Capítulo 13 - Quem é a verdadeira Ann-Louise?

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- Posso ligar o rádio?

- Claro.

 Passamos quase metade do caminho sem dizer nada, mas depois a Ann lembra-se de falar:

- Então... Fala-me um pouco sobre ti.

- Sei lá. O que queres saber?

- Não sei. Factos, cenas básicas.

- Deixa lá ver... Bem, chamo-me Theodore Yong Park, tenho 26 anos, já vivo em Inglaterra há 17 anos e sou formado em Engenharia do Som, mas de momento estou a trabalhar como DJ e barman no café-bar do meu pai.

Não sei porquê, ela começa-se a rir muito.

- 'Tás-te a rir de quê?

- Sei lá, parecia que estavas numa entrevista de emprego.

- Tu é que querias saber cenas sobre mim. Não ficaste a saber?

 Entretanto ela acalma-se e ao limpar as lágrimas de tanto rir pergunta-me:

- Disseste que já cá vivias há 17 anos... Então mas não nasceste cá?

- Não, eu nasci na Coreia como o meu pai mas vim para cá aos 9 anos.

- Mas, o teu primeiro nome... Não é coreano.

- Não. Foi a minha avó que escolheu. A família da minha mãe é inglesa.

- Ah... Que interessante. 'Tou a falar a sério. Nunca tinha conhecido ninguém que fosse metade inglês e metade coreano.

- Agora já conheces. Então... E agora és tu, é a tua vez. Conta-me coisas sobre ti. Cenas que eu ainda não saiba.

- Como assim 'cenas que eu ainda não saiba' ?! Andas a stalkear-me?

- 'Stalkear-me'? Isso é mesmo à americano. Sem ofensa claro.

- Que piadinha. Mas não desvies a conversa!

- Oh, eu só disse isso porque já te conheço. Gosto bastante da tua banda.

- Ai é? Então deixa cá ver... Tenho dois gatos.

- A Marceline e o Bubblegum? Estás sempre a postar selfies com eles. Acredita, é impossível não saber que tens gatos.


****

- Hmmm... Isto está difícil.

- A sério? Subestimei-te então.

- O quê? De que é que estás a falar?

- Se não arranjas factos interessantes então não deves ser assim tão interessante...     Estou a brincar contigo! Vá lá, não arranjas qualquer coisa?

- Sei lá, olha... Consigo dar uns toques a russo.

- Ora aí está! Mas como?

- É a minha madrasta. Ela é russa.

- Tens uma madrasta? Não sabia. - Digo ao por a minha mão sobre a coxa dela ao tentar confortá-la (se bem que não deve servir de nada mas pronto). A sua pequena mão sobrepõe-se à minha e ela sorri ao olhar para a situação.

- Tenho. A minha mãe já morreu há uns valentes anos.

- Desculpa ter perguntado, não fazia ideia alguma.

- Não faz mal nenhum! É uma coisa natural da vida.


 Se eu não fosse burro, o que é que seria? Agora o ambiente está super pesado e é tudo culpa minha.



TroublemakerOnde histórias criam vida. Descubra agora