Capítulo 2 - Um Rapaz Estranho

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Depois deste atribulado início de manhã volto para casa. Assim que me lembro que deixei o pão na torradeira e a água para o café a ferver carrego no acelerador. Portanto chego a casa em alguns minutos. Ao chegar à porta da casa lembro me: não tenho as chaves de casa!

A Svetlana quis me despachar tanto que nem me deu tempo para ir buscar as minhas coisas.

8:40. Ainda tenho bastante tempo para tomar o pequeno almoço. Se bem que agora deve estar tudo estragado.

Por sorte tinha e o meu telemóvel no bolso. Portanto vou a um café e peço um descafeinado.

Rapidamente acabo de o beber e ligo ao meu pai:

- Olá Ann! Tudo bem? Sabes que gosto muito da minha filhota mas agora estou numa reunião...

- Oi. Desculpa então.

- Podes falar, desde que seja rápido. - Diz ele após suspirar. Deve 'tar farto de mim.

- É só para dizer que a tua querida Svetlana pôs-me porta fora assim que soube que a Laurie tinha teste e tava em casa de uma amiga. Fui buscá-la.

- Mas estás aonde?

- Estou no parque ao pé de casa.

- Não estás em casa porquê? - E aí é que ele dá conta - Oh espera... Deixa-me adivinhar... Ela não te deu as chaves de casa.

- Pois. Mais concretamente ela empurrou-me até à saída e fechou-me a porta na cara. Depois queixei-me que não tinha as chaves do carro - porque preciso delas para conduzir né? E ELA ENFIOU-ME AS CHAVES PELA PORTINHOLA DO CORREIO!

Outro suspiro longo. Fogo, o que é que se passa com ele hoje?

- Mas olha lá porque é que não lhe ligas?

- Só tenho o número antigo dela. O da Rússia.Até ligava para a mãe dela mas duvido que ela me possa ajudar agora.

Oiço o meu pai a soltar um pequeno riso até que ele diz:

- OK. Vou ligar para ela. Depois envio-te uma mensagem com os detalhes. Abraço.

- Obrigada. Beijinhos.

Desligo a chamada e vou dando uma volta pelo parque. Até está um bonito dia hoje. Pena que ainda não tenha tido tempo para o apreciar.
Vejo um grande Golden Retriever. Tinha coleira e trela, mas ninguém a estava a segurar.

Parecia perdido. Que fofo. Assobio e ele vem até mim. Ao fazer-lhe festas no seu pêlo reparo na coleira com uma placa onde se lê:

"Rocky. Propriedade da Universidade de Londres." Que engraçado. O que estará a fazer aqui?

De repente aparece um rapaz baixinho com óculos a correr na minha direcção. Que raio? Até é girinho, pena é a sua altura. Apesar de ter carinha de bebé, parecia ter mais ou menos a minha idade.

- Olá, desculpe. Este é o Rocky. Estava a fazer algumas experiências para a Uni e ele fugiu-me.

- Espera. TU andas na universidade? - Digo a rir-me um pouco.

- É. Desculpe. - Ri-se de constrangimento.

- Estava a brincar. Tens cara de bebé e...

- Wow. Mais alguma coisa? - Fica com uma cara super séria. Depois repara que fiquei um tanto ou quanto assustada e dá uma pequena gargalhada para aliviar o ambiente.

- Estava a dizer que também és baixinho. Mas apesar disso pareces ter a minha idade.

- Eu não sou baixinnho. A senhora é que é alta. Parece uma modelo. Enquanto à idade depende. Tem quantos anos?

TroublemakerOnde histórias criam vida. Descubra agora