3. O Sequestro da Sheikha

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"Vossa Majestade!" Abla ouvi uma suave voz chamar, insistentemente. "Vossa Majestade!"

Abla abre os seus olhos, deixando a luz invadir as suas pupilas violentamente; na sua frente uma mulher carregando dois grandes e cinzentos berlindes na sua cara que sobressaíra devido ao kadjal escuro a volta dos mesmos, dando-lhe de certa forma um olhar misterioso.

Ela estava, provavelmente, nos seus meados de quarenta ou mais jovem, muito bonita com o turbante enrolado na sua cabeça de uma forma bem estilosa e moderna. Vestia também uma combinação de calças e túnica.

Abla amarra rugas na sua testa ao olhar para ela. Olhando a volta, ela vê-se perto da entrada e recorda-se que dormira com a Cabeça encostada no muro daquela linda fonte repleta de pétalas de rosa. "A Vossa Majestade Sheik Haroub Bin Azziz Al Said enviou-me para encontra-la e ajuda-la em qualquer coisa que a Vossa Majestade Sheika Abla-" Mal consegue a senhora terminar de falar, e é imediatamente interrompida.

"-Parou, parou." Abla diz pondo uma mão em frente da cara da senhora. A mulher dá um passo atrás intimidada. "Se for para me controlar, estás a perder o seu tempo."

"Eu não venho a monitora-la, estou apenas para acompanhar e ajudar em quaisquer coisa que a Vossa Majestade precisar." Ela insiste.

"Qual é o seu nome?" Abla pergunta num sorriso forçado.

"Halima." A mulher responde.

"Faça-me um favor, Halima. Multiplique-se por zero." Abla diz com os olhos repreensivos na mulher. Halima fica parada sem ação e tentando dessa forma decifrar o código. "Sai daqui, Halima. Desaparece." Abla ilustra com o movimento das suas mãos. Halima vira-se logo e desaparece, como foi ordenada, Abla levanta-se logo de seguida e tenta encontrar o caminho para o seu quarto.

Deitando-se na cama com os joelhos dobrados para o seu peito, ela desejava apenas hibernar e fugir desse pesadelo que esta apenas só começando. Rios faziam-se no seu rosto, com os olhos como uma nascente que não seca.

Abla passa a mão nos lençóis finos e sedosos, e a macies dos mesmos fez ela recordar o vestido que vestira no dia do seu casamento. Se alguma vez ela cometeu um grande erro, foi comprometer-se naquele casamento.

Alguns meses atrás, Abla encontrava-se sentada entre os seus colegas na graduação da sua turma na LIS em Dar-es-Salam. Depois de ter sido transferida do LIS Zanzibar, para completar o seu ensino secundário em Dar-es-Salam.

Ela desejava ficar em Dar por mais alguns dias, pelo menos até o seu aniversário de 18 anos. Ela queria tanto ficar e participar da festa de graduação; ela queria divertir-se até não mais, ao de menos uma vez na vida. E as suas amigas a prometeram uma fara que seria legendária.

Mas a sua Tia disse 'Não'. Eles tinham de voltar para zanzibar naquele mesmo dia. A vida de Zanzibar nunca foi para ela, ela passava a maior parte dos seus dias em casa. Ou ajudava a sua Tia na joalharia, mas não era algo que satisfaria uma Wild-Child como ela.

Mas o pior ainda estava por vir; o seu Tio diz que ela já esta preparada para ser esposada por alguém, precisamente, a esposa do Príncipe da coroa Omanense.

Abla fica ali naquele quarto escuro, olhos bem abertos olhando para o espaço entre as cortinas que deixa a luz cheia iluminar o quarto. Ficou assim a noite inteira, pensado na sua vida e como as coisas a levaram até ali.

Halima bate na porta antes de se fazer no quarto com uma bandeja recheada. Abla ainda vestida na mesma roupa que ela tinha no dia anterior. "Assalam Alleikum." (Que a Paz de Deus esteja contigo.) Halima cumprimenta pousando a bandeja numa mesa. Assim, dirigindo-se para as janelas, abrindo as cortinas. "Se você abrir essa cortina, eu juro que ti mato." Abla murmura, alto o suficiente para ela ouvir.

MIL E UMA NOITES no deserto (inter-racial)Onde histórias criam vida. Descubra agora