Kamikaze | l.s

Tre

A música é Magnets da lorde, coloquem quando eu indicar. A casa deles é igual a casa do clipe, é mais fácil pra imaginar.

-x-

Nuvem.

Harry encarava as nuvens brancas de sua sacada. Ele não lembrava o quanto havia sentido falta daquele céu azul intenso.

Imerso nos trabalhos da faculdade, nas festas e no namoro, ele nunca tinha realmente algum tempo para pensar no quanto estava com saudades de sua casa. Era insano estar ali depois de todos aqueles anos, era como se ele fosse uma visita e não o próprio anfitrião.

Suas costas tensionadas sobre a grade da sacada, ainda observando o céu e as grandes árvores de seu jardim.

Seu.

É, ele deveria se acostumar com isso a partir de hoje.

Ainda era de tarde, ninguém havia o chamado ainda aparentemente, e nenhum movimento extravagante havia o chamado atenção, além claro do barulho do grande rádio portátil de Louis e o seu secador de cabelo, que provavelmente estava ligado a um amplificador devido ao grande estrondo que causava.

Não que Harry estivesse reclamando, ele estava se esforçando para não ser o irmão que pega no pé, apesar de estar com uma vontade imensa de espancar a porta de Louis e o obrigar a desligar o secador, como nos velhos tempos. Por isso, digamos que ele estava na sua mais plena paz, observando o céu azulado.

Mas o que o fez despertar realmente de seus pensamentos, foram os três toques brutos em sua porta de madeira.

— Harry?! — A voz de seu pai surgiu através porta. — Abra a porta, sua mãe quer você lá embaixo em minutos.

Antes de deixar tempo para que seu pai se afastasse, Harry rapidamente correu até a porta, abrindo-a com pressa. Seu pai não escaparia de o dar um boa tarde, desta vez.

— Boa tarde para o senhor também.

Mark resolveu ignorar a ironia de seu filho, que era perceptível a distâncias. Deu um abraço rápido no cacheado.

— Bom dia, campeão. — Usou o apelido de antigamente. — Desculpe não o buscar hoje de manhã, estava ocupado.

— Eram quatro horas da manhã. Estava lavando a louça? — Usou seu tom sarcástico novamente, ganhando um olhar de reprovação do pai.

— Não fale assim comigo. Você sabe que sou ocupado, não há horários para o trabalho. Certo?

Harry suspirou, batendo fraco no braço direito de seu pai.

— Você tem razão, me desculpe. É só que, eu realmente sinto falta do meu pai. — Admitiu.

Ganhou mais um abraço de lado, sendo somente isso como resposta. Harry permaneceu na porta, olhando para seu pai, que se dirigia ao quarto de Louis. Repetiu o processo na porta, e Louis calmamente a abriu, praticamente pulando no colo de seu pai assim que o viu.

— Papai! — abraçou Mark, exclamando, porém olhando diretamente nos olhos de Harry enquanto o fazia.

— Ei, Kamikaze.

Chamou-o pelo apelido carinhoso. O mesmo fora dado durante uma tarde de vento, longa história por trás.

O tratamento de Louis e Harry pela parte do pai sempre fora visivelmente diferenciado, Louis era o caçula, o favorito. Harry era o responsável, o que não precisava de mimos e o não tão carente. Devido a isso, o carinho com o menor sempre fora superior. Porém, isso não impediu que Harry sentisse o aperto desconfortável de se sentir menosprezado. Com toda certeza infantil, para um homem daquela idade.