Cap. 35

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POV DELILAH

Assim que a porta de entrada se abre, Harry olha cada detalhe com atenção. Caminhando pelo espaço a observar os detalhes da decoração detalhada que fiz em minha sala de estar. 

"Quando criança, na casa dos meus avós, eu me lembro que minha avó cuidava muito bem da casa, escolhia tudo com cuidado e desde então ela me criou assim, me preocupando também como como eu a decorava e tratava desde os pequenos utensílios até os móveis maiores e mais pesados. Os detalhes são sempre muito importantes, Harry. São eles que fazem diferença em tudo o que fazemos, tudo o que temos e queremos ter. Como eu disse antes, não é grande mas confortável."

"Você cuidou muito bem disso aqui, como eu imaginei que faria. Quando trabalhávamos juntos eu me lembro de como prestava atenção em cada detalhe dos seus desenhos. Vejo que ainda faz isso." Seus olhos caminham curiosos pelos vários desenhos e quadros espalhados pelas paredes da sala. Em cada canto da casa, Harry pode ver um desenho, e se anima ainda mais, quando seus olhos param na grande porta colorida, com uma placa em cima pintada a mão.  "'Eu sonho com minhas pinturas, e então eu pinto meu sonho. Vincent Van Gogh.' É seu estúdio?"

"Sim." Constrangimento cobre meu rosto e me apresso a ir até Harry, que observa ainda atento e hesitante a maçaneta se poderia ou não observar o que tem dentro. "Mas não sei se iria gostar, é apenas um lugar onde costumo passar o tempo."

"Posso?" - pergunta.

"Fique à vontade."

Assim que a porta é aberta, grandes quadros são revelados, tinta cobre o chão e alguns panos anteriormente brancos. pincéis e vários lápis de cor se mantêm espalhados em potes de vidro e um grande quadro na parede, em cima de um banco marrom de madeira chama a atenção ao entrar no espaço. Seus olhos brilham e penso ver a criança dentro de Harry pulando e estudando todo o espaço e os trabalhos dentro dele. Vejo seus olhos verdes indo em direção ao grande quadro e confusão passa pelos seus olhos, quando um grande monte de cachos, como uma onda saltam aos seus olhos. Um mar de tintas de diversas cores correm cada um dos caracóis, e um lindo par de esmeraldas, brilham sobre uma pele branca como a neve.

Sem tirar os olhos do quadro, e com uma expressão ilegível, deixo que tome suas conclusões, constrangida, por ter sido pega de surpresa. Apesar de ser o quadro mais importante de todos os meus trabalhos, nunca imaginei mostrar isso pra ninguém.

"Quando você pintou?"

"Um pouco antes de ir embora. Não esperava que visse isso."

"Delilah, eu-"

"Sente fome? Deve ter viajado muito e só tomou aquele café. Pelo que te conheço não deve ter comido muito no caminho." Sinto ver desapontamento em suas íris esmeralda, mas decido ignorar. Não podemos voltar nisso outra vez.

"Um pouco."

"Vou te fazer alguma coisa. Se apresse e tome um banho, já está escurecendo, deve estar cansado." Sorrio. Meu sorriso é devolvido e Harry assente dando uma última olhada no quadro, até deixar o estúdio sem uma única palavra.

...

Sons agudos são ouvidos pela cozinha, quando talheres esbarram aos poucos no fundo dos pratos. Harry ainda não dissera muito, e começo a me perguntar se não deveria ter ouvido o que ele tinha a dizer sobre meu trabalho.

"Zayn tem se tornado estranho desde que foi embora. Às vezes, acho que ele me culpa. Louis e eu também temos discutido um pouco, e sua amiga parece ter ficado mais próxima dele. Da última vez que nos vimos estavam de mãos dadas."

"Vocês tem se visto?"

"Todos nós. Louis arranjou um emprego na empresa, então temos nos visto com frequência."

"Como isso aconteceu?"

"Um favor. As dívidas e precisávamos de mais empregados pra encobrir o último escândalo." Por um segundo sinto um misto preocupação com curiosidade e meus olhos se direcionam ao rapaz em minha frente. 

"Que escândalo?"

"Não ficou sabendo? Achei que todos já soubessem. Estamos envolvidos em boatos. Vários deles. As coisas estão ficando difíceis por lá. Estão acusando ao meu pai e até mesmo a mim. E começaram a trazer meu passado à tona."

"Sinto muito, Harry."

"Tudo bem, não há muito o que fazer, meu pai nos colocou nisso, agora tenho que tentar resolver a todo custo."

"Seu pai outra vez?"

"Estão dizendo que estamos envolvidos em sistemas corruptos."

Assim que ouço suas palavras, sinto o ar parar em minha garganta e me pergunto se ouvi direito.

"E essas coisas, elas-"

"Delilah, o que eu vou te contar não pode sair daqui. Tudo bem?"

"É claro."

"Há alguns meses, quando fomos até aquela viagem sozinhos, e ficamos no hotel, eu saí bem cedo no outro dia. Você ainda não tinha acordado e eu disse que tinha coisas a fazer. Negócios. E não precisava que fosse comigo."

"Sim..." Aceno para que prossiga, e Harry respira fundo antes de terminar.

"Acontece que eu recebi um aviso. Uma acusação anônima dizendo que sabia que meu pai escondia alguma coisa e por isso foi embora tão rápido. Disseram até que ele havia começado uma nova vida, com um novo nome. Vivendo uma vida dupla." Uma adrenalina corre em minhas veias e tenho medo do que vem em seguida. "Era verdade, e eu sabia. Em parte. Ele chegava com dinheiro a mais em casa. Eu era novo mas tinha controle das economias da casa, minha mãe sempre me ensinava a fazer dessa forma. Mas eu preferia acreditar que não era nada. Então quando essa notificação chegou e eu chequei os números e vi que tinha algo errado, eu entrei em choque não sabia o que fazer. Então organizei essa viagem de emergência. Peguei minhas malas, meu carro e algumas coisas a mais e te busquei, por que de todos era a que mais transmitia confiança na minha empresa. Tentei encobrir tudo de lá mas pelo que parece uma informação escapo. Alguém nos viu Delilah e nos seguiu até lá."

"E-e o que você fez? O que vai fazer?"

"Eu não sei. Tentei procurar a pessoa que nos descobriu mas não consegui achar." Automaticamente, uma grande desconfiança se acende em minha mente e uma pergunta sai de meus lábios como num súbito.

"Pediu perdão ao Zayn?" Harry suspira.

"Não." Harry liga os pontos e bate na mesa em frustração. "Droga. Eu deveria ter desconfiado. Mas agora é tarde demais. É inútil e os boatos só aumentaram. Sobre a amante do meu pai, os problemas com minha mãe e um meio irmão. Essa é a que mais me intriga. Mas sinceramente não acredito. O que eu sei é que meu pai não me procurou à toa."

"E certamente você também. Não à mim." Um suspiro escapa de seus lábios e vejo seus olhos verdes a espreitarem pela mesa de jantar. "Como eu disse antes.... Sei que não foram saudades."

"Eu preciso de sua ajuda Delilah. Ele te viu. Você também está envolvida nisso. Precisa me ajudar... Por favor."

...

Deixe-a Ir || H.S. (LIVRO EM PRÉ-VENDA) Vejam o último anúncioOnde histórias criam vida. Descubra agora