Quem puder, por favor ler esse capítulo ouvindo a música que está na multimédia ❤️
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POV HARRY
Um ano atrás
Saio do trabalho às pressas. Carrego em minhas mãos o buquê que pretendia entregar a Madelyn por nossos dois anos de namoro. Pedi aos funcionários da joalheria que colocassem no meio de uma das rosas a aliança que escolhi para minha namorada. Mal podia esperar para passar o resto de minha vida ao lado dela.
Paro em frente à porta de casa e reparo em uma ambulância e vários carros policias estacionados à frente do nosso apartamento. Vou até uma pequena multidão que cercava o local. Me aproximo de duas senhoras, que murmuravam palavras inaudíveis e pergunto o que está acontecendo.
"Acharam uma mulher dentro daquele apartamento. Pelo que parece ela tinha uma arma na mão mas tudo o que pudemos ouvir foi o som do disparo." Suas palavras me atingem em cheio, e tudo o que consigo pensar é em Madelyn sozinha em casa. Minha visão se torna turva, e uma explosão de pensamentos invade minha mente confusa, e tudo no que consigo pensar é a imagem de Madelyn machucada sobre o chão frio de nosso apartamento.
Só a possibilidade de ser ela, de todas as pessoas possíveis arranca meus pés do chão e meu corpo se arrasta às pressa, em meio à uma multidão de curiosos.
Seus braços são empurrados contra meu peito, e com grande dificuldade consigo chegar até o centro de toda a confusão. Paro em frente ao corpo deitado sobre uma maca e confirmo cada uma das minhas dúvidas. Madelyn, a garota que me apoiou e me ensinou a ser forte, agora era a única cuja força havia sido arrancada por uma bala.
Meu primeiro amor, agora estava morto frente aos meus olhos. Estirada em em uma maca e levada de sua casa por pessoas que mal à conheciam. Pessoas que diferente de mim, não usaram um segundo de seu tempo pra conhecer suas feridas e até onde iam.
Muito menos, cuidaram para que cicatrizassem mais rápido.
Caio de joelhos no chão e lágrimas escorrem por todo o meu rosto. Ela havia me deixado.
Dias atuais
''Ei, senhor, não é muito seguro ficar aqui até essas horas. Sinto muito pela sua perda, mas acho melhor o senhor ir para casa.'' O vigia do cemitério me fala em tom de preocupação. Ressalto porém, que após tanto sofrimento já não consigo mais me preocupar com tais perigos como o que me foi citado. Hoje faz exatamente um ano que Madelyn me deixou e tudo o que eu quero é ficar aqui por mais alguns instantes com ela. Até hoje não entendo o porquê de ela ter se matado naquele dia, quando a felicidade fora de longe seu traço mais bonito na vida. ''Olha, se o senhor não sair, temo que eu tenha que chamar ajuda.'' Suspiro.
''Tudo bem.'' Coloco as flores que trouxera bem em frente à sua lápide. Das mesmas flores que havia comprado no dia do nosso aniversário minutos antes de encontrá-la morta. Talvez, quando chamados pelo bom senso, "mórbida" seja a palavra certa para tal escolha. Mas não há muito o que se fazer. Eram as preferidas dela.
E devo dizer caro leitor, que o bom senso, nunca foi pra mim um amigo muito próximo.
Me levanto e vou em direção à saída. Levo minhas mãos ao bolso e procuro por minhas chaves. Assim que as encontro, uma garota um tanto apressada tromba contra mim na saída. ''Me desculpa. Eu sou muito desastrada, não sabia que estava aí.'' Dito isto, se prepara para sair. Mas assim que seus pés voltam a tocar o chão, murmura um ''sinto muito'' e some por uma esquina desconhecida. Naquele momento pude perceber que quando ela o dizia, não estava se referindo mais ao que acontecera segundos atrás. Mas sim, ao fato de me ver saindo daquele lugar tão triste e repleto de pessoas que tiveram suas vidas interrompidas. Imagino pelo meu rosto cansado, que não lhe tenha passado pela cabeça a possibilidade de estar lá à passeio.
Aperto meu casaco contra o peito e, no momento em que entro no meu carro, ouço o toque do meu telefone. Procuro pelo aparelho no porta luvas, e quando meus olhos batem no visor, o nome de minha mãe brilha na tela. Protesto durante alguns segundos, e ainda relutante, atendo sua ligação. ''Alô?''
''Harry, querido, está tudo bem?'' - Anne diz alegremente, e sua primeira resposta se resume a um revirar de olhos, mesmo que à este, seus olhos esmeralda não tivessem alcance.
