- NÃO NÃO NÃO
Jogo-me ao chão ao ouvir toda aquela história.
Tudo oque eu disse se tornou verdade, não meu Deus, anaaaa... Porque só quando acontece isso que percebo que eu a amo.
Por medo eu a mandei embora, eu sou o culpado disso tudo.
Lágrimas escorrem, desespero toma meu corpo, aquela voz tinha razão eu a matei, matei meu filho.
Um filho? Oh meu Deus ... Ele morreu.
Jamais quis que aquilo tivesse acontecido, eu falei num momento de raiva, de medo. Eu sou um monstro, um cara desprezível.
- Está satisfeito? Oque você queria pra ela aconteceu, levante daí que seu Teatro não convence.
- Filha!
- Não vem com isso mãe, seu filho é um homem desprezível, levante seu falso.
- Tais, não faça isso com ele.
- Não defenda seu amigo.Tais está certa eu sou mesmo desprezível, mas nunca quis que aquilo realmente tivesse acontecido, não estou fingindo minha dor.
Ana, minha garota.
- Levante daí meu filho.
- Não pai, eu sou o culpado por isso, eu sou um mostro.
- Você não tem culpa filho.Apenas ouço Tais sair da sala e subir pro seu quarto.
- Onde ela está?
- No hospital CC.
- Eu vou lá.
- Vá amanhã lá querido, pense e descanse.
- É o melhor meu amigo.Subo escorado em meu amigo, não tenho forças pra nada, eu não queria que aquilo realmente tivesse acontecido. JAMAIS.
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Ando sem rumo pelo Centro da cidade, eu perdi tudo, meu grande amor, Arthur.
Não tenho mais forças, a três dias eu perdi Arthur, engraçado ou não, eu o perdi pro amor. Não quero mais entrar dentro do estúdio de dança, não consigo mais ver a dança e lembrar que por meio da mesma eu o conheci.
Paro assim que vejo um anúncio de emprego, um pequeno restaurante, mas que parece bem movimentado,entro no mesmo.
- Olá, que uma mesa?_uma moça ruiva, que deve ser a recepcionista.
- Vim ver a vaga de emprego de garçonete.
- Ah claro siga-me.Andamos até um pequeno escritório e lá estava um homem, o dono?
- Senhor, a moça venho pra vaga de garçonete.
- Pode voltar pro seu trabalho Carlla.Assim começou a entrevista, o lugar pra trabalhar eu já tinha.
- Onde Você mora?
- Não tenho lugar.
- Como Não?
- Tive que sair do meu antigo apartamento.
- Tenho um imóvel, em cima do restaurante, para alugar se você tiver interesse.Graças aos anjos, que tudo melhore financeiramente, porque emocionalmente eu morri.
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Acordo de um cochilo, passei a noite rolando na cama, todas as lembranças de Ana comigo rodava minha cabeça. Como eu não percebi isso antes? Eu a amo e a perdi.
Levanto-me num salto e vou direto pra um banho, quente pra relaxar. Ligo pra minha secretaria e peço que cancele todos os meus compromissos.
Desço pra tomar um café, logo após ter colocado uma roupa qualquer.
Todos já estão reunidos a mesa, todos com os olhos baixos .
- Bom dia.
- Bom dia._ todos me respondem, menos Taís que saí da mesa assim que chego.
- De um tempo pra ela meu amigo.Apenas aceno com a cabeça e me concentro em tomar meu café.
- Cancelei meus compromissos, irei junto com você ao hospital.
- Obrigado amigo.__*__
Entro naquele ambiente branco e frio, o nono andar me trás dor, muita dor.
- Sou amigo da Ana, gostaria de vê-la, posso?
- Antes terá que conversar com o doutor.
- Tudo bem.Entro numa sala com um tom azul, mas logo que vejo ali Pedro, eu paralisou... meu antigo amigo está cuidando da minha garota. Olho meu amigo que apenas pisca.
Éramos um trio imbatível, em tudo mesmo, mas eu fiz uma cagada, como sempre.
- Arthur?
- Olá Pedro. Vamos ao ponto.Eu e Raul sentamos e prestamos atenção em tudo que foi dito.
Ela ficou em coma.
- Como está meu filho?
- Oque?
- Eu sou o pai do filho da Ana.
- Aí meu santo. Ela perdeu a criança._ Oh meu deus, não por favor tudo menos isso... Meu filho porra... Nosso filho.
- Nós poderíamos conversar depois que vê-la?
- Acho melhor não.
- Por favor.
- Claro.Sou levado até a porta do quarto 18, minha respiração aumenta e o nervosismo também.
Entro lentamente, mas logo os olhos de Ana encontra o meu. Meu corpo trava ao ver como ela está, tubos pra todos os lados, curativos e o pior, aquilo que me quebra, seu olhar não brilha como antes. Sua mão está na barriga, com um sorriso, desesperador, no rosto.
Merda! Tudo por minha causa...
Ando até parar ao seu lado, passo a mão em seu rosto, mas o gesto é quebrado quando ela tira minha mão dela.
- Oque está fazendo aqui?_ sua voz estava fraca. Dor era a única coisa que sentia.
- Eu vim te ver, te ajudar.
- Ajudar? Tudo oque você disse era verdade, sorria você conseguiu.
- Eu nunca quis realmente aquilo.
- Não minta... Saia daqui, siga sua vida como você vinha fazendo...
- Não, deixe-me ficar aqui.
- SAIA.
- Saia daqui Arthur._ ouço a porta abrir e logo tais falar.
- Tais.
- Saia.
- Eu irei voltar.__*__
Ando até a cafeteria do hospital e logo vejo Pedro sentado. Vou até ele, preciso consertar as besteiras do passado.
- Olá.
- Pode ir direto ao assunto, não posso ficar muito aqui.
- Te queria pedir perdão por ter pegado sua garota, eu estava bêbado.
- Isso não importa mais, já esqueci isso.
- Porque deixou Taís então?
- Isso foi um ponto forte, ela pode ser igual a você ou igual a aquela garota, uma vadia. E não sei se quero algo definitivo, não tenho tempo pra isso.
- Tais te ama, Pedro.
- Eu sei .
- Perdoe-me?
- Claro cara.__*__
Estou rolando na cama a mais de duas horas e só oque consigo fazer é me lembrar dos sorrisos de Ana.
Porra eu perdi meu filho e minha mulher.
- Oque foi que eu fiz? Oh meu Deus.
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Maldita Mulher
عشوائيOque fazer quando suas palavras, que foram ditas num momento de pura raiva, vira realidade... Como fazer viver aquilo que morreu? Como reconquistar quem você o humilhou?