Capitulo 29

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Por um pequeno momento me senti no Brasil outra vez, em um dia de domingo (que era quando todo mundo ficava em casa); quando eu era acordada pelo cheiro de café e de manteiga queimada. Quando acordei de cara achei que estava em São Paulo, depois me situei e cogitei estar pensando na comida por estar com fome, mas quando Ed entrou no quarto carregando uma bandeja que nem sabia que eu tinha, tudo ficou mais claro.

- A ideia era você acordar só quando eu sentasse na cama...
- Mas tecnicamente deu certo, porque acordei com esse cheiro. - disse apostando para as torradas, o suco de laranja e o ovo que estavam na bandeja. - parece bom.
- Eu que fiz... Estão está ótimo.
- Desde quando você cozinha algo sem ser macarrão?
- Nossa, me senti ofendido. Vou até pegar a minha comida! - levantou e saiu até a cozinha.
- Ótimo. Odeio comer enquanto alguém fica olhando. - gritei.
- Onde estão os meninos, por sinal?
- Voltaram para casa, pegar umas roupas... Jaja vamos para o joe.
- Que é???
- O cara das tatuagens.
- Então você estava falando sério.
- Eu sempre falo sério.
- Ok então, o que eu vou tatuar?
- Tava pensando em desenhar minha cara na sua perna... Sabe, preparando para quando eu virar famoso.
- Ah tá, claro! Por que não, certo?
- Como você é boba. Para de rir e come logo isso, quero te mostrar a sorveteria que tem perto do joe.
- Sempre relacionado a comida né? Muito gordo mesmo.
- EI! Tenho que manter a forma. Vem, vamos. - depois de terminei de comer ele levantou e me levou junto.

Depois de limpar a bagunça fomos para a sorveteria que o Ed mencionou. Ela era bem rústica, simples e tinha um ar antigo. Tinham sorvetes de todos os tipos de sabores, como aquelas lojas de 100 sabores, 50... Enfim. Tudo muito bom. Deixei o Ed escolher um e peguei um igual, sentamos e ficamos esperando os meninos.
- Que sabor é esse afinal?
- Café com menta.
- Maravilhoso.
- Eu sei, obrigado.
- Não você. - peguei um pouco do sorvete e joguei no nariz dele, rindo.
- Olha isso que absurdo você desperdiçando sorvete, quem você pensa que Eh? - Ele pegou o sorvete e lambeu mesmo.
- Ok. Vou ligar para o Harry enquanto você se lambe todo igual um gato. Te dar um pouco de privacidade.

Liguei para o Harry no exato momento em que eles entraram pela porta da sorveteria fazendo escândalo.
- Amém, tava morrendo de fome!
- Niall, sorvete não alimenta, cara. Isso aí Eh vontade.
- Deixa o menino, liam. A gente sabe que Jaja ele vai achar outra coisa para comer. Oi Nina! - Harry veio me dar um abraço, o que atraiu o Louis e por aí foi, até que todos nós estávamos abraçados iguais idiotas.
- Tudo bem, tava com saudades de vocês também. Agora chega de tanto carinho.
- Vish. Parece que alguém não tá fornecendo amor suficiente para essa menina?
- Não olha para mim, Louis. Sou bem carinhoso.
- Vocês são muito carentes. Nem eu aguento! - brinquei empurrando o Ed.
- Tá, a gente não dá mais abraço em você, nem te leva chá. E aí de você se pedir para gente fazer companhia na sua casa nova. - Disse Louis, saindo da sorveteria.
- Eu to brincando, lou, amo seus abraços.
- Hmmm.
- Mas eu prefiro os do Ed, claro.
- Assim é melhor. - o ruivo disse, me abraçando.
- Mas é só porque você é gordo.
- Eiiii. - o Ed me fingiu me empurrar, rindo. - Ok gente, vamos que o joe já deve estar esperando a gente.

Caminhamos apenas alguns metros até o tal do joe. Sua loja era bem bonita. Por fora era toda vermelha e preta, com uma porta de vidro linda; quando eles entraram fiquei sem palavras. As paredes eram vermelhas com vários quadros de carros, caveiras a bandas de rock pendurados. Tinham algumas esculturas estranhas e coisas do tipo, com vários tapetes de pelo. Combinava tudo com o lugar.

