Cap. 37

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POV DELILAH

Já faz uma semana que Harry está em minha casa. Em todo lugar, seu cheiro e seu toque estão presentes. No banheiro, seu shampoo, sua toalha de banho e sua escova de dentes estão guardados juntamente aos meus itens de uso pessoal. Na sala, os filmes e jogos de que mais gosta da minha lista, estão separados em cima da mesinha de centro e até mesmo seus doces favoritos já estão em minha gaveta. Já estou começando a me acostumar com sua presença aqui, e isso é um tanto arriscado pra mim. Não é certo. Não devo me acostumar. O conforto, o costume gera um tipo de carinho que já não é saudável para nenhum de nós dois agora. Tudo o que estou fazendo, é lhe oferecer um pouco de ajuda assim como há 3 meses atrás. 

A porta do quarto onde Harry dorme é aberta, e este sai com sua bolsa já pronta e seus sapatos nas mãos. O nervosismo é evidente em suas expressões, e Harry trabalha com pressa consultando o computador à sua frente enquanto tenta a todo custo calçar seus sapatos. Me sento ao seu lado, assim que Harry pede que eu olhe para o computador. Notícias, em diversos sites diferentes com o nome da empresa cobrem a tela, e acusações, assinadas por um nome falso me chamam a atenção.

"É ele?" Aponto para o rosto borrado em uma fotografia e o nome falso posto pelo site pelo qual a acusação fora publicada. 

"Sim. O homem que nos seguiu. Há boatos de que é um concorrente. Um homem de uma empresa concorrente que tenta nos derrubar pra conseguir fama. Acredito que seja real. Aparentemente sou um alvo de grande interesse e são os únicos capazes de conseguir informações assim. Havia outra possibilidade, claro. Alguém de dentro. Mas levando em conta que já descobrimos o envolvimento do Zayn, já não temos dúvidas nesse ponto."

"E no que eu posso ajudar?"

"Você é a única pessoa de quem ele não conseguiu informação nenhuma. Continue trabalhando no anonimato. Ele imaginou que pudesse ser um caso meu. Mas não poderia ser possível devido à minha... situação anterior." Harry me olha de relance. E uma tristeza que não me vinha há tempos invade meu coração quase cicatrizado, e sinto a ferida a ser reaberta.

"Então eu devo te ajudar a levantar novamente a empresa e distrair as pessoas desses boatos. Assim, terá tempo de desmentir tudo para a polícia, ou ao menos se livrar disso, por ser inocente na história. Em parte."

"Sim, em parte." - assinto. "Mas é melhor irmos logo assim chegaremos a tempo. Não poderemos ir até nossas casas nem avisar a ninguém que estamos indo. A partir de agora temos que agir com cautela ou as coisas podem piorar."

"Nem mesmo a Paige? Ou Louis?"

"Louis ficará sabendo de uma forma ou de outra. Mas Paige não. Sinto muito. Sei que ela é importante mas não podemos correr riscos. Ela irá querer te ver e não podemos colocar ela no meio disso. Não agora."

"Porquê não procuramos Zayn para tentar resolver isso tudo?"

"Não mesmo. Agora que sabemos do que ele é capaz não quero envolvê-lo mais nessa história. Prefiro que descubramos tudo sozinhos."

Suspiro. "Tudo bem. Só me deixe ajeitar algumas coisas e me arrumar. Não demoro."

Harry sorri.

Volto a checar meu celular. As mensagens de uns meses atrás continuam em minha caixa e agradeço a mim mesma por não tê-las apagado. Procuro pela mensagem que tem estado em minha cabeça desde que recebi e encontro abrindo-a rapidamente. Com medo de Harry desconfiar da demora. 

Número desconhecido.

Leio-a com pressa e as últimas palavras me colocam pra pensar "Pessoas tem lhe mentido muito. Tenha cuidado." É o que diz. Com certeza tem a ver com isso. Me pergunto o que mais tenho a descobrir e quem tem me mandado essas mensagens.

