- Posso ligar o rádio?
- Claro.
Passamos quase metade do caminho sem dizer nada, mas depois a Ann lembra-se de falar:
- Então... Fala-me um pouco sobre ti.
- Sei lá. O que queres saber?
- Não sei. Factos, cenas básicas.
- Deixa lá ver... Bem, chamo-me Theodore Yong Park, tenho 26 anos, já vivo em Inglaterra há 17 anos e sou formado em Engenharia do Som, mas de momento estou a trabalhar como DJ e barman no café-bar do meu pai.
Não sei porquê, ela começa-se a rir muito.
- 'Tás-te a rir de quê?
- Sei lá, parecia que estavas numa entrevista de emprego.
- Tu é que querias saber cenas sobre mim. Não ficaste a saber?
Entretanto ela acalma-se e ao limpar as lágrimas de tanto rir pergunta-me:
- Disseste que já cá vivias há 17 anos... Então mas não nasceste cá?
- Não, eu nasci na Coreia como o meu pai mas vim para cá aos 9 anos.
- Mas, o teu primeiro nome... Não é coreano.
- Não. Foi a minha avó que escolheu. A família da minha mãe é inglesa.
- Ah... Que interessante. 'Tou a falar a sério. Nunca tinha conhecido ninguém que fosse metade inglês e metade coreano.
- Agora já conheces. Então... E agora és tu, é a tua vez. Conta-me coisas sobre ti. Cenas que eu ainda não saiba.
- Como assim 'cenas que eu ainda não saiba' ?! Andas a stalkear-me?
- 'Stalkear-me'? Isso é mesmo à americano. Sem ofensa claro.
- Que piadinha. Mas não desvies a conversa!
- Oh, eu só disse isso porque já te conheço. Gosto bastante da tua banda.
- Ai é? Então deixa cá ver... Tenho dois gatos.
- A Marceline e o Bubblegum? Estás sempre a postar selfies com eles. Acredita, é impossível não saber que tens gatos.
****
- Hmmm... Isto está difícil.
- A sério? Subestimei-te então.
- O quê? De que é que estás a falar?
- Se não arranjas factos interessantes então não deves ser assim tão interessante... Estou a brincar contigo! Vá lá, não arranjas qualquer coisa?
- Sei lá, olha... Consigo dar uns toques a russo.
- Ora aí está! Mas como?
- É a minha madrasta. Ela é russa.
- Tens uma madrasta? Não sabia. - Digo ao por a minha mão sobre a coxa dela ao tentar confortá-la (se bem que não deve servir de nada mas pronto). A sua pequena mão sobrepõe-se à minha e ela sorri ao olhar para a situação.
- Tenho. A minha mãe já morreu há uns valentes anos.
- Desculpa ter perguntado, não fazia ideia alguma.
- Não faz mal nenhum! É uma coisa natural da vida.
Se eu não fosse burro, o que é que seria? Agora o ambiente está super pesado e é tudo culpa minha.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Troublemaker
Novela JuvenilOlá, chamo-me Ann-Louise Whitemoore, mais conhecida por Lou e sou uma nova-iorquina de 19 anos, mas mudei-me para Londres há 1 mês. Provavelmente conhecem o meu último nome por causa do meu pai, Patrick S. Whitemoore. Ele é dono de uma grande empres...