''Tudo perfeito.'' - digo em indiferença, e decepcionada minha mãe suspira do outro lado da linha. É uma verdade inegável que eu a amo. Ela é minha mãe e tudo o que já aprendi devo à ela. Mas o dia de hoje não me desce à garganta. E em uma data como esta, nem mesmo minha mãe pôde controlar meu gênio difícil.
''Harry, sabe muito bem que eu apenas me importo com você.''
''Eu sei, mãe, é o que você diz todos os dias. Mas de dentro do carro e com o telefone na mão, não há muito como me defender. Tenho certeza que sabe, que uma morte à mais não é o que procuramos agora." Silêncio se instala em nossa ligação. E pela primeira vez em anos, sinto que minha mãe não me tem uma resposta. "Preciso ir."
''Tudo bem, meu filho. Eu te amo.'' Não a respondo, e desesperado encerro a ligação. Já faz muito tempo que esta frase me atormenta, e o medo de respondê-la novamente ainda dói em meu peito. Me passam pela cabeça todas as vezes em que fui chamado idiota. E de certo não foram poucas.
Mas é um fato inquestionável que"não há nada de tão absurdo que o hábito não torne aceitável." e fugir de meus problemas é um velho hábito de que não consigo abrir mão.
Paro em frente ao apartamento que há um ano atrás partilhava com Madelyn e entro, arrancando a intimação que estava na porta e jogando para um lado qualquer da casa. Tropeço em algumas roupas que estavam pelo chão. Noites passadas com garotas desconhecidas passam pela minha mente, e estas são jogadas para trás, acompanhadas da consciência que tanto me faltara. Vestindo-me com maestria do traje de mártir, me jogo para o sofá ligando a televisão, que em algumas horas me joga em um sono profundo em meio à uma vida desesperançosa.
POV DELILAH
Entro em um atalho para o meu apartamento um pouco antes de esbarrar em um garoto que saía de um cemitério. Admito, que sua beleza era única, algo que nunca havia visto em toda a minha vida nos Estados Unidos. Seu olhar porém, pesado e distante, revelava uma natureza mórbida presa à algo que me arrisco à dizer, nenhum outro olhar compreenderia. Sei porém, que a possibilidade de desvendar este enigma um dia é extremamente pequena, e devo me concentrar agora apenas nos meus objetivos. Sem mais problemas.
Subo com pressa a pequena escada que dava para a minha rua e entro, empurrando a porta com dificuldade.
''Cheguei, Paige.'' Caminho pela casa à procura de minha melhor amiga e coloco minhas botas em um canto da sala. Sou uma estudante de Artes da Califórnia, mas me transferi para Londres na intenção de reconstruir minha vida, completamente destruída depois do meu acidente. Desde então moro com Paige, que me acolheu em troca de ajuda na casa.
''Aqui! Na cozinha.'' Ouço a voz doce de P e vou até o sue encontro. Com um avental na cintura à preparar o nosso jantar, Paige me recebe com um grande sorriso e o rosto coberto de farinha. ''Então, como foi? Aceitaram o seu estágio?''
''Não, mais uma vez.'' Suspiro. Caminho para mais perto de minha amiga, e limpo seu rosto com um pano. ''Estou começando a perder as esperanças. Eu realmente preciso desse trabalho. Se não, como vou pagar a faculdade?''
''Eu sei, Delilah. Mas não seja tão negativa. Você já deu uma olhada em seus quadros? São lindos, é claro que você tem talento, vai conseguir um emprego logo, eu tenho certeza.'' Sorrio com as palavras de P. Ela sempre foi meu porto seguro e eu não sei o que seria de mim se ela não estivesse aqui.
Acho que já teria desistido.
''Obrigada, P. Você sempre será minha cliente de luxo.''
''Uau, que chique!'' Com um show de poses inexplicáveis, P me faz rir como uma criança frente ao seu desenho animado favorito. Paige sempre se comportara como uma, mas esse seu jeito infantil e elétrico era uma das incontáveis razões para as quais eu a amo com tanto afinco. Sua loucura sempre foi minha característica favorita. Sem isso, que graça teria a vida?
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Deixe-a Ir || H.S. (LIVRO EM PRÉ-VENDA) Vejam o último anúncio
Fanfiction"A morte, que sugou-lhe o mel dos lábios, Inda não conquistou sua beleza." - William Shakespeare; Harry Styles é um jovem empresário que perdeu sua namorada, vítima de suicídio, e por isso se torna extremamente rancoroso e frio. Até que conhece Deli...