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Caroline

Sai sem rumo, eu precisava andar um pouco, precisava pensar. Talvez eu estivesse sendo mesmo uma tola, talvez fosse tudo algo da minha cabeça. Era difícil pensar sóbria, eu precisava beber , andei até o centro onde haviam vários bares, sabia que devia evitar um deles, não poderia correr o risco de encontrar Camille, eu estava muito irracional para encara-la, diria que poderia sem querer arrancar a cabeça dela. Sim, na minha mente só passavam cenas de como eu poderia matá-la.
Tomei algumas respirações e entrei no primeiro bar que avistei, sentei no banco perto do balcão e suspirei aliviada, consegui chegar aqui sem matar ninguém, isso com certeza é uma vitória.
- Martine por favor. - o barman serviu a minha bebida e me lançou um sorriso galanteador, até que ele era bonito, mas não estava em um estado de espírito bom para ser receptiva a esse tipo de coisa.
Meu telefone começou a vibrar no bolso da minha calça, pensei em ignorar pensando que poderia ser Klaus, mas me rendi e peguei o celular para olhar o visor.
Stefan ? Que estranho.
Êsitei por um momento pensando se deveria atender, as coisas ficaram meio estranhas entre nós desde que me declarei e logo em seguida sai da cidade. Me dei por vencida e atendi, poderia ser algo importante.
- Alô? - disse insegura.
- Estou chateado por ter pensado em não me atender. - sinto minhas órbitas oculares ficarem arregaladas por extinto, começo a olhar para os lados e o vejo vindo em minha direção. Desligo o telefone e fico alguns minutos sem reação, não sabia como reagir.
- Stefan ? - pergunto incrédula.
- Saiba que foi muito difícil te achar.
- Meu Deus. - sinto a alegria me invadir e abraço-o, no início o abraço foi meio desajeitado, ele havia ficado surpreso com minha reação e eu também me surpreendo comigo mesmo, mas depois se torna um abraço reconfortante, é bom rever um rosto conhecido depois de tanto tempo.
- O que faz aqui? - pergunto soltando-o.
-Eu vim te visitar, parece que você resolveu morar aqui!
Suspiro cansada e me sento no banco, ele se senta ao meu lado e pede duas bebidas ao barman.
- New Orleans é encantadora, eu me apaixonei pela cidade, pela arte, pela comida. Aqui é tudo mágico! - digo encantada lembrando dos ótimos momentos que passei aqui.
- Espero que você me mostre todo esse encanto. Faz muito tempo que não venho aqui.
Eu sorrio me lembrando o quanto era boa a minha amizade com Stefan até eu confundir tudo.
- Vai ser um prazer. - digo brindando com ele. Logo estamos rindo e conversando sobre tudo que aconteceu na minha ausência. Fico aliviada por ele não ter tocado na minha "declaração", isso facilitava muito as coisas.
- Então, aonde você está hospedada ? - ele me pergunta e eu sinto meu corpo inteiro enrijecer, o nervosismo toma conta de mim.
- Eu...- ponho o copo na boca bebendo um gole de bebida querendo ganhar tempo pra pensar em algo. - Eu estou em um hotel aqui perto. - sorrio nervosa, ele parece acreditar. - Então, nós vamos ficar sentados aqui a noite inteira ou vamos sair para nos divertirmos? - pergunto já pulando do banco, ele levanta e me acompanha até a saída.
Fazemos um breve tour pelo centro da cidade, não é como se eu fosse uma boa guia, mas ele não parecia se importar, tinha quase certeza que ele conhecia a cidade melhor que eu e só estava me ouvindo por educação. Depois do tour nós resolvemos fazer um desafio para nós mesmos, teríamos que tomar pelo menos um drinck em cada bar da rua bourbon.
Claro que não demorou muito para o meu telefone começar a tocar descontroladamente, falei que ia ao banheiro para o Stefan e entrei numa das cabines para atender o celular.
-Alô? - atendo irritada, era Klaus.
- Caroline pare de criancices e venha agora para casa! - ele diz autoritário.
Eu rio debochando.
- Desculpe, acho que eu não entendi muito bem!
- Eu vou ter que ir atrás de você e te trazer a força ?
- Olha só querido, eu acho que você está tendo uma visão muito equivocada do nosso relacionamento. Primeiro, VOCÊ NÃO É MEU DONO! Esse seu papinho de macho alfa pode até funcionar com os seus "servos", mas comigo não. Agora se você já tiver acabado de falar eu preciso desligar.
- Não ouse desligar na minha cara Car....PI PI PI
Desliguei na cara dele e foi a melhor sensação de poder que eu já senti, saio rindo da cabine, checo meu cabelo e saio do banheiro indo ao encontro de Stefan.

.......

Klaus

Já passava das três da manhã e nada da Caroline aparecer. Sim eu estava esperando ela chegar sentado no sofá da sala como um pai esperando a filha adolescente. A raiva me consumia por inteiro, eu podia ter ido atrás dela, aliás não sei por que estou aqui esperando-a chegar que nem um imbecil. Eu não fui atrás dela para não dá-la o gostinho de vitória, eu não faria papel de idiota correndo atrás dela como um cachorrinho.
Eu devia me acalmar, eu sei disso. Já estava no início da minha terceira garrafa de uísque e mesmo assim não conseguia relaxar de jeito nenhum. Eu puxei mais uma respiração profunda e bebi de uma vez o copo cheio de uísque, ouvi os passos dela se aproximando da porta, ela a empurrou devagar querendo fazer o mínimo barulho possível, e quando me viu deu um pulo de susto.
- Nossa, você me assustou. - ela disse caminhando calmamente até as escadas. Fui em sua direção e segurei seu braço a fazendo virar pra mim.
- Onde você estava ? - eu rosnei as palavras ameaçadoramente.
- Por aí. - ela não pareceu se intimidar com meu tom, ela cheirava a álcool mas não estava bêbada, parecia sóbria.
- Eu não estou de brincadeira Caroline! Com quem você estava ?
- Com ninguém. - ela olha para o braço que eu estou segurando. - Me solta, você está me machucando! - ela diz parecendo horrorizada, eu á solto e vejo a marca da minha mão em seu braço.
- Me desculpe...- eu tento encostar em seu braço arrependido mas ela desvia de mim.
- Não encosta em mim! - ela diz com os olhos cheios de lágrimas e corre escada acima.

SHORT FIC WILDEST DREAMS:
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The Klaroline Diaries FINALIZADAOnde histórias criam vida. Descubra agora