Capítulo 19: Desespero

75 7 0
                                    

Sara

Sai correndo da mansão um pouco decepciona com o que eu ouvi, não esperava que ele fosse rejeitar o meu pedido... Decidi fazer isso com minhas próprias mãos e para isso peguei uma arma que estava num quarto da mansão e fui em direção a minha casa. Ela ficava um pouco distante da mansão, mas eu chegaria lá em poucos instantes... As lagrimas escorriam pelo meu rosto e eu ia limpando elas com as minhas mãos, mas parecia que elas não paravam de escorrer.

Conforme fui andando fui lembrando da minha família e de tudo o que fizeram para que eu pudesse ter uma vida melhor, hoje em dia muitas pessoas não valorizam suas famílias e as vezes até as desprezam e desejam que ela morra, mas eu acho que não deveria ser assim, devemos ser um pouco mais compreensivos e se colocar no lugar de nossos pais, tudo o que eles fizeram teve algum motivo e eles só querem nossa segurança... Pelo menos é isso que eu penso, mas o destino acabou me pregando uma peça, quem diria que eu com todo esse pensamento pediria para que alguém matasse minha família e agora me encontro correndo na direção da minha casa para fazer isso com as minhas próprias mãos. Isso sim é uma ironia do destino, mas eu não me importo, desde que eu consiga acabar com o sofrimento da minha família... Eu sou capaz até de matar todo o mundo.

Passado alguns minutos de correria eu finalmente havia chegado no meu local de destino... A minha casa... Como Matheus falou era um local assustador e deserto, mas era ali o único local que eu tinha para viver e eu guardava boas recordações desse local, mas eu sinto que hoje essas lembranças serão apagadas por uma lembrança muito dolorosa que eu estou preste a construir... A morte dos meus pais.

Abrir o portão da "fazenda" e comecei a caminha em direção a casa que ficava no meio do lugar, ao redor de uma pequena estrada que dava a minha casa as arvores já mortas e secas deixavam aquele cenário perfeito para um filme de terror e aquele era o único local da cidade que haviam muitos gases, pois ficava perto da estação de tratamento de ar e isso deixava o clima ao redor um pouco escuro, mesmo estando a tarde o clima estava escuro e seco, parecia que era uma parte do lado de fora da fronteira, mas não era...

Me aproximei da casa que estava ainda intacta, era como se fosse uma casa do futuro, mas no meio de um local devastado e esquecido a muito tempo. Cheguei perto da porta que estava entre aberta e olhei pelo vidro da janela para ver se havia alguém lá dentro. O local estava escuro e não dava para enxergar muito bem e eu não vi nenhum sinal dos meus pais. Mesmo com medo eu decidir que entraria para ver o que estava acontecendo lá dentro... Era uma casa grande, espaçosa e com dois andares, tinha vários cômodos, era uma casa que foi feita especialmente para eles, para que eles não se sentissem presos naquele local, pois essa sensação de estar preso só agravaria a doença deles.

Comecei a andar pela casa escura, com muito cuidado para não gerar nem um tipo de barulho eu continuei a caminha na esperança de encontrar eles no quarto juntos para que fosse uma morte rápida, tanto para mim quanto para eles, mas eu acho que o destino não queria que fosse assim...

Procurei no primeiro andar e não encontrei nenhum sinal deles ali, a tensão tomava conta do meu corpo e eu já estava começando a tremer e a enxergar vultos passando pela casa, acho que isso estava sendo gerado pelo medo, isso era de certa forma uma forma do meu corpo permanecer atento ao que estava acontecendo ao meu redor, só que isso me deixava mais apavorada ainda, mesmo assim eu decidi que não iria desistir e me dirigir para o segundo andar, o local onde provavelmente meus pais estariam.

Comecei a subir as escadas e logo eu estava no segundo andar, devido ao local estar escuro eu não percebi e acabei cortando a minha perna em algum lugar e agora minha perna estava parecendo uma cachoeira de sangue, ou talvez eu esteja apenas transformando ele nisso, mas isso não importava agora, ou pelo menos era isso que eu achava, eu não sabia que aquele corte poderia me gerar grandes problemas mais tarde, a curto e a longo prazo, mas vamos continuar, pensei.

Hydroblack: A substânciaOnde histórias criam vida. Descubra agora