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Klaus

Esfrego o rosto me sentindo desesperado, não sabia como lidar com essa situação.
Ela que saiu e passou a tarde e à noite fora, por que então eu é quem estava errado?
Bebo direto da garrafa de uísque.
Ouço seus passos no quarto. Respiro fundo sentindo a raiva dominar meu corpo, por que ela tem que ser assim ?
Jogo a garrafa de uísque na lareira e subo para o quarto sentindo meu corpo todo tremer.
Entro e ela está juntando um travesseiro e cobertores.
- O que está fazendo ?
- Estou indo dormir em outro lugar. - ela segura os cobertores e o travesseiro e para em minha frente esperando que eu saia da sua frente.
- Você vai dormir aqui!
- Eu não quero dormir junto com você. - ela cospe as palavras com tanto ódio que suas palavras parecem como um tapa em meu rosto, como uma lâmina fina cortando o meu peito.
Eu abaixo a cabeça sentindo a dor que suas palavras me causaram, sinto meus olhos lacrimejarem, levanto o rosto.
- Fique aqui, eu saio. - ela parece surpresa com minhas palavras, me encara incrédula.
Eu me viro e saio do quarto me sentindo uma marionete, e quem segura as cordas é uma rainha loira que consegue virar qualquer jogo em que o adversário seja eu.
Ela se tornou minha fraqueza, mas será que estou disposto á continuar sendo fraco por ela?

-

Caroline

O barulho da chuva me acorda, o quarto está especialmente melancólico hoje. Talvez seja a tempestade caindo do lado de fora que torna as coisas tristes. Talvez seja o fato de eu ter acordado sozinha numa cama tão grande. Provavelmente é só meu estado de espírito que me faz ver tudo em preto e branco, a dor de cabeça matinal está ajudando a deixar meu humor pior ainda, por que será que quando você está uma merda você sai procurando mais motivos para se sentir pior?
A minha teoria é que todos nós temos um lado sombrio, aquele lado que gosta de sofrer e sentir dor, aquele lado que fica se cobrando o tempo todo e que te diz que a culpa é sua.

Eu fiz uma lista de motivos supérfluos de o por que a culpa é minha e logo depois fiz uma tentando me convencer loucamente que o errado era ele. No fim a balança quebrou e eu decidi que ambos tinham uma parcela de culpa pelo que tinha acontecido.
Sim, eu surtei.
Sim, eu morri de ciúmes da loira sem sal, por que no fundo eu sei que ela não é sem sal, por que eu não quero admitir que eu acho que eles fariam um bom par, ela seria boa pra ele , e eu ?
Eu acho que consigo fazê-lo feliz sim, mas não acho que seja o que ele precisa, eu vejo tantos defeitos em mim, eu vejo o quanto sou errada para ele.
Eu vejo a Cami despertando esse lado bom nele e fico morrendo de inveja, por que comigo ele é bom, mas eu nunca consegui fazer que ele fosse bom com outro alguém a não ser eu.
Eu sou essa garota torta e mimada, sou egoísta, ciumenta, possessiva e problemática.
Será que nós estamos fazendo a coisa certa ficando juntos?
Suspiro e levo a mão a nuca, acho que a dor de cabeça virou uma bela enchaqueca. Faço uma rápida higiene matinal, prendo um coque no alto e fico alguns minutos me olhando no espelho, eu pareço péssima. Não me importo em trocar a calça de moletom que estou usando, e desço descalço as escadas, ainda parece ser cedo de mais para ter alguém acordado, caminho até a cozinha e ponho um pouco de cereal em uma tigela. Eu não estava com fome mas queria poder mastigar alguma coisa para ver se eu relaxava.
Sentei-me de frente para a bancada e comecei a mastigar lentamente, fechei meus olhos e apurei meus ouvidos, a chuva já era menos barulhenta, consegui ouvir o barulho dos poucos carros que passavam pela rua aquela hora da manhã, o tic-tac do relógio pareceu fazer minha enchaqueca piorar , então abri meus olhos tentando desviar minha audição daquele barulho insistente, terminei de comer e lavei a tigela lentamente querendo me concentrar naquela tarefa o maior tempo possível, eu achava que assim a solução dos meus problemas poderia aparecer de frente para o meu rosto de repente, infelizmente isso não aconteceu.
Andei lentamente até a escada, subindo um pé atrás do outro, nó último minuto quando eu ia para o meu quarto eu resolvi que iria até o estúdio dele, abri lentamente a porta com medo de que o visse lá, mas ele não estava lá, franzi a testa e resolvi procurá-lo na biblioteca, fiz movimentos leves tentando fazer o menor barulho possível , entrei e o encontrei deitado desajeitadamente num sofá no canto.
Ao lado do sofá haviam três garrafas, duas de uísque e uma de vinho, provavelmente o estoque de uísque acabou, suspirei, ele parecia desmaiado, me aproximei lentamente com medo de acorda-lo, ele fedia a bebida, agachei ao seu lado e passei a mão levemente em seu cabelo, ele sequer se mexeu.
- Klaus? - sussurrei seu nome, ele se moveu um pouco mas não respondeu.
- Klaaaus? - falei seu nome quase cantando mas num tom baixo, ele murmurou coisas desconexas. Resolvi tentar levanta-lo, abracei-o e ele me agarrou afundando seu rosto em meu pescoço e murmurando meu nome.
- Klaus por favor, venha pro quarto. - ele me puxou me fazendo cair em cima dele no sofá me apertando forte em um abraço. - Me solta! - falei tentando manter a voz baixa. - Você precisa levantar, por favor! - eu disse tentando me soltar dele em vão, a única coisa que consegui foi que ele se enroscasse mais em mim, suspirei cansada e me dei por vencida, o abracei também e nós dois nos apertamos naquele sofá minúsculo e não demorou muito eu adormeci também.

SHORT FIC WILDEST DREAMS:
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The Klaroline Diaries FINALIZADAOnde histórias criam vida. Descubra agora