...

POV PAIGE

Termino de fazer o jantar e deixo um pouco no forno para Louis. Enquanto como, observo com cuidado cada detalhe e lembranças daquele dia novamente passam pela minha cabeça.

Ouço batidas fortes na porta e de forma bruta ela se abre. Roland entra sem aviso e uma bandeja desleixada com um prato e um copo com algumas gotas a escorrer é deixada e qualquer jeito no chão empoeirado. Sinto meu estômago a revirar mas não posso ignorar a fome que sinto após tanto tempo lá dentro. é o terceiro dia e eu não como há desde que cheguei. 

Mais uma vez, sinto a venda a ser tirada da minha boca e minhas mãos são desamarradas por algum tempo. Assim que a corda é solta, automaticamente aperto meus pulsos. A área se encontra avermelhada e coberta por arranhões. Arde e coça muito e sinto vontade de chorar mais uma vez. Tenho sentido isso com frequência.

"Não tente fazer nada estúpido. Vou te amarrar de novo assim que comer. Aproveite vai ser raro. Não vai precisar comer muito considerando o que vai acontecer a você e seu namoradinho."

...

Ele não mentia. Já se foram 4 dias. E nem sinal de comida ou do Roland. Me pergunto o que houve. Logo, começo a ouvir gritos e passos por todo o lugar, e mais uma vez a porta é aberta e a imagem que me vem aos olhos faz todo meu corpo parar por algum tempo. Louis me olha cheio de desespero, e nem dois segundos depois sinto seus braços a me cobrirem com força e a corda a ser cortada, enquanto um homem de meia idade com uma farda passa pela porta ainda aberta.

"Ele fugiu."

...

POV LOUIS

Adentro o hall do hotel e cumprimento o porteiro esperando que me dê passagem para subir. Este me entrega um cartão  e diz que me esperam no quarto de mesmo número. Subo pelo elevador e espero por uns minutos até que chego em meu andar procurando pelo quarto de numero 121. Assim que o encontro, deposito o cartão na fechadura e um som é emitido anunciando que a porta havia sido destrancada. Assim que entro no espaço anuncio minha chegada me sentando no sofá vermelho aparentemente de grande valor. Ouço a voz do meu padrasto a cantarolar uma música conhecida e logo ouço seus passos pesados e vir em minha direção.

"Louis" Seu sorriso é grande quando me cumprimenta e me levanto para lhe dar um aperto de mão. Mas este, me puxa para um abraço e me solta após alguns segundos. "Desculpe, deveria ter te encontrado há alguns meses mas não tive muito tempo. As coisas tem estado uma confusão. Ando sendo procurado, você sabe."

"Sim, não se preocupe. Na verdade, eu queria te contar uma coisa."

"Diga." Seu olhar carrega preocupação, assim que repara em toda a tensão presente na sala.

"Quando eu te chamei, não fui eu. Eu não deveria ter feito isso mas estava correndo um grande risco. Não eu, minha namorada. E você também precisa tomar cuidado por isso estou aqui."

"Louis, o que- quem?" Meu padrasto se senta no sofá e passa as mãos pelo rosto. Tenso, com minha revelação.

"Há muito tempo estou devendo a um homem. Ele me ameaça. É louco pelo dinheiro. E até machucou uma amiga muito querida há alguns anos. Eu não posso lhe pagar. Não podia. E ele disse que queria falar com você. Que iria te procurar e se eu não te trouxesse pra ele, ele iria atrás de Paige e a machucaria. E ele realmente tentou. Depois que você disse que não poderia aparecer por um tempo. ele a levou quando eu não estava em casa. E me me pressionou. Mas eu consegui chamar a polícia e agora ele pode estar em qualquer lugar. Não sei por que ele te procurava mas por favor tome cuidado." Termino de dizer e vejo os olhos chocados de Elliott. Este não pode dizer uma palavra.

...


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