Cap.41

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POV DELILAH

Harry empurra as grandes portas da empresa e sinto nostalgia a me invadir à medida que volto a entrar em contato com meu antigo local de trabalho. Após meses trabalhando em uma cafeteria tão pequena é estranho poder voltar a uma editora tão grande como essa.

Deslizo meus dedos sobre o balcão brilhante. A secretária de batons vermelhos empalidece ao me ver novamente. Acho que não esperava voltar à me ver aqui tão cedo com todas as fofocas que tem rondado. E fingo naturalidade, sorrindo, sendo retribuída pela mulher, completamente constrangida.

Respiro fundo antes de entrar em minha antiga sala. Os meus momentos de trabalho aqui dentro passam pela minha mente. Me fazendo questionar a razão por ter deixado tudo tão rápido. Deveria ter esperado. Mas no calor do momento, fazemos tantas coisas, e no fim das contas foi uma boa decisão, e essa viagem me fez bem de alguma forma. Enquanto meus passos se tornam cada vez mais lentos, Harry, do contrário, entra como um furacão. Com seus sentimentos à flor da pele, típico do herói de um livro, prestes à resolver um grande problema e salvar a pátria uma outra vez. Sua ansiedade lhe permite ajeitar meu escritório numa grande velocidade, revelando um novo tique que não teria da última vez que nos vimos.

"Poderia se acalmar? Está me deixando ansiosa." Digo em nervosismo, e me apresso à me sentar me rendendo ao mal estar que tenho sentido nos últimos dias.

"Me desculpe, essa situação toda tem me deixado muito nervoso. Não podemos errar, Delilah, se não acabou e é cadeia."

"Não vamos errar em nada, apenas se concentre. Em breve, tudo irá se resolver, e poderá voltar ao seu trabalho normalmente, sem se preocupar com nada."

"Tem razão. Não podemos levantar suspeitas e por isso mesmo lhe trouxe aqui. Temos que trabalhar. Como se nada tivesse acontecido, para que assim, talvez, possamos recuperar o tempo perdido e levantar a empresa novamente. Já estamos chegando ao fim do ano e seria bom montar novas estratégias de marketing. Por favor, monte alguma coisa enquanto Louis não chega. Quando ele chegar, vamos os dois às escondidas entregar tudo para a polícia, e o resto é com eles. Acabou."

Suspiro fundo em descontentamento. Tudo isso veio em péssima hora. "Logo agora, enquanto você tenta se resolver com seu pai."

Harry deixa sua jaqueta em um cabideiro e se aproxima de minha direção, se sentando em minha frente. Suas mãos quentes pegam as minhas e suas feições nervosas suavizam quando olha em meus olhos. "Esta tudo bem, Delilah. Não se preocupe conosco. Meu pai fez algo de errado e tem que pagar pelo que fez. E nossa relação não tem nada a ver com isso. Iremos nos resolver independente disso tudo."

Meus olhos voltam a carregar esperança. E me animo um pouco com o que Harry disse. "Já se decidiu?"

"Sim. Isso vai depender se meu pai vai aceitar arcar com sua responsabilidade, mas... Sim. Eu irei dar a ele uma nova chance." Junto Harry em um abraço apertado e deixo minhas frustrações de lado. Voltando a soltá-lo quando seu celular vibra em cima de minha mesa. "É o Louis. Ele conseguiu."

(...)

POV LOUIS

Procuro em toda minha mochila a chave mestra que precisava para abrir o apartamento de Roland antes que ele volte. Assim que sinto o metal frio em minha mão, me apresso à abrir a porta velha em minha frente. Roland só se preocupara em reformar essa coisa velha quando já estiver caindo aos pedaços. E pelo que vejo, não irá demorar muito.

Quando a porta se abre, não perco meu tempo e me direciono à todo lugar minimamente suspeito em seu apartamento minúsculo. Mas um tijolo fora do lugar me chama a atenção. Com cuidado, levo minha mão até o local, e o tijolo sai facilmente, revelando uma pequena caixa de madeira onde as notas se encontravam. Bingo.

Deixe-a Ir || H.S. (LIVRO EM PRÉ-VENDA) Vejam o último anúncioOnde histórias criam vida. Descubra agora