Cap. 18

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Música do capítulo: Passing Afternoon - Iron And Wine (multimédia)

Surpresa <3 Quis fazer double update hoje por que sinceramente estava ansiosa para dizer o que aconteceria no próximo capítulo então espero que gostem por que hoje eu estou bem inspirada :) bom não vou prender tanto vocês por isso aproveitem o capítulo novo.

...

POV DELILAH

Paro a bicicleta de Louis em frente ao café e encontro Harry na mesma mesa em que nos sentamos da última vez que viemos aqui. 

Deixo a bicicleta encostada e desço caminhando até o garoto que me olhava com um sorriso no rosto.

É normal estarem abertos até essa hora?

Seu sorriso cai e franzo minhas sobrancelhas sem entender sua mudança de humor repentina. ''Desculpe te chamar a esta hora da noite, mas eu não podia esperar mais tempo'' - diz.

''O que aconteceu?'' - pergunto. Assento-me à sua frente e espero por uma resposta vinda de Harry.

''Te conto no caminho. Vem comigo'' - diz. Harry se levanta e eu resmungo por ter acabado de me assentar mas acabo por segui-lo, não querendo chatear o rapaz.

''Eu.. vim de bicicleta'' - digo assim que vejo o garoto me levar até o seu carro e este se vira para mim, voltando a me olhar nos olhos.

''Tudo bem, eu tenho uma corrente ali, pode prendê-la atrás do carro'' - diz.

Aceito sua sugestão e caminho até a bicicleta enquanto Harry tira uma corrente de seu porta-malas.

Tento levantá-la mas falho miseravelmente pois a bicicleta nem se move. Harry vê meu esforço e vem em minha direção.

''Precisa de ajuda?'' Seu tom frio causa arrepios em meu corpo e eu aceno, pedindo que este me ajude a levantar o objeto.

Usando apenas uma mão, Harry levanta a bicicleta do chão, apoiando esta em cima do ombro.

"Não é assim tão pesado'' - diz. Seu comentário me faz suspirar e Harry volta a caminhar até seu carro, prendendo a bicicleta nele.

Ando até o carro e Harry o destranca, permitindo que eu entre.

Assim o faço, sendo invadida pelo seu aroma que rescende a menta e coloco o cinto de segurança.

Logo, ouço a porta a ser batida e sinto a presença de Harry ao meu lado e volto meus olhos ao rapaz, podendo pela primeira vez reparar melhor em sua aparência. A regata que carregava no corpo me dava uma visão melhor de suas tatuagens. Algumas que eu nunca tinha visto e que lhe caiam muito bem. Seus cachos estavam puxados para trás sugerindo que haviam sido recentementepenteados pelos longos dedos do rapaz e os músculos do seu braço estavam levemente definidos, dando a este um ar mais forte e atraente. 

Estava impecável.

Vejo suas bochechas queimarem assim que se dá conta de que eu o estou observando e volto minha atenção para a janela, colocando meus fones de ouvido.

Sinto o carro frear e direciono meu olhar para a estrada, vendo uma grande floresta em frente aos meus olhos. Inacreditável.

''Então, onde estamos?'' - pergunto.

''Vai ver'' - disse simplesmente. Harry sai do carro e rodeia o automóvel, abrindo a porta para mim em seguida.

Caminhamos por alguns minutos até chegarmos a um pequeno parque amadeirado. Pequenas flores amarelas estavam espalhadas pela grama e o luar iluminava o local dando a este um ar nostálgico e confortável. Um balanço improvisado estava pendurado em uma grande árvore e o som dos poucos pássaros a voar por lá tornava tudo ainda mais bonito.

Viro-me para Harry e vejo que este também me olhava de uma maneira diferente, ou devo dizer... fascinada?

''Harry, isso é... perfeito'' - digo. Sorrio envergonhada e o garoto retribui, acenando para que eu o siga.

O garoto pede que eu me assente no balanço e assim o faço, vendo-o dar à volta para em seguida ficar atrás de mim. Sinto suas mãos irem de encontro com as minhas costas com muito cuidado e um choque elétrico invade o meu corpo, fazendo com que meus pelos se arrepiassem. Harry me empurra como se tivesse medo de que eu me quebrasse e logo me sinto ser levantada no ar, dando-me a sensação de levantar voo.

Logo, ouço sua voz rouca a se pronunciar, quebrando o silêncio entre nós enquanto continua a me empurrar no balanço.

''Quando eu era mais novo minha família costumava ser bem unida. Todos muito felizes, fazíamos de tudo para ajudar um ao outro. Mas como você sabe, nada é eterno. Então, em consequência disso, a felicidade também não é. Assim que eu completei quatro anos as coisas começaram dar errado. Meus pais discutiam muito e eu e Gemma nunca sabíamos o porquê. 

"Via minha mãe triste e a chorar, mas ela escondia tudo pois, como toda mãe, não queria que os filhos se preocupassem. Mas, naquela noite, na noite do meu aniversário, eu descobri. Vi meu pai conversando com alguém ao telefone. Ele disse que a amava e que logo nos contaria sobre o que estava realmente acontecendo. Eu saí correndo e não quis ouvir o que ele tinha a me dizer. Fiquei sem falar com ele por um tempo, até que de um dia para o outro eu olhei para a janela e vi ele. Meu pai tinha duas malas nas mãos e caminhava até o carro enquanto minha irmã chorava no colo de minha mãe, e ela acariciava os seus cabelos.''

Fiquei chocada com a revelação do rapaz e fui tomada por uma mistura de sentimentos. Tristeza - por ver o sofrimento do garoto que àquela altura era apenas uma criança inocente - e também raiva. Raiva de seu pai, que mentiu para ele e fez com que Harry, o garoto que me ofereceu um propósito e um sentido, saísse machucado e sem esperanças de que um dia recuperaria a vida que tivera antes que esta lhe fosse arrancada sem qualquer tipo de pena.

''Então... ele nunca mais voltou?'' - pergunto.

''Sim. Assim que eu completei dezesseis anos ele voltou para a minha mãe, mas eu já não confiava mais nele'' - diz.

''Vocês ainda moram juntos?''

''Não, assim que lhe deu na telha meu pai foi embora outra vez. Saiu da cidade e deixou que eu cuidasse da empresa sozinho.''

Minha boca se abre em um ''oh!'' e meus pés se prendem ao chão, fazendo com que Harry parasse de me empurrar e me observasse com cuidado, com medo de minha reação.

Eu me levanto e dou a volta ao redor do balanço, caminhando em direção ao garoto. Assim que meu corpo está a centímetros do de Harry, envolvo meus braços em seu pescoço, puxando este para um abraço caloroso.

Sinto os braços de Harry se enrolarem em volta de minha cintura e o garoto esconde seu rosto na curva do meu pescoço fazendo com que outro arrepio percorresse meu corpo, ao sentir a sua respiração quente contra minha pele.

Levo minhas mãos ao seu cabelo e faço pequenas carícias, esperando que assim toda a sua dor vá embora.

''Passaria por tudo isso por você, se pudesse'' - digo.

''Não diga isso, Delilah.''

''Por que não?'' - pergunto.

''Por que de maneira alguma permitiria que você sentisse uma dor dessas. Nunca vou querer que sinta dor, Delilah. Quero te proteger dela.''

...

Então, me digam o que acharam :) o capítulo ficou bom? Espero que sim <3 não se esqueçam de votar ok? É muito importante para mim. Obg por tudo. Amo vocês.

Unicorn xx





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