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"Eu sinto algo tão certo fazendo a coisa errada.
Eu sinto algo tão errado fazendo a coisa certa "

Caroline

Acordo com duas batidas na minha porta e me arrasto até lá.
Abro a porta e não vejo ninguém só um carrinho recheado para o café da manhã, puxo-o pra dentro mesmo estranhando por que não pedi café da manhã algum.
Em cima dele avia um lindo arranjo de rosas brancas, um café da manhã completo, uma caixa de bombons importados, e claro, um cartão.

" Desculpo-me por não ter estado com você na noite anterior, senti sua falta e quero acreditar que também sentiu a minha.
Convido-a para um jantar em minha casa essa noite, te buscarei ás 20:00 pm.
                                         Klaus M."

O meu sorriso parecia tatuado no meu rosto.
Estava me sentindo bem, diria até feliz , como á muito tempo não sentia. Infelizmente essa animação não durou muito, a dor quando veio, foi terrível.

O dia parecia se arrastar, fiquei trancada no quart o dia inteiro, comendo chocolates e vendo TV, e a dor veio quando eu menos queria. Naquele momento, sozinha, eu me permiti chorar. Quando fui embora de Mystic Falls eu não queria mais sentir, eu queria que a tristeza tivesse fim naquele dia. Tolice minha acreditar que eu conseguiria guardar isso numa caixinha no fundo do meu armário vazio e empoeirado na minha cidade natal.
Como você é burra Caroline Forbes, querendo mentir para si mesma.

