Tomei um banho, meu avô entrou no quarto enquanto eu estava de roupão, ele abriu o guarda roupa e viu apenas três humildes peças de roupa e eram duas calças jeans uma jaqueta e uma camiseta básica e um tênis.
-Alicia, sério que você vai usar isso?
-Senhor... vovô, me esforcei pra que saísse a palavra. Eu não pretendo passar muitos dias e...
-Agatha! Ele sempre me interrompia, parecia sentir prazer em fazer isso.
- Tome, use este. Ele esticou as mãos com um cartão de crédito preso entre os dedos e continuou: -a senha você já sabe, compre tudo que minha neta irá precisar quero esse closet lotado!
Agora vão depressa, quero Alicia aqui na hora do jantar temos muito que conversar. Ele me deu um beijo amoroso na bochecha e saiu do quarto. Mais que depressa, pus a minha camiseta a calça jeans e o tênis e ao sair por onde eu havia entrado, um motorista com um belo carro de cor preta estava à nosso dispor.
Entramos no carro e fomos para um shopping e compramos roupas e sapatos em todas as lojas que entramos. Compramos produtos de beleza, maquiagens e perfumes importados, tudo do bom e do melhor, estava deslumbrada e feliz.
Me senti um pinto no lixo, mas escutei a minha mãe falando comigo como se estivesse ali: -Philipus é astuto, cuidado com seu avô.
Não dei ouvidos à essa voz e apontei para um salão de cabelereiro que estava bem na nossa frente.
-A senhorita deseja fazer seu cabelo aqui.
-Sim eu desejo e falando em desejar, para de formalidade, me chame apenas de Alicia, somente na frente do vovô ou de outras pessoas estranhas que você deverá me chamar assim. Quando estivermos eu e você, pode me chamar pelo nome.
-Ok senhorita, quero dizer, Alicia.
Nós duas conversamos alegres enquanto eu era trata da como uma princesa. Fizeram meus cabelos, minhas unhas, me vestiram com uma das roupas novas e pelo incrível que pareça, consegui me equilibrar com facilidade num salto alto. Me maquiaram e vi outra pessoa no espelho. Estava tão feliz com o tratamento de beleza e meu vestido..
Voltamos para casa, as empregadas estavam finalizando a arrumação da mesa pro jantar. Fui pro quarto e Agatha ajudou a organizar minhas coisas junto com outra empregada. Quando tudo estava em seu devido lugar. Ela veio falar comigo.
-Sua mãe... Ela ainda está viva?
-Sim, preciso muito de ajuda la. Ela precisa de mim e por isso vim aqui falar com meu avô, preciso de dinheiro.
-Quando o senhor Philipus souber, vai ficar uma fera! Ele também odeia sua mãe!
-Eu sei Agatha, mas preciso pagar uma cirurgia pra ela. Ela precisava operar a coluna pra poder voltar a andar, mas as coisas se complicaram, ela caiu da cadeira acidentalmente e piorou seu estado e necessita operar com urgência.
Contei tudo pra ela, senti que seríamos amigas e que eu poderia contar qualquer coisa.
-Minha mãe trabalhou anos aqui. Bom ela ainda trabalha, ela é a governanta...
-Agatha, senhorita Philipus, desçam o jantar será servido.
Antes da mulher muito bonita que veio nos convocar ir embora, Agatha a apresentou ela era sua mãe.
Descemos as escadas até a sala de jantar e enquanto descíamos ela me contava sobre sua difícil vida antes de sua mãe trabalhar aqui. Agatha me deixou sozinha com meu avô na sala de jantar. Sentei me na enorme mesa na cadeira mais próxima do meu avô que me recebeu e educadamente puxou a cadeira para me sentar.
-Espero que tenha gostado do seu novo guarda roupa. Agora sim você será uma Philipus! Estou muito feliz, que agora que sua mãe finalmente está morta você tenha tomado a decisão certa de vir morar comigo!
