Me diga, com que frequência você vomita e, independente da resposta, como isso define você?
Spielberg, em Cavalo de Guerra, me ensinou que há grandes dias e dias medíocres. Mas, depois que eu vim perceber que, eu só tenho dias e noites infernais. Que é por confusão que eu bebo e, ao menos, vem sempre catártica a ressaca. Que eu estou sempre à míngua, em magoas, em noites mal amadas; sempre amalgamas de um coração duro mole por natureza. Que sou, assim como todos, dançarino dos dias que danço conforme as músicas que a vida toca e improviso coreografias até quando ela toca baladas de fins...
...e eu vou escrevendo as letras pra essas melodias.
Sinto o sol que arde quando bate meio-dia e brisa nenhuma; só a visão tremula por cima dos carros. O calor abafa o som, torna-o oco, mas, o isqueiro faz sua parte. E assim, como em slow motion, vai chegando às quatro, às cinco da tarde; a ponta do cigarro que me parece intragável não acende, mas está quente assim como o sol que ainda queima às seis, como queimou ao meio-dia, em outro lugar. E eu, o que faço? Se é sem querer que me prendo, e a cena que faço, nem um dublê se passaria a fazer se não corre risco e tudo que há é o ultimo poema que sobra, ainda, a se escrever; saio à rua enfrento a tempestade meu coração que é forte até certo ponto e você que se engana se acha que caminhar sem ninguém a vista, acompanhado só de pensamentos, é seguro. O que faço? Apenas uma dose d'O de sempre para a de agora com duas pedras de ambiguidade; se não tem algo forte, serve um café com reverb, quase sempre, para que paire sobre mim uma estranha calmaria eufórica para esperar que caia das cinzas queimadas da ponta uma gota esferográfica um desenho com alguma caligrafia diferente. Dias iguais, calmos e iguais. Nada novo. "Tranquilité". Esses dias que parecem fins de semana me parecem um tanto caricatos de fevereiro; não sei o que me diz essa conclusão, mas, gosto dela e vou conceber. Um pouco de "distorção e mal contato" cai bem agora, o deixo ser então e então é.
Mais uma noite que eu não durmo e é tarde; quase de tarde; meu corpo não está, tampouco minha mente, em estado de sobriedade. Voz rouca e com muita sede, deixo que beije o meu rosto a luz do sol e vejo a rua onde cresci. Sem comer nada desde o dia anterior, saio e caminho. A fauna e a flora desse lugar me impressiona - não falo de cães e gatos -. Lembro-me que passei muito tempo aqui e já maldisse demais esse lugar e que, sempre soube que era um lugar de merda, e sabia também que eu era um merda também; só que queria ser chamado de fezes. Retorno e me tranco de novo. Eu sempre fui assim. Sempre quis pregar coisas confusas.
Esta foi a melhor:
" Manifesto do "Mero; e daí?"
Trago a igualdade dentre as classes, quanto ao tratamento de uns para com outros - Jamais falo quanto ao seus bens.
Com um único prefixo: Mero. Não haverá diferença no cumprimento ao encontro, no tratamento e na despedida; se considerado o "Mero" antes de saber qual o cargo exercido pelo outro: Meros advogados; Meros engenheiros; Meros médicos; Meros artistas; Meros poetas; Meros prefeitos e presidentes.
Com o intuito apenas de não se rebaixar perante ao que se sobressai em sua conta bancária. Se não somos iguais em bolsos, seremos em tratamento quer queiram ou não; e se se negarem a serem considerados como "meros" que sejam rotulados, mas vocês não o falarão a terceiros. Rotularão e permanecerão calados e sairão da presença do "mero" e então o deixarão ir à queda como ele bem entender.
Acontecendo isso:
O prefixo "Mero" completa-se e contempla à pergunta universal que deve ser quando o "mero" for negado pelo outro no tratamento recebido... " e daí? " essa é a pergunta a ser feita antes de deixar o referido ir à queda.
ou seja...
Considerando que o individuo é um mero exercedor de sua função, seja qual for, e que ele deve aceitar este fato para haver o tratamento de modo a negar que há diferença humana entre ele e quem o fala, bem como vice-versa, para existir a igualdade na conversação; e se existir negação e qualquer uma das partes querer se sobressair como humano perante outro o outro terá de perguntar " e daí?" e sair da conversa rotulando o que negou mas em silêncio, não falando nada aos ventos nem a ninguém, deixando assim o outro ir à queda."
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E ela disse: "Nunca Apague a Luz".
Storie d'amoreRomance ou ficção? Não sei lhe responder, ao certo. Trata de uma nada épica odisseia ambientada nos cantos mais decrépitos de Olinda e Recife de um personagem que passeia por vários de mim contando a saga de alguém que não é nenhum herói, tampouco v...