Após eu me acabar em um rio de lágrimas, percebi que finalmente havia anoitecido, acho que nunca fiquei tão nervosa para um encontro. Sim, eu já me "encontrei" com Klaus outras vezes, mas foi tudo tão distante, sempre estive fugindo dele, nunca estive lá completamente, e agora eu quero, quero que seja bom, quero que ele goste de mim, goste da minha roupa, e estou me achando patética pelos meus pensamentos ridículos.
Estava dando uma última checada no visual, eu dei sorte que meu rosto desinchou rapidamente e não aparentava que eu tinha chorado a tarde toda, seria péssimo ter esse tipo de conversa num "quase primeiro encontro ". Estava usando um vestido rosa claro marcando a cintura, salto preto, cabelo souto com ondas, acho que estava bonita apesar de não ter demorado tanto me produzindo.
O telefone do quarto toca avisando que meu acompanhante tinha chego, ás 20:00pm em ponto é claro. Desço de elevador e o vejo no Hall de entrada virado de costas pra mim, ele está tão quente naquele terno que eu poderia facilmente pular o jantar e já ir para o que interessa. Antes de eu chegar ao seu lado ele vira. O olhar que ele me dá definitivamente é o mais lindo que eu já vi.
- Você está linda. - Ele me oferece sua mão como o perfeito cavaleiro que é, eu suspiro audivelmente, e enrubesceria se não estivesse "morta".
- Você até que não está mal. - ele sorri como uma criança que ganha um presente no natal.
Nós saímos do hotel e o carro dele está parado na porta. Ele abre a porta para que eu entre e vai para o lado do motorista.
- Será que teremos a companhia de sua querida irmã novamente ? - ele rir divertido enquanto conduz o carro.
- Hoje a casa é completamente nossa, eu prometo. - lhe dou o meu melhor sorriso. A viagem é bem curta, e chegamos rápido.
Definitivamente tudo estava perfeito, a conversa foi mais que agradável, nenhum assunto "restrito" foi falado aquela noite. E eu tinha quase certeza que ele havia trago um chefe de algum restaurante famoso para cozinhar, estava tudo muito bom, apesar de eu não ter nem ideia do que eu estava comendo, a cada prato o garçom dizia o que estava servindo, mas sinceramente eu não estava prestando atenção em mais nada além do meu acompanhante.
Após o jantar, Klaus levantou e se pôs ao meu lado, eu imaginava o que ele ia falar, mas estava pronta para lhe dizer objeções.
- Me dá á honra dessa dança? - ele disse me oferecendo a mão.
- Mas não tem...- antes que eu termina-se de completar a frase, uma música lenta começou a tocar. Lhe lanço um sorriso e aceito sua mão, nós vamos para o centro do "salão" e a luz cai quando começamos á nos movimentar e ficamos dançando á luz de velas e da lua.
- Não sei por que me surpreendo por você ter pensado em cada detalhe. - digo enquanto dançamos. Giramos juntos no ritmo da música.
- Quando você só tem uma chance de conquistar a garota por quem você é apaixonado , você tem que aproveitar e garantir que tudo saia no mínimo perfeito. - Ele diz isso no pé do meu ouvido e eu me arrepio. Aquela voz e sotaque sexy são demais para o meu alto controle. Dou uma risada nervosa.
- Aé, e quantas garotas você já conquistou desse mesmo jeito? - eu sussurro em seu ouvido e o vejo engolir em seco.
- Até hoje eu não me preocupei em me esforçar tanto para conquistar alguém. - olho para seu rosto com cara de desconfiada e rio, ele sorri pra mim, e nós continuamos a dançar mais duas musicas, mais para ter a desculpa de estarmos nos tocando do que por vontade de dançar, apesar dele ser um ótimo condutor.
Após a música nos resolvemos beber alguma coisa e ele me chama para seu estúdio dizendo que quer que eu veja algo.
- Então, qual é a surpresa? - ele sorri de um jeito que eu adoro e me chama para acompanha-lo até perto de um quadro coberto, paro ao seu lado e ele tira o pano.
Eu fico estática, na tela pintada sou eu, eu dormindo com os cabelos espalhados pelo travesseiro, deitada de lado, vestindo a sua camisa, minhas pernas estão de fora e uma parte do meu sutiã preto está aparecendo.
- Diga alguma coisa, por favor. - eu olho séria para ele e o vejo ficar tenso de imediato, ele entorna o resto da bebida que tinha em seu copo na boca parecendo tomar coragem. - Eu pintei na noite em que você dormiu aqui, eu sei que é muito pessoal e eu entendo se você não gostar. - ele diz com a mandíbula travada, e eu tenho vontade de rir , ele parece seriamente preocupado com o que eu vou pensar, como se eu pudesse ataca-lo á qualquer momento.
Eu deixo que um sorriso se espalhe lentamente em meu rosto e ele parece relaxar aos poucos.
- É...lindo. - suspiro e olho para o chão. - Você é tão...
- Louco ? - ele diz arqueando uma sobrancelha.
Caminho rindo até uma mesa no canto da sala e me escoro meio "sentada" nela, bebo mais um gole de meu uísque.
- Eu ia dizer talentoso, mas louco serve também. - ele ri e eu o acompanho.
- Obrigado.
- Em falar em você ser louco, eu vi Camille aqui aquela manhã. - Ele parece ficar tenso novamente.
- É, ela anda me dando bons conselhos. - ele diz isso e pega a garrafa servindo mais bebida, mas acho que ele só queria se esquivar do assunto por algum motivo.
- E você segue os conselhos dela?
- Não, mas eu sei que não é isso que você quer saber, vá direto ao assunto Caroline.
- Ok, ela gosta de você, e eu quero saber se tem algo entre vocês?
- Não, ela está com Marcel. - ele bebe mais um gole e eu faço o mesmo, de algum jeito aquela conversa ficou pesada.
- Então é esse o motivo de vocês não estarem juntos ? - É a minha vez de ficar tensa.
- Não, o motivo é que não estou interessado nela. - ele diz me olhando com olhos penetrantes. - Mas por que todo esse interesse nesse assunto ?
- Não é óbvio ? - eu falo tão baixo que penso que ele pode não ter escutado.
- Desculpe, mas para mim não. - ele segura meu queixo fazendo-me encara-lo.
- Eu não quero me machucar de novo. Acho que não aguentaria mais uma decepção na minha vida. - ele parece surpreso com a minha resposta. Poe o copo na mesa, eu faço o mesmo, ele para na minha frente, bem próximo a mim, olha nos meus olhos.
- Eu nunca te machucaria Caroline.
Meus olhos se enchem de lágrimas, eu balanço a cabeça concordando e o beijo.
Um beijo lento, cuidadoso, receoso, um beijo maravilhoso.
Minhas mãos param em sua nuca acariciando o seu cabelo. E eu me sinto segura em seus braços como nunca me senti antes.

The Klaroline Diaries FINALIZADAOnde histórias criam vida. Descubra agora