Cap.45

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POV DELILAH

Luz forte entra por entre as frestas da janela, e sinto o calor do sol da tarde à queimar o meu pescoço. Abro os olhos lentamente, quando ouço o som das cortinas sendo arrastadas, e uma mão arrastando meus cabelos para longe da testa. Minha vista se limpa pouco à pouco, e os olhos verdes de Harry me chamam a atenção.

"Que horas são?" Questiono. Harry continua a me observar com atenção, e uma mão quente é repousada em minha testa. Afasto-me de seu toque, e suas bochechas ganham um tom rosado.

"13h45min. As enfermeiras deixaram um recado. Disseram que não conseguiu dormir tão bem, então deixei que dormisse até mais tarde." Disse. "Sua febre está abaixando. Se continuar assim, logo poderá ir para casa." Harry pega uma bandeja em cima de uma mesa e coloca em meu colo. Um forte aroma sobe às minhas narinas, e lembranças de um passado distante passam por minha mente. Há alguns dias tenho sentido minhas memórias voltando, mas apesar de tudo, pouco tenho me lembrado do rapaz em minha frente ou qualquer coisa que tenhamos vivido "Está se lembrando de algo?" O garoto questiona.

"Não." Minto. Suas feições se tomam em decepção, e Harry se apressa em se sentar ao meu lado.

"Delilah, o que houve? Está chateada? Desculpe, sei que fazem alguns dias desde a última vez que vim, estava resolvendo uma questão muito importante-" Harry para por um segundo e seus olhos se fixam nos meus, analisando-o com atenção. "Outra questão muito importante. E não pude vir antes disso."

"Recebi uma visita de Zayn. Na sexta-feira, pouco depois que você foi embora. Ainda não tenho certeza se posso confiar nele, mas acredito que o mesmo posso dizer de você." Minhas palavras parecem o machucar, e Harry respira fundo.

"Sobre o que conversaram?" Ele pergunta. Seus olhos procuram por todo meu rosto um sinal de esperança, imagino, que uma forma de saber se ainda estou ali. Não o culpo, depois de tudo o que aconteceu, também não tenho tanta certeza.

"Ele falou sobre Madelyn." Minhas palavras parecem assustá-lo. "O que aconteceu Harry?"

"Eu estava esperando para que você melhorasse e então eu te contaria tudo. Madelyn foi minha namorada, estávamos completando nosso aniversário de namoro e eu estava prestes a pedi-la em noivado, mas antes que chegasse para lhe fazer o pedido Madelyn tirou a própria vida."

"Por que não me disse nada antes?" Pergunto.

"Por que tive medo de te perder outra vez. Perdi a conta de quantas vezes te vi ir embora, e quantas vezes tive medo que acabasse não voltando. Eu ia te contar, mas precisava que fosse direito. Agora, principalmente."

"O que quer dizer com isso?"

"A polícia levantou uma investigação sobre o caso. Toda a minha família foi chamada para depor. Recolheram amostras e fizeram todo o tipo de perguntas. Querem entender o que aconteceu naquela tarde, mas não me deram mais detalhes."

"E há quanto tempo isso tem acontecido?"

"Aparentemente a algum tempo."

"Eu sinto muito que isso esteja acontecendo. Deve ser difícil ter que se lembrar de tudo isso de novo."

"Com certeza. Mas isso é necessário. Do contrário não vou nunca aprender a lidar com a dor Delilah. Eu preciso saber o que houve com ela."

"Eu entendo. Mas, por favor, tome cuidado. Nunca se sabe até que ponto da verdade nós devemos saber sem que nossa mente se perca mais ainda."

Harry assente. E assim sem mais uma palavra nos perdemos em meio ao silêncio do quarto de hospital.

(...)

POV LIAM

As teclas de meu computador fazem um som alto. Não consigo contar quantas vezes ouvi esse barulho se repetindo essa semana, e meus olhos já ardem de tanto tempo tenho passado montando provas sobre a família de Harry Styles.

Encho outra xícara de café na tentativa de me manter acordado, e me assusto, quando uma notificação aparece em minha caixa de e-mails.

"De: hstyl.es/gmail.com

Para: anxynymous/gmail.com

Assunto: Apague após ler

"Eu sei quem você é. Venha me ver. Tenho uma proposta a te fazer.

Harry."

Sem demora, respondo com um e-mail de confirmação e apago de minha caixa de mensagens. Salvo todo o dossiê em um pen-drive. Se Harry quer me ver deve ser por um motivo forte e eu devo ir preparado. Não posso me arriscar a perder esta oportunidade, e se ele sabe minha identidade, tenho que garantir que ele não a revele.

Recolho minhas coisas e saio de encontro a casa do garoto.

(...)

POV HARRY

"Já enviou? Se tudo tiver certo recomendo que vá rápido antes que levantes suspeitas." Diz Niall.

"Sim. Está tudo certo. Ele me encontra em alguns minutos."

"Olha Harry, se isso der certo vamos descobrir quem fez o que fez logo." Diz.

"Você não vai se meter em encrenca de ter me contado sobre isso tudo?" Questiono. Niall observa enquanto eu apago todo o histórico e desligo o notebook.

"Não se ninguém descobrir. Todos nós sabemos que não foi você. Seu nome foi excluído da investigação antes mesmo de começar. Mas precisávamos te fazer pensar que não pra não levantar suspeitas."

Visto meu casaco e ajeito meu chapéu. Niall se prepara para fechar a sala.

"Tudo bem. Eu prometo que não direi nada."

"Apenas siga as instruções que eu te dei. Seja firme e ofereça algo que seja do interesse dele. Ele provavelmente vai dar um jeito de impedir que você fale de algo." Concordo e me preparo para sair, quando Niall me chama novamente. "Harry!" Paro para prestar atenção. "Não acha melhor contar para Delilah?"

"Eu conheço a Delilah suficiente para saber que ela iria preferir não ter ouvido nada. Não podemos arriscar, é a nossa última chance." Niall suspira. "Não posso envolvê-la mais nisso Niall."

Dito isto, Niall assente, e saio às pressas para o encontro do homem desconhecido.

(...)

POV DELILAH

Acordo e sinto que meu coração vai sair pela boca. Meus braços se encontram dormentes e uma dor imensa incomoda meu peito. O ar escapa dos meus pulmões e tento chamar alguém, mas minha voz quase não sai.

Mais uma tentativa. Estico meu braço ao máximo, e o som agudo de alarme soa assim que aperto o botão vermelho debaixo da cama.

Rapidamente, quatro enfermeiros e um médico entram para o quarto e os devidos procedimentos são tomados. Minha crise de pânico aumenta cada vez mais, e por alguns segundos sinto minha cabeça doer, quando minha garganta toma força de novo, tudo o que consigo fazer é gritar por um nome.

"Harry!... Onde está o Harry? Alguém, por favor, o chame, diga que eu me lembro. Por favor!" Os funcionários de jaleco branco tentam me segurar, e num movimento rápido, um deles me aplica uma seringa. Uma dor forte vem no meu braço, e tão de repente quando o quarto se clareou tudo escurece novamente.

Deixe-a Ir || H.S. (LIVRO EM PRÉ-VENDA) Vejam o último anúncioOnde histórias criam vida. Descubra agora