- Olha quem finalmente apareceu! Veio fazer sua 200 tatuagem, garoto? - Disse um homem alto, e com apenas uma tatuagem no braço esquerdo, enquanto caminhava na nossa direção.
- Mais ou menos. Acho que os meninos você lembra, certo? Essa é a nina, Nina esse é o joe.
- Ah, então é ela que você quer tatuar?
- Hã? Como assim, Ed?
- Você não contou para ela? Boa sorte com isso. - disse Harry, enquanto falava com o tal do joe.
- Ed?
- Eu... Hã... Venho treinando a um tempo e juro que desenhos complicados eu sei fazer muito bem. Então queria tatuar em você, mas uma coisa simples e aí o joe faz a outra.
- Em defesa do garoto, já vi alguns de seus trabalhos. No começo ficavam ridículos, senhor, mas depois ele foi melhorando. Não tá perfeito mas dá para o gasto.
- Escuta o joe.
- Se eu fosse você corria agora. - cochichou zayn.
- Ta, tudo bem Ed, mas se ficar feio o joe vai arrumar.
- VOCÊ É A MELHOR PESSOA DO MUNDO. - gritou enquanto segurava meu rosto com as duas mãos e me dava um selinho.
- Joe, cara, se você é o cara porque só tem uma tatuagem no braço? - Foi a vez do niall de perguntar.
- Ele gosta de desenhar, mas não acha que ficam bem nele. Fez essa aí porque nos praticamente desenhamos a força. - disse uma menina de cabelos azuis com os braços tatuados, que veio do final da loja.
- Pessoal, essa é a Aline. Aline, essas são as pessoas.
- Eai?
- Bom, vamos?

Eles nos levaram mais para dentro da loja, onde tinham várias cadeiras e vários desenhos pendurados. Tinham todos os tipos imagináveis de figuras, símbolos e frases.

- Então, melhor o menino tatuar você é depois eu vou, assim se ele fizer alguma merda, não que ele va, eu já arrumo.
- Ok.
- Aline, você cuida dos outros meninos enquanto isso.

Sentei em uma cadeira e esperei Ed se arrumar e pegar as coisas de desenho.
- Então, o que vai ser, menino-que-canta-e-é-tatuador ?
- Queria desenhar algo em você que te represente. Algo que, por mais que a gente em um futuro distante, nao fique junto, você olhe e sinta forças para continuar.
- Que meigo. O que? O que?
- Uma pata de de leão, porque você é forte, é independente e não precisa de ninguém ao seu lado para conseguir as coisas.
- Hm, gostei. Onde?
- Eu tava pensando em colocar em um lugar que você olhe sempre. Mas a mão desbota muito fácil, então vai ter que ser na parte de dentro do braço, assim você não enjoa tanto.

- Ele desenhou o esboço no papel, limpou meu braço e começou o trabalho, pintando no final com aquarela na cor laranja. Por mais que seja uma técnica difícil, era um desenho pequeno, então ficou bom ate. Doeu mais na hora de pintar, mas ele foi bem carinhoso e perguntava se estava tudo bem.

Depois que ficou pronto ele passou uma pomada e cobriu com papel. Até dar as instruções de como cuidar da tatuagem ele deu.
- Ficou lindo Ed, de verdade. Eu amei. - disse abraçando seu pescoço.
- Não foi nada de mais. Espero cobrir todo seu braço.
- Vamos com calma, certo?
- Deixa eu ver, olha que linda! E eu nem vou ter que arrumar. Nossa vez, o que você quer tatuar?

Perguntou, enquanto toda a minha vida passava por meio dos meus olhos em busca de um símbolo que eu queria lembrar.

- vou querer uma árvore seca, sem raízes, pintada da mesma técnica que o Ed usou, só que bem colorida.
- Bem específico. Então vamos lá!

Enquanto ele foi pegar o material Ed se voltou para mim.
- Qual o significado?
- Quem sabe mais tarde eu te conto.
- Nina!
- Em casa eu te contou, se você for para lá.
- Pode deixar que eu fico lá até você me contar.
- Então acho melhor esconder isso por um ano, assim você fica lá.
- Só um ano?
- Acho que pode ser mais. Depende só se você fizer suas necessidades nos lugares certos. - brinquei, apertando seu nariz.
- Vamos lá?
- Vamos, joe.

Fui me preparando mentalmente para próxima é mais demorada tatuagem, rezando para não doer tanto.

Cold coffeeOnde histórias criam vida. Descubra agora