- Ah cara, você sabe que ela tem namorado. Tem certeza que quer mesmo ficar ai olhando a gasparzinho passeando pela faculdade? - vi meu amigo, Yago, revirar os olhos. Eram quase 8:30 da manhã, Áustria em breve iria chegar com o cilindro, a cânula e aquela bolsa de jacaré que todos tinham inveja.- Yago, dá um tempo cara. Você não é obrigado a ficar aqui. E eu não estou esperando ela, tô aqui afim de ler a Era Vargas, tenho um seminário importante daqui há dois dias. - menti.
Yago apenas balançou a cabeça e colocou a mão no meu ombro, e apertou de forma amigável.
- Mano, espero que perceba uma coisa. - disse, rindo. - Ela nunca vai te dar uma chance.
Ele era assim, brincalhão. Mas no fundo tinha razão. Eu não era tão atraente quanto a maioria dos caras da faculdade, usava óculos, estatura mediana, músculos em mim não era tão favoráveis. Sabia que no fundo, não tinha chance com nenhuma garota, mas gostava daquele amor platônico que sentia pela Áustria, era bom vê-la chegando, sorrindo de canto aos poucos "colegas" que falava com ela e em seguida, rumava para o campus de saúde, enquanto eu, rumava pro outro lado do campus, afim de me tornar um professor.
Não demorou muito para ela chegar, meu coração palpitou e fingi ler meu livro. Em 3 minutos, iria passar na minha frente e eu escutaria aquele barulho de botas e a roda do cilindro, também. Faltavam agora 1 minuto, e passou, e minha cabeça baixa, apenas escutei aquele dois barulhos já conhecidos por mim. De repente, escuto um terceiro barulho, ela já tinha se afastado o suficiente. Arqueio minha sobrancelha esquerda ao me deparar com um cordão das Relíquias da Morte, do bestseller Harry Potter, J.K Rowling.
- Ei, espera!. - não sei o que me deu, apenas peguei o cordão e corri até ela. - Ei, espera ai! Seu cordão. - gritei, enquanto corria.
Ela parou e virou para trás, me olhando com um olhar intrigado e curioso. Cheguei até ela e mostrei o cordão.
- Você perdeu as Relíquias, não pode estudar sem a sua invisibilidade, sem o poder e muito menos, sem a ressurreição das idéias. - Não sei o que comi no café, realmente não estou no meu melhor dia, quem iria rir de uma piada assim?Ela riu. Sim, soltou uma gargalhada tão diferente que me assustei e recusei alguns centímetros.
- Obrigada! Não sabia que existia mais fãs do bestseller. Não ia conseguir dormir, viver, estudar sem o meu cordão predileto.
- Ah, eu entendo como é. Não tenho um cordão, mas possuo ele tatuado em mim. - Mostrei meu pulso esquerdo, nele tinha a tatuagem da Relíquia.
- Que divertido. Meu nome é Áustria, e o seu? - é claro que eu sabia o nome dela.
- Me chamo Renato. Prazer. - apertei sua mão. O toque das mãos dela era áspero, não tao delicado quanto parecia ser.
- Ah Renato, então, vou indo nessa. Nos vemos por ai. Saudações da Corvinal. - O riso era de canto, nada muito chamativo.
- Saudações da Sonserina! - falei sussurrando, mas creio que não me escutou, pois não virou para mim.Ela se foi. E eu ali, parado vendo aquela cabeleira negra e aquele barulho das botas batendo contra o chão. Não acreditava no que tinha acontecido, ainda tava em êxtase quando olhei o relógio e descobri que tava atrasado 20 minutos pra aula. Corri, mas o sorriso em meu rosto não cedeu fácil.
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Quem é você, Áustria?
RomanceRenato sempre a olhou pelos corredores da escola, todos sabiam o quanto Áustria era uma menina diferente a começar pelo seu cilindro e cânula que usava consigo. A maioria gostava de ignora-la, pois sabiam o quanto ela grossa e de gênio forte. Sem l...