Capítulo 8 - Desejos

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Levantei, era 6h. Fui até o banheiro e me olhei no espelho. Estava com olheiras profundas e horrorosas, não dormi nada na noite passada. A história de Pierry ainda martelava em minha mente, isso me estava uma tremenda dor de cabeça. Lavei o rosto e fui até o criado do lado da minha cama procurando por num remédio para dor de cabeça. Achei um advil fui até a cozinha, peguei água e tomeino remédio. Coloquei às mãos sobre a bancada da cozinha, e fiquei ali. Mesmo que eu tentasse não pensar em nada relacionada a Pierry, era mais forte que eu. Eu peguei meu celular e pesquisei mais sobre sadismo, masoquismo e sadomasoquismo. Cada descoberta era uma descarga diferente que percorria meu corpo me fazendo arrepiar, a princípio eu estava com medo mas depois comecei a ficar curiosa. Comecei a relacionar todas as pesquisas e as penalidades que as definiram aos meus sonhos, vi que muita coisa tinha haver com meus desejos. Essa vontade de uma pegada firme e brusca se encaixava claramente nessa coisa de sadomasoquismo. Fiquei horas pesquisando e conhecendo sobre o assunto, nem vi o tempo passar. Já era 13h e eu ainda não tinha comido nada. Procurei por Alice mas ela não estava em casa. Peguei comida na geladeira e aqueci no microondas.
Depois de ter almoçado, a vontade de saber mais do assunto estava me deixando inquieta. Fui para o meu quarto e tomei banho, quando sai do banheiro vi o cartão de Pierry. Era como si ele estivesse me chamando, peguei o cartão e fiquei minutos pensando si eu ligava para ele. Afinal, eu queria entender o que si passa na cabeça dele, e principalmente si eu era como ele. Eu estava tímida em falar com ele, então preferi mandar um e-mail.
Às 14h - Liz
* Olá... Boa Tarde!
Eu estive pensando, quero entender um pouco mais sobre você. Si puder vim até minha casa. *
Na mesma hora ele respondeu, parecia até esta esperando eu falar alguma coisa, quando vi que chegou um e-mail dele arrepiei por completo.
Às 14h5min -Pierry
* Boa Tarde. Estou indo ao seu encontro agora. *
Fiquei inquieta com vários pensamentos sobre o que iria falar com ele, isso era mesmo real! Ele já estava vindo e eu ainda nem sabia porque fiz isso, o que iria falar com ele? A campainha me fez saltar em um susto.
"Não pode ser, já é ele?" -pensei apavorada. Coloquei uma calcinha e um sutiã em uma agilidade fora do comum, coloquei um roupão branco e fiz um coque mal feito no cabelo. Saí em disparada para a porta. Quando olhei, era ele. Respirei fundo e abri a porta.
- Oi. -eu disse em voz baixa, estava com muita vergonha e um certo receio. Ele me olhou de cima a baixo.
- Você devia vestir uma roupa. -ele torceu a boca. Eu dei um pequeno sorriso. E afastei para ele entrar. Sentamos no sofá, eu sentei distante dele.
- Eu quero saber mais sobre sua personalidade. -eu disse quebrando o silêncio. Fui direta mesmo, enrolar seria pior. Ele ergueu as sobrancelhas como si estivesse surpreso.
- O que objetivamente? -ele me olhava com seriedade. Eu não olhei para ele, estava intimidada.
- Sobre o sadismo.
- Ah -ele deu uma pausa e sorriu. - É difícil falar Elizabeth. Não tem uma descrição concreta, apenas no ato que dar para saber.
- Eu fiz algumas pesquisas, você sente prazer em machucar às pessoas? -enfim olhei para ele.
- Não, não é machucar. É uma forma de dar prazer e sentir também.
- Mas eu li sobre humilhação física e mental. -abaixe a cabeça e fiquei olhando para minhas mãos.
- Elizabeth, é difícil entender, mas a pessoa que é submissa sente prazer em ser o alvo. -ele estava bem sério. Submissa?
- O que seria submissa?
- No sexo tem duas partes, uma é o dominante e a outra submissa. No caso, o dominante tem a função de guiar e fazer ambos sentirem prazer, a submissa obedece e o acompanha nas distintas formas para os dois serem satisfeitos. -ele explicava calmamente. Eu olhava para minha mão que estava suando. Esse assunto era amedrontador mas extremamente interessante.
- Você acha que sou uma submissa? -olhei para ele. Ele olhou para meu rosto.
- Você acha que é uma? Isso só tem como saber testando. -ele si aproximou de mim. Me afastei.
- Não estou preparada para isso. Há outras coisas que preciso entender. -ele suspirou.
- Eu espero. Quando estiver pronta me avise. -respirei fundo.
- Ok. -disse em um sussurro.
- Preciso ir, tenho uma reunião em meia hora.
- Tudo bem, obrigado por me explicar. -eu disse mexendo nas minhas mãos.
- Vou te explicar tudo o que quiser saber, desde que entre em meu mundo. -ele levantou minha cabeça pegando em meu quixo. Então a porta se abriu e era Alice com muitas sacolas. Meu coração acelerou, nos viramos para ela.
- Me desculpem, não queria atrapalhar. -ela olhava fixamente para Pierry, creio que a beleza exagerada dele a fez paralisar também.
- Está tudo bem Lice, ele ja estava de saída -eu disse olhando para ele. Ele sorriu e levantou do sofá, indo em direção a porta. Ele pegou a mão de Alice e deu um beijo.
- Prazer, Pierry. -ele sorriu. Ela estava boquiaberta olhando para ele.
- Pra.. Prazer, Alice -ela disse gaguejando. Eu ri. E então ele passou pela porta e eu a fechei. Peguei às muitas sacolas da mão de Alice.
- Coisas para Lucy? -olhei para ela.
- Não mude de assunto mocinha, quem era esse deus grego? -ela disse balançando as mãos abanando. Eu ri.
- Um amigo.
- Nossa, que amigo hem! -eu não rendi esse assunto. Coloquei a mão na barriga dela.
- Olá Lucy. -dei um beijo na altura de seu umbigo. Ela sorriu.
- Comprei muitas coisas para ela hoje. -sentamos no sofá e ela me mostrou várias tiaras, roupas, sapatinhos... Ficamos fazendo planos para quando Lucy chegasse. Depois de algumas horas conversando com Alice, eu fui para meu quarto. Tinha um e-mail na tela do meu notebook.
Às 16h - Louis
* Preciso ver você, não podemos acabar assim... Por favor, me dê um tempo para conversarmos. *
Eu li aquilo é revirei os olhos. Eu não queria conversar com Louis, não tinha intenção nenhuma de voltar com ele. Mas sabia que ele não me deixaria em paz si não conversasse.
Às 17:40 -Liz
* Não vou voltar atrás na minha palavra... Mas si quiser conversar. Pode vim aqui hoje às 19h. *
Desliguei o notebook e deitei em minha cama. Peguei meu celular e continuei minhas pesquisas, agora sobre submissa:
"O conceito faz referência à redução, capitulação ou submissão de uma pessoa à outra. O submisso deverá cumprir tarefas que o dominador lhe imponha, sem questiona-las."

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