9. O Reencontro

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Dedicado a LareisObrigada pelos votos e comentários.

Haroub fecha a porta e Abla vira-se olhando para ele; não queria acreditar nos seus olhos. Cada pedacinho do seu coração agora quebrado espelhavam-se nos seus olhos, Haroub na espera que fosse se mostrar tão emocionada. Ela aproxima a cama de hospital dolorida emocionalmente, uma lágrima escapa os seus olhos, ao ver aqueles olhos que morriam. "Assalam Alleikum (Que a Paz de Deus esteja contigo)." Ela cumprimentá.

Todos os olhos em cima dela, ela tremia nos seu acento, não so pela repreensão que ela recebera de sua consciência mas também porque ela não estava preparada para aquela situação.
A culpa se fazia pelos poros por todo o seu corpo, tomando conta dela, um milhão de pensamentos cruzaram a sua cabeça naquele mero segundo e ela perguntava-se se era sua culpa.

Ela sempre fazia piada, dizendo que o seu Tio teria um ataque de coração se ela fugi-se ou se ele descobri-se que enquanto em dar es salaam ela era uma dançarina, de uma dança tão sensual. No momento que ela toma coragem para olhar nos olhos do seu Tio, ele levanta-se e abandona o quarto. Ela já prévia que algo parecido aconteceria se eles se encontrassem, mas nunca pensou que fosse se sentir tão mal assim.
Ela abriu a boca para dizer algo, mas as palavras a falharam. A sua tia leva a mão de Abla na sua tentando sorrir. "Walleikum Salaam (Que a Paz de Deus esteja contigo tambem)". A sua voz era roca e quase inaudível. Haroub sai do quarto sem ser notado depois do Tio Hassan. Ele põem a mão no ombro de Hassan, como forma de o acalmar, o homem volta-se para ele com olhos vermelhos de raiva.

"Porque você a trouxe." Hassan pergunta a Haroub. "Ela escolheu o seu caminho, no momento em que ela saiu da minha casa daquela forma, deixou de ser minha sobrinha."

"Isso não é verdade, Abla esta a passar por uma fase que sinceramente acredito que irá se arrepender algum dia." Haroub tenta. Nunca foi a sua intenção deixar um ambiente tão hostil perante aquela situação.

"Ela passou dos limites, e eu não a quero perto de nós de qualquer forma." O homem diz exaltando-se.

"A Tia sadiya pediu para que eu a trouxesse, ela queria a ver." Haroub explica.

"Você deveria ter me dito primeiro. Eu decido quem deve e quem não deve ver a minha esposa."

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Abla olha para Sadiya e tenta sorrir, assim fazendo um esforço para conter as suas lágrimas. "Como tens estado, filha?" Sadiya diz acareciando a mão da sobrinha. A sua pele sentia-se seca e a vista sem cor, sem vida.

"Fora a minha perna, tudo esta muito bem." Abla tenta soar optimista; pois nada se encontrava bem, ela estava num lugar que não queria estar com alguém que insistentemente não queria, se sentindo uma prisioneira.

"Mas você parece estar muito magra, não tem se alimentando direito." Sadiya diz estendendo a sua mão para cara da Abla, para a facilitar Abla inclina na sua direcção.

"Eu estou de dieta." Ela mente. "tentando perder alguns quilinhos." Ela olha para cima numa tentativa frustrada de fazer voltar as lágrimas que ameaçavam cair.

"Tens de repensar essa dieta, estas muito pálida e por favor não pare de comer." Sadiya avisa, sempre foi uma mulher que se preocupara coma sua figura e instigou o mesmo nos seus filhos. Mas para ela tinha de ser tudo balançado, ela sabia que o seu Deus não gostara de excessos. O profeta bem ensinou que um terço do estômago fora para comida, um terço para água e o último terço para o ar. São muitos os hadices (ensinamentos, fora o livro sagrado) que proibem os excessos quando se tratara de se alimentar balanceadamente, explicando os porquês. E ela não ignorara um sequer aspecto, sem ter que se transformar numa fanática.

MIL E UMA NOITES no deserto (inter-racial)Onde histórias criam vida. Descubra agora