8. Lívia

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A festa foi organizada nos fundos da mansão num espaço próximo a enorme piscina, que estava cheia de crianças e adultos. A decoração colorida de vermelho, branco e azul seguia o tema de Os Vingadores e os monitores contratados estavam fantasiados de super-heróis, brinquedos infláveis se espalhavam pelo imenso espaço e a música infantil deixava o ambiente ainda mais alegre. Estava tudo lindo e de muito bom gosto e fiquei muito feliz pelo aniversariante, ele merecia aquele espetáculo.

Entregamos os presentes ao "Homem de Ferro" e demos apenas alguns passos quando fui atacada pelo Capitão América versão de bolso.

_Tia Lívia! Mamãe, a tia Lívia veio! _ ele gritou entusiasmado!

Tatiana veio em nossa direção com um enorme sorriso:

_Lívia! Natália! Que bom que vieram, por favor venham comigo, quero apresenta-las para minha avó._ ela puxou Natália pelas mãos enquanto Biel puxava as minhas._ Vovó?

Uma senhora muito alta virou-se e fiquei surpresa por Tatiana chama-la de vovó, ela não parecia ter mais de cinquenta anos, talvez até menos, seus cabelos loiros estavam presos num coque alto e ela usava um vestido longo, assim que nos viu pediu licença e se afastou do grupo com quem conversava.

_Vovó essas são Lívia e Natália, Lívia é a professora do Biel. Meninas, essa é minha avó, Dona Cecília.

Dei a mão para cumprimenta-la, porém ela me puxou pelos ombros beijando os dois lados do meu rosto e fazendo o mesmo com a Nat.

_Muito prazer meninas!_ ele disse com um sorriso que não chegou aos olhos. Se dirigiu a mim_ Então, você é a garota que conquistou meu neto?

Algo gelado subiu por meu estômago. Deus, se ela soubesse...

_Na verdade _ respondi_ foi recíproco porque esse garotinho aqui me ganhou fácil_ sorri abertamente, mas ela não retribuiu.

_Sim, sim! Eles são encantadores mesmo. _ ela estreitou os olhos.

Eles? Tentei ver um duplo sentido em suas palavra. Mas ela não poderia saber, poderia? Não, claro que não.

_Sim, ele é!_ respondi usando o singular com cautela.

_O Gabriel me falou de você_ ela disse. Porque será que eu me sentia em uma armadilha. Ela estava me testando, esperando que eu me denunciasse. Mas que droga! De qual Gabriel ela estava falando? O que será que aquele caipira idiota tinha falado!

Aquela mulher me assustava. Não! Na verdade ela me apavorava. A única coisa que me tranquilizou, foi que quando olhei para a Nat ela estava tão coagida quanto eu, nos sentíamos como cristãos jogados aos leões, à leoa. Talvez a Nat devesse ter vindo com a gladiadora.

_Ele também me falou muito da família_ Fui cuidadosa em minha resposta e seus olhos se estreitaram ainda mais.

Nos avaliamos por alguns segundos e desviei meus olhos primeiro, quase suspirei de alívio quando ela se dirigiu a Natália.

_Você também é professora, querida?

Se a situação não fosse no mínimo esquisita eu teria rido ao ver minha amiga se esforçando para responder, nunca a tinha visto sem fala antes. Após se engasgar um pouco, ela limpou a garganta e respondeu:

_Sim, senhora. Trabalho junto com a Lívia.

_Ah, por favor, nada de senhora.

Nat esboçou um sorriso nada convincente e Dona Cecília continuou.

_Também está na cidade a pouco tempo?

_Três meses, cheguei um pouco antes da Lívia.

_E já fizeram bastante amizade na cidade.

A Segunda VezOnde histórias criam vida. Descubra agora