Extra: emoções

321 24 11
                                    

Peguei os dois que estavam na recepção com meus pais, eu estava em um estado que não sei como descrever, feliz? Não eu estava feliz, aliviado? Talvez essa seja a palavra, alívio que finalmente ela conseguiu nem que seja por um breve momento. Peguei meus pequenos, eles sentiam tanta falta dela quanto eu ou até mais.
Entramos no quarto e quando Maria a reconheceu começou a pular do meu colo na ânsia de chegar mais perto.
-Calma mocinha, a mamãe ainda não pode te pegar, mas vai poder logo logo viu?
Em dias foi a primeira vez que vi minha filha sorrir e eu estava contente por isso.
Gustavo que estava empoleirado em meu colo logo levantou a cabeça para ver o que atraia tanto a atenção da irmã e quando a viu, começou a chorar como se exigisse ficar mais perto e ter sua atenção só para ele.
-Shh, não chora filho.Agora ela está aqui perto de nós, vamos cuidar dela igual ela cuidou da gente e logo logo ela vai estar fazendo cosquinhas em você.
Eu dizia isso em voz alta, para Talita ouvir, para acalma-los, para me acalmar. Dizer em voz alta me trazia uma esperança que eu não perderia por nada neste mundo nada mesmo.
Me aproximei com as duas crianças agitadas em meu colo, e as coloquei próximas a mãe. Maria passava suas mãozinhas pela face de Talita fazendo carinho, Gus chorava querendo uma atenção que ela não poderia dá-lo naquele momento. Até que vi algo brilhante em seu rosto, uma lágrima. Ela estava nos ouvindo, finalmente estava reagindo e acredito que muito se devia a presença de nossos bebês ali.

Mudaram as estações, nada mudou.Onde histórias criam vida. Descubra agora