4. Um presente de Casamento Especial

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Mesmo com medo que o meu irmão pudesse me reconhecer, eu olhei para o céu, procurei coragem e forças nas estrelas e os tambores começam a chamar-me para o centro do palco.
Eu entro na ponta dos pés para o palco ao ritmo dos tambores.
O público começa a aplaudir e o meu coração dispara, um milhão de pensamentos cruzaram a minha mente, mas eu me concentrei apenas na musica, viver a música. Afinal eu fazia o que eu mais amava pela última vez.
Eu senti o meu corpo deixar-se levar pela música enquanto o público ficava maravilhado com os movimentos hipnóticos.
Mas de repente fico em pânico com tão amorosa recepção que esqueço do próximo passo; sabendo que já estragara a coreografia, eu improviso algo no mesmo momento.

Tentando me recordar da música ao em vez da coreografia eu me sentia como se fosse o maestro e a música tocava consoante o swing do meu corpo. O público aplaude no ritmo da música, a flauta vem na frente e simulando num luzir suave do quadril, os tambores tomam a dianteira mais uma vez, uma ultima vez, e a pose. O público levanta-se aplaudindo, atrapalhada com a reação eu sorri abertamente por detrás do niqab e curvo-me para o público.

Chantal chama-me do backstage e logo recordo-me que talvez o meu irmão estivesse a minha procura. Eu curvo-me uma última vez e corro para fora do palco. "Meu deus, Chantal, eu quero fazer isto para sempre." Eu digo sonhando acordada e abraço a ela, agradecida pela chance que ela me deu.

"Por mim você faria isto para sempre, mas o teu irmão já deve estar a sua procura. Depressa, troque-se."

"Esta bem, está bem." Eu digo recolhendo o que é meu e correndo para me trocar, e tirar o niqab. Eu vou correndo para o meu irmão que faz-me o favor de estragar a minha noite.

"Temos de ir." Ele me avisa.

"Mas, já? O show mal começou." Eu reclamo.

"Esta quase meia noite. Temos de ir." Cinderella tem de voltar para casa antes da meia noite. Odeio contos de fada.

"Ok, deixa-me ao de menos despedir a Chantal." Eu digo rolando os olhos e indo-me para o backstage.

"Tá bom, não demora." Ele avisa retornando para o seu lugar. Eu espero até que a Chantal termine a sua performance e dirige-se ao backstage.

"Dançaste muito bem." Eu digo a chantal.

"Não melhor do que tu, querida."

"Eu esqueci a coreografia. Eu até acho que a tua mãe me mata se me encontrar."

"Ela ficou maravilhada. Eu queria tanto que viesses connosco." Chantal diz mostrando-se triste. Ela olha nos meus olhos com uma poça nos mesmos.

"Eu também, mas eu tenho de ir." Eu digo dividindo da sua tristeza.

"Abla, e notável que você não está feliz com este casamento."

"Por favor, Chantal, Não me faça pensar muito. A minha cabeça já dói o suficiente."

"Eu nunca havia te visto tão triste e pensativa. por isso esqueceste a coreografia." Chantal diz segurando-me num abraço.

"Duma forma ou d'outra, eu sempre soube que esta história de dança não passaria de uma aventura da adolescência." Eu digo tentando mostrar-me optimista com um sorriso.

"Nós somos uma equipa. Eu apliquei nós as duas para um colégio na inglaterra. Esta viagem seria uma optima parte para o nosso CV. Se você pensar melhor terá sempre um lugar para te até o ultimo segundo." Chantal diz quebrando o abraço.

"Obrigada, Amiga. Mas não seja tão optimista." Eu digo sorrindo. "Adeus Palcos, Adeus amiga."

"Adeus."

MIL E UMA NOITES no deserto (inter-racial)Onde histórias criam vida. Descubra agora