10. Um peixe fora d'agua

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Abla descansava a sua cabeça na janela olhando aos marcos na estrada enquanto o carro se movimentava rápido. A sua mente sombria com o pensamento de que não é uma boa ideia ela conhecer a familia dele, pior se eles sabem da verdade e não estão sem conhecimento dos factos como o resto do mundo.
Do outro lado encontravasse Haroub, também perdido no seu próprio mundo, o silêncio entre os dois era permanente, mas ele fazia algumas chamandas a cada escasso minuto.

"Pareces muito cansada." Ele quebra o silêncio com o timbre da sua voz grave.

"Não." Abla responde sarcástica. "Não podia me sentir melhor. "

"Porquê é que estas chateada agora?" Ele pergunta curioso arrastando a sua mão no material de cabedal até a mão de Abla. Abla contrai a sua mão logo que sente o toque dele, apoiando a mesma na janela onde a sua cabeça descansara. Não virou-se nem por um segundo para ele, não vira o coração que deixara em mil pedaços nas mãos de haroub.

"Pela primeira vez eu quero voltar para aquele maldito lugar no deserto." Abla murmurra.

"Eu pensei que fosses a mulher mais brava na face da terra. Porque está se acovardando agora?" Ele diz com os olhos esguios em cima dela, Abla olha para ele antes de voltar a face a estrada.

"Tu adoras me atormentar." Abla abana a cabeça. "Me perdoa, ok. E sinto imenso, sinto imensamente perder os episódios da vida de todo mundo. Eu sei que sou culpada por metade das catástrofes humana, mas me perdoa pelo amor de Deus." Ela diz já com lágrimas nos olhos, não podia deixar de se sentir culpada pelo que passara com a sua tia. Ela se ausentou no momento mais crucial; sentia-se como se tudo começará a dar errado quando ela pisou para fora das vidas deles.

Haroub a observa por um momento antes de repisar no assunto. "Você não parece que se preocupa com qualquer coisa que não seja as tuas próprias vontades."

A respiração de Abla cresce ofegante a cada minuto enquanto ela tentava fazer o oxigénio chegar ao seus pulmões. Uma lágrima finalmente livra-se dos seus olhos, rolando no seu rosto antes da sua mente fechar por completo. Numa fracção de segundos ela disfaz-se do cinto de segurança e abre a porta. Ela sente o vento forte bater contra o seu rosto, considerando que o carro ia a 80 por hora. Logo de seguida ela sente uma mão puxar-la para dentro do carro; tudo foi muito rápido mas mais ainda terrível , o motorista parou logo o carro.
Haroub olhava para Abla e não conseguia proferir uma sequer palavra, enquanto o olhar de Abla era desafiante nele.

"Podes parar de se por em perigo?" Ele diz exaltado.

"Podes parar de me atormentar?" Ela exaltasse de volta.

"Eu não sei no que estava a pensar quando te aceitei de volta." Ele diz abrindo a porta do carro, saindo logo de seguida. Agressão eram contra os seus ideais ou da sua religião, muitas vezes ele leu os hadices(ensinamentos do profeta SAW) que demandava que os seus seguidores fossem serenos e pacientes. Pois Allah estão com os pacientes.

Por isso ele saiu e deixou ela sozinha para evitar uma bulha maior. Ele gostaria de ainda ter os seu sorriso no rosto ao chegar a casa.

O olhar de Abla estava fixo em cada passo de Haroub até que ele faz-se no outro carro que os escoltava. O carro começa a mover-se e ela cruza os braços numa tentativa frustrada de não chorar.

"Eu ti odeio. E nunca ti pedi para me aceitar de volta." Ela murmura para si mesma, tentando se consolar mas mesmo assim mais lágrimas fazem-se ao seu rosto. Com um desajeitado movimento da mão no seu rosto, ela limpa as lágrimas que caiam como cachoeiras, nunca tinha ela se sentido tão mal sobre uma situação antes, nem mesmo quando os pais morreram naquele trágico naufrágio.
Desta vez o céu parecia cair sobre a sua cabeça.

Depois de algum tempo eles finalmente chegam a grande residência Al Said. Ela que pensava que o seu palácio era exageradamente exuberante e grande estava completamente errada. Ali pareciam viver umas cinquenta familias.
Pensava também que só aquele monstro no deserto parecia uma fortaleza, pois por detrás daqueles muros altos qualquer um pensaria que tinha um reino não uma residência.

Os portões abriram-se e as luses iluminavam a passagem entre o enorme jardim; as árvores apartavam-se para dar a vista a um enorme edifício. O design era ridiculamente lindo, Mashallah (Deus permitiu); Abla limpa os seus olhos ainda cheios de lágrimas, para contemplar a beleza daquele lugar sem precisar de ver tudo nublado.

O carro pára e logo a porta é aberta para ela. Ela olha para o homem que abrira a porta para ela e fica desapontada ao ver que não era Haroub. Ela queria se desculpar, mas o seu egoismo era maior do que qualquer coisa naquele momento. E haroub prometeu não mais se humilhar, estava cansado de ajoelhar para que ela se comporta-se como a esposa de um sheik, como uma muslimah que ela era.

Mesmo assim ela queria se livrar dele, assim qualquer motivo para lhe irritar era bem vindo. Ela sai do carro e observa a beleza do palácio. Ela respira fundo olhando para porta que já se abrira. "Entrei na água tenho de molhar."

Haroub anda e pára na porta a espera dela. Ele entra na casa e ela vai logo de seguida, evitando o seu olhar até que eles chegam a sala de estar.
"Assalam alleikum." Haroub diz alto. Era tudo cumprimentos e abraços, ela nem sabia como reagir.
Uma mulher já entre os quarenta e cinquenta se aproxima de deles, linda na sua abaya bordada e os cabelos em caracois até os seus ombros. "Assalam Alleikum, mãe." Ele diz segurando nas mãos da mãe e as beijando pondo-se de joelhos como respeito pela mulher que o trouxe ao mundo, cujos segundo Alcorão o paraíso estava debaixo dos seus pés. A mulher, cujo o profeta disse que tem o direito de ser respeitada três vezes depois de Deus e o seu profeta, e so depois o pai.

"Walleikum salam, meu filho. Levante, allehumdullilah já chegaram." A senhora diz num sorriso enorme que desaparece uma vez que ela olha para Abla.
Abla tenta não se mostrar amedrontada coma situação; aquela mulher em frente dela não parecia nada satisfeita. "Esta é que a nossa noiva fugitiva!" A Mulher exclama sem rodeios. "Quero dizer, esposa."

Abla não esperava ser recebida com muito afecto, mas também não esperava tanta indiscrição. Ela volta-se para Haroub mas a expressão dele era fria e distante, foi uma péssima ideia brigar com ele a caminho dali. Ela se sentia como um peixe fora da água, queria fugir para longe e nunca mais voltar, assim pouparia não so a eles mas também a sim mesma.

"Assalam Alleikum." Abla diz.

Curto, pois este capítulo foi curto na outra versão. Mas o resto dos capítulos voltaram a aquela base de mais de 2k palavras.

MIL E UMA NOITES no deserto (inter-racial)Onde histórias criam vida. Descubra agora