Cap. 25

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Música do capítulo: Friends - Ed Sheeran

...

POV DELILAH

"É aqui que você irá ficar, querida. Não é muito grande, mas eu e seu avô decoramos com todo o carinho. Esperamos que possamos passar um bom tempo juntos" - a doce senhora diz, enquanto adentro o pequeno cômodo e deixo minhas malas sobre o colchão macio.

"Muito obrigada, Mrs. Jasmine."

"Pode me chamar de vovó, Delilah" - diz.

"Tudo bem, obrigada...vovó" - digo. Ela acena e deixa o quarto, permitindo que eu observe este com mais cuidado.

Meus olhos viajam pelo cômodo apertado e deixo que minha curiosidade tome conta de mim, ao observar o quão bem cuidado este estava. Não vejo um resquício de poeira nos armários e as pequenas flores espalhadas pelo papel de parede cor de rosa trazem um ar nostálgico ao quarto. Levo meus dedos até a madeira levemente envelhecida da cômoda antiga e puxo uma das maçanetas, observando o que esta tinha dentro. Com um pouco de dificuldade levo minha mão até o fundo da gaveta e sinto esta a bater contra algo duro, que logo descubro ser uma caixinha com um pequeno cadeado. Procuro por todo o quarto uma chave que pudesse abrir aquela caixa e, por fim, encontro uma chave dourada que encaixa perfeitamente no cadeado enferrujado. Assim que a caixa é aberta, várias fotos estão dentro da mesma. Algumas até um pouco envelhecidas e amareladas - provavelmente por terem ficado guardadas por um longo período de tempo. Colado ao veludo sujo da tampa, um pequeno bilhete se destaca, chamando minha atenção para a escrita primária feita em giz de cera. "Pertence a Delilah Sttuart."  

Eu me assento sobre a cama e começo a analisar o conteúdo da caixinha. Em uma das fotos posso ver um casal, e entre eles uma garotinha de cabelos negros e pele clara com um cordão semelhante ao que carrego em meu pescoço desde que deixei o hospital com meus avós. Em outra foto, uma mulher muito bonita segura uma rosa entre os dedos enquanto o homem da foto anterior sorri abertamente; seus dedos se encontram entrelaçados com os dela em um ato apaixonado. A marca de um dedo minúsculo é bastante evidente dando a impressão de que a foto teria sido tirada por uma criança.

Vejo uma série de fotografias e desenhos infantis e um sorriso brinca em meu rosto - sorriso este que há dias não dava - e ouço leves batidas na porta, enquanto um "entre" escapa pelos meus lábios rosados.

"Querida, o jantar está pronto" - vovó diz.

"Desço em alguns minutos, vovó, eu prometo." Mrs. Jasmine assente e caminha pelo quarto, assentando-se ao meu lado e levando seus olhos aos objetos que tenho nas mãos. "Quem são estes, vovó?"

Ela leva sua mão ao bolso de seu avental e tira de lá um par de óculos presos a um cordão e, apertando um pouco os olhos leva estes ao rosto, focando a visão nas figuras das fotos.

"Esta aqui é você." Seus dedos apontam para a garotinha de cabelos negros e logo em seguida para o casal das fotos. "E estes sãos seus pais, querida."

"Oh." Sinto uma pequena pontada em meu coração e levo meus olhos para o tecido gasto dos meus tênis. Vovô havia me contado sobre meus pais há dias no hospital, e com pouco tempo já podia sentir uma certa afinidade por eles, afinal, eram minha família.

"Vocês eram uma família muito unida, Delilah. Os seus pais te amavam muito" - diz.

"Adoraria que você não precisasse me dizer isso, vovó. Tudo o que eu queria era me lembrar deles e dos momentos que passamos juntos" - digo.

"Eu sei, minha querida. Eu sei...."

...

Deslizo um moletom preto pelo meu tronco e jogo minha mochila sobre o ombro. Ouço os passos de meus avós pelas escadas e volto a pousar a mochila no chão, jogando-me imediatamente sob os cobertores. Ouço a porta a ser aberta e segundos depois ser fechada novamente, indicando que quem quer que fosse, já deixara o meu quarto. Após verificar se estavam todos dormindo, volto a pegar minha mochila, caminhando então até a janela do meu quarto. Tomo impulso e em segundos sinto meus pés baterem contra a grama escura do nosso jardim. Tiro meu skate de trás de algumas sacolas e subo em cima dele, escapando mais uma vez pelas ruas pouco iluminadas do meu bairro.

...

"Já deve ser a quinta vez que se mete em confusão, Delilah. Será que não consegue passar uma madrugada inteira dentro daquele quarto?" - meu avô diz. O álcool no meu organismo não permite que eu forme uma frase com completo sentido e apenas deixo que meus olhos se fechem enquanto o homem dá mais um de seus sermões.

...

"Delilah?" Meus pensamentos são interrompidos com Harry chamando a minha atenção, avisando que já havíamos chegado em meu apartamento. Deixei que o garoto me levasse para casa após seu café ter sido acidentalmente derramado pela minha blusa em um ato um tanto distraído. De início estranhei seu gesto, pois ele apenas havia ficado nesse estado após ter sido questionado mais uma vez sobre os tais "números" da qual sua secretária havia falado há dias, mas deixei minhas dúvidas de lado pois não queria que o rapaz se zangasse.

"Oh, sim, me desculpe." Eu me apresso em retirar o meu cinto e sinto seus olhos sobre mim enquanto guardo meus objetos dentro da bolsa. Antes de sair do carro, viro-me para o rapaz. "Não gostaria de entrar?"

Suas pupilas se dilatam e Harry se mostra surpreso mas logo assente, saindo do carro e abrindo a porta para que eu fizesse o mesmo.

Assim o faço e, num movimento repentino, Harry entrelaça nossas mãos e me puxa para si, e um beijo carinhoso é depositado em meus lábios.

"M-me desculpe, eu só... eu achei que estivesse precisando" - Harry diz atrapalhado.

Sinto minhas bochechas arderem e sorrio, me colocando na ponta dos pés para devolver o seu beijo delicado.

"Eu estava."

...

POV ROLAND

Levo minha cerveja aos meus lábios e me inclino até minhas mãos alcançarem o controle da televisão. A porta é batida com força e tenho a impressão de que se eu não a abrir depressa a maçaneta pode acabar sendo quebrada. Por isso eu me levanto com raiva, preparando-me em seguida para arrebentar quem quer que fosse que estava me incomodando. Abro a porta  e logo me deparo com um homem encapuzado. Suas roupas parecem mais caras que qualquer porcaria que eu tivesse em meu armário e seus óculos escuros cobriam seus olhos, não me permitindo identificar qualquer sinal familiar em seu rosto.

Preparo-me para fechar a porta mas o desconhecido a empurra com o pé, impedindo que eu o fizesse. A porta é aberta com força e o álcool em meu organismo faz com que eu cambaleie para trás e bata minhas costas com força no chão imundo.

"Roland, não é mesmo?" Assinto. "Sou Liam Payne. Vim para lhe fazer uma proposta e eu recomendo que aceite, pois não estou para brincadeiras."

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Amo vocês

Unicorn xx

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