A Segunda Vez

25. Gabriel

O melhor dia da minha vida. Eu não tinha dúvidas de que a Lívia era a mulher perfeita pra mim, eu soube assim que a vi e mesmo que não quisesse admitir no começo, eu sabia que pertencia àquela mulher de corpo e alma. Há dias eu planejava esse momento, meus irmãos me ajudaram a criar a situação perfeita, ou melhor, a Tatiana me ajudou já que para Tiago um pedido de casamento envolvia coisas como balões e sinal de fumaça.

Era para ser o melhor dia da minha vida e eu estraguei tudo. Nada de champanhe, ficar de joelhos e anel de noivado, eu simplesmente despejei o pedido de casamento para cima da Professora no meio de um orgasmo e ela, é claro, achou que eu estivesse brincando. Eu perguntei, ela gozou e não tocamos mais no assunto.

Babaca.

Agora estávamos indo para o segundo lugar que eu queria que a Lívia conhecesse e eu torcia para não estragar o resto do dia, liguei o rádio e a voz daquele cantor ruivinho que ela tanto gostava preencheu o carro, ela estava pensativa e olhava pela janela, mas começou a tamborilar os dedos no painel assim que ouviu a música e meu coração inchou quando ela olhou pra mim e sorriu antes de focar novamente sua atenção na paisagem.

A ideia de pedir Lívia em casamento na cachoeira foi da Tati, ela sabia o quanto o lugar era especial pra mim, o trabalho de Tiago era manter as pessoas afastadas, aposto que agora eles estavam em casa ao lado do celular loucos pra me ligar e saberem a resposta, ela ia me matar e ele ia morrer de tanto rir. Droga!

Entramos na cidade e Lívia franziu as sobrancelhas, ela não fazia ideia de onde eu a estava levando e o porquê e isso era ótimo, pelo menos uma surpresa eu esperava não estragar naquele dia.

Assim que parei o carro um casal sorridente saiu de dentro do estabelecimento e dessa vez Lívia não escondeu a curiosidade quando me olhou:

_A padaria?_ ela disse_ Gabriel, eu já conheço a padaria.

_Não como eu. _respondi e ela sorriu, essa era uma das características que eu mais amava na Lívia, ela sorria diante do desconhecido sempre esperando coisas boas das outras pessoas.

_Gabriel!_ uma senhora baixa e gorducha me cumprimentou e a abracei carinhosamente, enquanto um senhor mais magro e mais alto que eu me dava tapinhas nas costas.

_D. Adele, que bom ver a senhora. E você também Leo_ apertei a mão do senhor.

Ela abriu um enorme sorriso e se dirigiu à Professora.

_Lívia querida, como vai sua mãe?

_Está ótima, obrigada!_ Lívia respondeu educadamente_ E como vai a senhora?

_Ah, estou muito bem! E você não imagina o quanto estou feliz por ver você e Gabriel juntos, eu falei para o Leo que eu nunca iria imaginar que o Gabriel quisesse deixar a fazenda, quero dizer não que já não tivesse acontecido antes, mas isso foi quando o meu Gabriel...

Ai meu Deus, eu amava aquele casal, mas assobiei de alívio quando Leo interrompeu a esposa.

_Querida, você trouxe as chaves para o Gabriel?_ ele piscou pra mim.

_Caro que sim, estão aqui. Nós subimos e tentamos dar um jeitinho, mas o Leo...

_Minha flor! _ Leo interrompeu novamente e outra vez agradeci mentalmente_ Tenho certeza de que o Gabi vai explicar tudo para Lívia.

Peguei as chaves e puxei Lívia pela mão em direção à rua lateral da padaria antes que Adele falasse mais alguma coisa e estragasse a única chance de eu salvar o dia.

Contornamos a padaria e o silêncio da Lívia me deixou intrigado, porém quando a olhei ela parecia estar tendo dificuldades para soltar uma gargalhada.