2. O Desejo dela é uma ordem

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"Olha, a noite foi excepcional, mas eu preciso de ir para casa." Abla explica fazendo um gesto dramático. "Você me intende? Ir embora." fazendo gestos, tenta assim ilustrar o que ela queria. "Eu não sei onde estamos, por isso tens de me dizer." mais uma vez, ele da um passo para frente com os olhos fixados nela, e um sorriso no canto dos lábios. Ele faz um sinal dizendo para ela se acalmar. E ela tenta não dar nenhum passo infalso, mas não queria que le puse-se as mãos nela mais uma vez, e fizera com que ela caía nas suas mãos de novo, ela não ia resistir. Ele era evidente perigo, e ele sabia; tanto que olhar directo nos olhos dele parecia uma tarefa difícil. Desta vez ela não ia deixar-se levar por levianos sentimentos. Já fez isso uma vez, e não ia arriscar de novo.

Removendo o lenço que ele tinha enrolado na cabeca, ele põem o tecido sobre os caracois dela, sempre olhando naqueles olhos que não o queriam ver. Nem por um mísero segundo ela se mostrou satisfeita com o gesto dele; ninguém ia força-la a vestir o hijab.

"Estas em casa." ele finalmente diz algo, num sorriso esguio. Não era bem o que ela queria ouvir, mas já é um progresso. "Esta é a tua casa, de hoje em diante."

As palavras fizeram não mais que a deixar de queixo caído. "Estás a ficar louco?" Ela pergunta indignada. Haroub apenas mostra um sorriso mais aberto e aproxima-se mais dela para lhe observar de perto. "Quero dizer, ficas-te mal do juízo? O facto de teres dormido comigo uma noite, não faz de mim sua propriedade, Sawa (Swahili: Ok/Intendido)!"

"Alimentaste-te hoje?" Ele pergunta, desviando completamente do tópico. Abla dança inquieta no seu pé, irritada com a sua frieza para com as suas vontades; como uma bomba a relógio, somente contando o tempo para explodir.

Tirando o lenço da sua cabeça, ela lança para o peito dele, mostrando a sua rebeldia e insubordinação. Queria pôr a mão cheia na sua cara com toda a raiva que ela sentia, mas ao mesmo tempo não queria nenhum contacto físico com ele.

"És burro, ou finges ser burro?" Abla pergunta indignada.

"Perguntei pois, no caso contrário convido-a tomar uma café comigo." Ele diz naquele sorriso tão fofo, mas já estava a tornar-se frustrante para ela.

"¿O que?" Ela pergunta não podendo acreditar no que ouvia.

"Temos de falar." Ele explica da forma mais serena. "Tens perguntas, e mereces respostas."

"Então, diga-me." Ela comanda impaciente.

"Vamos entrar, por favor. Tomamos um café e um tâmaras ." Ele sugere, mostrando ela o caminho.

"Nem louca eu volto a entrar nesse labirinto." abanando a cabeca, abla recusa-se.

"Não me faça obriga-la." Ele diz ja num tom frio como gelo, que parou o coração de Abla por um mero segundo.

"Eu só quero sair deste lugar, eu tenho a tournée para dar continuidade." Ela protesta, num tom suave para tentar fazer-lhe intender. Mas o que quer que seja que aquele homem tinha no peito, era qualquer coisa mais não um coração. Ele não se mostrou nem um pouco comovido com o argumento dela, apenas faz um gesto para ela seguir andando.

Entrando novamente no palácio, ela nota um movimento de pessoas, que parecia inexistente quando ela lá estava. Todos parados do lado esquerdo, com as suas cabeças baixas murmuravam para o herdeiro da coroa "Assalam Alleikum."

"Walleikum salam." Haroub comprimentar-los passando só por eles até um porta bordada em ouro. Ele pressiona um botão chamando o elevador. Abla estava tão agitada que nem notou que existia um. As portas abrem no último piso para uma sala decorada com tapetes persa e almofadas, candeeiros e vasos tradicionais, assim como alguém podia imaginar um sala dos contos de fadas árabes. O enorme ilustre sentila luz no compartimento.

MIL E UMA NOITES no deserto (inter-racial)Onde histórias criam vida. Descubra agora