Capitulo 4

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Não demorei muito para voltar para casa. Cheguei em uns 10 minutos... Ou eu fui muito burra e dei a volta no mundo para parar lá ou então acabei de descobrir um atalho. Enfim.

Quando entrei estavam todos na sala conversando sobre alguma coisa e vendo um filme desconhecido por mim.
- Oi gente.
- Onde você estava? - perguntou minha mãe.
- Andando por ai, conhecendo Londres.
- Seria bom se você tivesse avisado a gente né, ficamos preocupados.
- Que pena né. Bom, vou para meu quarto arrumar as coisas, desço na hora do jantar.
- Ei, espera Nina! Calma. - Ana vinha subindo as escadas atrás de mim.
- Que foi?
- Vamos sair hoje? Fiquei sabendo de um pub que todo mundo vai de sábado e que é muito bom.
- Hm, tudo bem. Que horas?
- Não sei, acho que a gente pode sair daqui umas 22 né? Vê se não se atrasa, vamos de carona.
- Com quem?
- Com um amiga minha, ela é legal, vocês vão se dar bem.

Para falar a verdade eu não tava com um animo bom para festas, mas é, definitivamente, meu primeiro final de semana aqui. Não adianta mais chorar, não vou voltar então é melhor aproveitar. Pensar nisso como um feriado enorme.

Quando chegou a hora de me arrumar fiquei toda perdida, como sempre. Não tinha ideia do que colocar então fui no básico mesmo. Peguei minha saia plissada azul escura e coloquei uma blusinha preta em cima. Achei melhor colocar salto para parecer mais alta. Deixei meus cabelos mais lisos do que o normal e passei sombra preta para realçar meu olhos verdes. Não dá para melhorar muito, mas já é alguma coisa.

Quando eu desci me senti a pessoa mais horrorosa do mundo. Minha irma estava incrivelmente linda com seu cabelo liso e vestido grudado.
- Assim não da, como eu vou sair com minha irmã mais nova sendo a mais bonita. Vai lá tirar tudo isso. Não vai dar para te proteger assim maninha. - brinquei.
- Não preciso de proteção.
- Precisa sim. Vamos logo.
A amiga da Ana, a Lucy era super gente boa e muito bonita. Ela tinha a mesma idade que a Ana e estavam na mesma sala.

O pub estava lotado. Ele ficava bem no centro em uma rua só de bares e baladas, como uma Augusta da vida. Tinham pessoas na porta conversando e dava para ouvir o David guetta tocando no fundo. Entramos rádio e pegamos uma mesa vazia.
- Caraca, aqui é enorme!
- Eu sei Ana, muito legal né?
- Muito. Quem quer tequila?
- Mas já, maninha?
- Já!
- Tudo bem, peraí que eu vou pegar.
Caminhei desvencilhando das pessoas até chegar no bar. Pedi as bebidas e fiquei por lá aguardando.
- Eu conheço você. - disse uma voz se sentando ao meu lado na bancada.
- Eu acho que não, colega. - disse virando o rosto. Foi aí que eu percebi.
- Não, tenho certeza que eu te conheço. Nina né?
- Você é o menino da Starbucks! - ele estava de calça jeans, blusa preta e cabelo ruivo de sempre bagunçado.
- Edward. Mas pode me chamar de ed só.
- Então esse é seu nome. Eu meio que sai de lá correndo, tava atrasada.
- Tudo bem. Não precisa explicar. Ta aqui sozinha?
- Não, minha irmã é amiga dela estão aqui. E você?
- Acho que sim, meus amigos me deram bolo de última hora. Parece que apareceu algo com as namoradas.
- Que droga, quer ficar com a gente?
- Hm, acho melhor não. Você já fugiu de mim uma vez e agora ta me chamando para sair, isso prova que você é estranha.
- Cala a boca. Fica sozinho ai então.
Ele fingiu pensar na ideia por um momento e depois voltou a me olhar com aqueles olhos azuis. Me desafiando.
- Acho que vou arriscar.
- Foi o que eu pensei. Vai, me ajuda a levar essas bebidas para lá.
Pegamos as bebidas e voltamos para a nossa mesa.
- Nossa, quanto tempo! Foi fabricar a tequila?
- Não reclama, nem devia estar te oferecendo bebida maninha.
- Não vai apresentar seu novo amigo? - disse Ana, virando seu primeiro shot.
- Gente esse é o só ed, essas são as meninas: Ana e Lucy.
- Olá.
- Olá. Quem estar afim de dançar? Vamos lá! - e então as duas correram para pista de dança.
- Você não vai? - ele perguntou, me olhando de um jeito curioso.
- Ah não, não sei dançar.
- Nem eu. A gente poderia ir lá pegar mico juntos. Eu vou se você for.
- Hm, tentador. Mas acho que preciso de mais uma bebida.
- Se eu te pagar essa bebida você vai ficar me devendo uma.
- Ou não. Posso não aceitar.
- Então ta, vai lá comprar sua bebida com seu dinheiro.
- Impossível. Tudo bem. O que você quer em troca?
- Uma dança.
- To me sentindo uma puta por me vender por álcool.
- Pelo menos é uma puta bem acompanhada.
Nos dois rimos e caminhamos até o bar. Pegamos as bebidas e fomos dançar. O ed não metia quando ele dizia que não sabia dançar, isso foi bom porque ficamos parecendo dois retardados dançando juntos até umas 4 da manhã. O tempo passou muito rápido. Não falamos quase nada apenas rimos dos movimentos estranhos que fazíamos. Ele até se arriscou no poledance. E então a noite chegou no fim.
- Nina, a gente Vai voltar, você vem?
Olhei para o ed sem saber o que dizer.
- Não vai. Vamos andar um pouco pela cidade. Assim eu te mostro minha parte favorita de Londres. - ele implorou com aquela carinha de cachorro pidão.
- Não gente, vou ficar com o ed, depois a gente se vê. Mas se eu não voltar pra casa ja sabem o que falar para polícia. Gravem a cara desse sujeito. - elas trocaram olhares, sorriam e foram embora.
- Eu que deveria ter medo e você! Menina esquisita.
- Você é o homem com tatuagens meu bem.
- Mas eu sou o bonzinho. Não confia?
- Veremos.
- Vem, tem uns lugares que eu quero que você conheça! - disse ele, entrelaçando nossos dedos e me guiando para fora do pub caótico.

Cold coffeeOnde histórias criam vida. Descubra agora