar essas coisas, mas é a verdade eu amo Elizabeth e não dar mais para evitar.
- Também o que? -ela disse, realmente estava surpresa. Suspirei e dei um beijo em sua testa.
- Eu também te amo Elizabeth. -falei como se aquilo estivesse engasgado em minha garganta. Esse momentos foi interrompido pela entrada do médico na sala.
- Você precisa descansar moça. Senhor, pode voltar amanhã por favor. - ele disse me mostrando a porta. Elizabeth apertou minha mão com pouca força, mas parecia que era o máximo que conseguia.
- Não vá. -ela disse.
- Eu nunca vou abandonar você meu amor. Nunca. -dei um leve sorriso tentando conforta-la. - Agora descanse, volto assim que puder. -dei um beijo em seu rosto e sai da sala.
Dei um suspiro de alívio ao ver que ela estava recuperando.
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Apenas Diferente
RandomEste livro foi escrito com o objetivo de despertar curiosidades sobre o corpo e o poder que temos sobre ele... Primeira vez que escrevo, tem um pouco de mim no livro e um pouco de imaginaçoes e sonhos. Espero que gostem!