Nesse momento, quase me engasgado com a comida, engoli a seco, não havia mais saliva em minha boca. Esforcei me nas minhas palavras:
-Vovô, é tão difícil o que vou lhe dizer... Mas, minha mãe está viva e precisa de fazer uma cirurgia pra poder voltar a andar, não temos dinheiro pra pagar. Ela sofreu um acidente ao tentar sair da cama pela manhã, acabou caindo da cadeira.
Ele me olhava chocado.
- Ela nem sabe que estou aqui, se soubesse nem sei o que faria. Não sei porque o senhor a odeia tanto. Ela só queria ser feliz ao lado do papai. Nesse momento deciam lágrimas nos meus olhos.
-Nunca pude conhecer o senhor por causa desse ódio! Eu não tenho culpa disso tudo.
Bati com o guardanapo na mesa jogando o com raiva. Ainda com lágrimas me retirei da mesa e chorando subi para o meu quarto. Ele ainda estava imóvel e chocado.
-Agatha, vá ver Alicia e fique com ela. Não a deixe sair dessa casa em hipótese alguma!
Agatha subiu e me encontrou chorando na minha cama.
Enquanto isso, Ele falava zangado ao telefone.
-Amanhã, preciso falar com você amanhã, é com urgência!
É algo do seu interesse e através disso uma proposta.
Amanhã bem cedo estarei aí e conversaremos. Passar bem senhor Héctor Althea!
E bateu o telefone com força.
Enquanto isso, Eu chorava e contava tudo a Agatha. Então meu avô entrou no quarto e veio falar comigo.
-Agatha, nos dê licença por favor!
Ela saiu e ele continuou.
-Quanto você precisa? Amanhã mesmo iremos no Banco e a gente resolve isso. Não quero vê lá chorar mais.
Ele dizia isso sentado bem a minha frente na cama enquanto secava minhas lágrimas.
-Não precisa chorar minha querida. Eu estou encantando por ter uma neta tão linda e educada como você, fui banido da sua vida até agora. Jamais lhe negaria o que quer que fosse. Não gosto de sua mãe particularmente, mas não quero vê você sofrendo.
-Não estaríamos nessa situação se o senhor não tivesse tirado o nosso dinheiro, o dinheiro que pertencia meu pai!
Esbravejei.
Vivemos em um apartamento minúsculo e eu tenho que pagar o aluguel trabalhando a noite num bar!
Mal posso dormir. Passo a madrugada trabalhando aturando bêbados a noite toda, saio de lá e vou direto pra casa pra cuidar da mamãe e levá la a fisioterapia. Depois preparo o almoço pra nós duas e vou correndo pra faculdade. De lá vou direto pro trabalho e mais uma noite daquelas!
Tem dias que fico praticamente sem dormir! Tudo isso por quê?! Porque meu avô maldosamente tirou dinheiro de nós, um dinheiro que está na cara que jamais lhe faria falta! Disse eu em voz alta. E chorava ainda mais.
-Fiz isso porquê sua mãe afastou você de mim e sem dinheiro ela teria que vir aqui e me deixar vê la. Mas ela preferiu ficar miserável!
Agora, esqueça isso, irei ao banco e depositarei pra você o valor que precisa pra cirurgia. Depois eu irei resolver um acordo com um dos Althea. Vou precisar de você pra completar minha vingança!
Seus olhos brilhavam de ódio ao pronunciar que se vingaria dos Althea. Me assustei um pouco pelo fato de que iria participar de algo desse gênero eu os odiava porque acreditava que eles eram os culpados pela explosão do barco. Que me deixou sem pai, com uma mãe paraplégica e a mim estéril.
Assim ele fez. Saímos juntos pela manhã que estava chuvosa e fazia um pouco de frio. No banco resolvemos o problema pra cirurgia da mamãe.
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Desejo
RandomEm pleno século XXI, um casamento arranjando com intuito de destruir uma poderosa e rica família por vingança, pode mudar a vida e o destino de todos nessa história.