MIL E UMA NOITES no deserto (inter-racial)

7. A Tempestade

Trrrim Trrrim... Halima posa a bandeja ao ouvir o telefone tocar, reconhecendo a voz do outro lado da Linha, quase que automaticamente a firmeza toma as suas cordas vocais. "Vossa Majestade!" Ela exclama. "Vossa Majestade Sheika Abla se encontra em seu compartimento, eu ia levar para ela o seu pequeno-almoço. Ela me proibiu de levá-la qualquer coisa ao seu quarto, mas eu sei que ela não iria descer até a cozinha." Halima responde ao ser perguntada sobre Abla.

"Claro, Halima. Fazes muito bem, mas eu gostaria de falar com ela, passa-lhe a ligação por favor." Haroub ordena.

"Sim, claro. Vossa Majestade." Ela diz e corre para o quarto de Abla. "Abla." Ela chama depois de bater na porta insistentimente sem resposta. Ela procura na casa de banho e no closet, mas ela não se encontrava em lugar algum.
O coração de Halima aperta-se em cada passo que ela dá, não tinha coragem alguma para voltar ao telefone e dizer que Abla não se encontrava. "Abla, por favor. Não faça isso comigo." Halima diz mordendo a ponta dos dedos de medo.

Hesitante ela aproxima-se do telefone, e põem sobre o seu ouvido. "Vossa Majestade, a sua esposa não se encontra no seu compartimento. De certeza que ela esta em algum outro lugar." Halima diz tentando assim conter o tremer na sua voz.

"Eu posso esperar." Ele diz num tom subtil. "Apenas reze para que ela esteja aí." Ela pode logo entender que era um aviso, as consequências não seriam agradáveis.
Halima movimenta todos os serventes e guardas para que procurem por Abla, e algo lhe dizia que ela já não estava dentro dos limites do palácio.
Meia hora depois, quando já não tinham mas onde procura, ela finalmente se toca e tenta cair na real. Parada na cozinha, Halima tem o olhar fixo no telefone, tentando ganhar coragem para ligar para Haroub. Mas ela dividia a preocupação com todos os os outros serventes, pois também foram avisados para tomar conta de Abla.

"Estamos todos despedidos." Uma das serventes diz antes de ser cotovelada por uma outra. Halima olha da porta para o telefone rezando para que Abla entre por aquela porta e diga algo sarcástico e louco. Halima assusta-se e retrai-se quando o telefone começa a tocar.

"Ya Rabbi (Oh, senhor), por favor não permita que uma tragédia aconteça, por favor segure o tecto desta casa. La ilaha'ila illah (Não há outro Deus, divinidade senão o Deus)." Halima reza para si mesma, Ela segura o telefone na mão e respira fundo antes de atender. "Assalam Alleikum (Que a paz de Deus esteja contigo)." Ela comprimenta com a boca seca.

"Walleikum Salam (Que a paz de Deus esteja contigo também ). Onde está Abla?" Haroub pergunta sem mais rodeios.

"Não se encontra em nenhum lugar. Já revistamos todos os quartos e compartimentos, no jardim e garagem, mas ela não se encontra em lugar algum."

"Tariq, eu tenho de voltar. Abla desapareceu." Halima ouvi Haroub dizer do outro lado da linha antes da ligação se desligar.

"Ya Allah (Oh Deus), isto é tudo culpa minha." Halima murmura desesperada.

Em menos de uma hora o Helicoptero aterrava no aeródromo do palácio. Halima já a espera de ser despedida juntamente com a sua equipa inteira. "Se você sabe onde a Abla está, tens a chance única de me dizer, agora." Haroub comanda com os olhos escuros de raiva, deixando a mulher gaga.

"Wallahi Billahi (Por Deus), eu não sei. Imanti qur'an sharif (juro pelo nobre Alcorão)." Halima diz com as suas pernas trémulas.

"Então, onde pode ter ela ido." Haroub pergunta furioso.

"Eu não sei, eu não a vi desde ontem a noite."

"Alguém a viu!" Ele pergunta olhando entre os criados sem resposta.
"Nós temos que começar a procurar agora, ela vai morrer sozinha no deserto." Haroub diz andando as voltas com as suas mãos na cintura.