Capítulo 15

112 15 0
                                    

Um mês se passou desde a minha visita a ela no hospital, a recuperação estava se saindo bem sucedida, usava uma cadeira de rodas para se locomover de um lugar a outro dentro da casa. E claro, minha presença a animava e as vezes a aborrecia. Isso porquê eu adorava dizer que ela estava parecida com o Professor Xavier dos X-man, e que a qualquer momento eu iria ser induzido a suicídio pelo olhar feroz que ela me lançava.

Por sorte a recuperação dela terminou bem antes do show do Roberto Carlos, e assim eu poderia levá-la sem maiores preocupação. Áustria já estava ciente do show, não parava de falar disso, chegava a ser irritante.

- Será que vou ver a perna mecânica dele? - ela dizia, bem entusiasmada.

- Não sei, Áustria. Mas nunca vi o Roberto levantar a calça dele para que os outros contemplem sua perna mecânica. - minha voz saiu irônica, afinal, era necessário.

Estávamos agora no dia em questão, a cidade toda estava eufórica, parecia que não era só a Áustria e eu a gostarmos do Rei. Nunca vi um lugar tão limpo e arrumado para a festa de aniversário, mesmo quem não curtia, era visível a alegria de todos naquele lugar. A festa seria em torno das 22 horas, no Hangar - Centro de Convenções. Era um lugar bem amplo e todos os shows importantes eram feitos ali. Devo admitir que não foi barato o ingresso, por sorte eu tinha um dinheiro guardado, fruto de alguns serviços com meu pai. E não deixei Áustria saber quanto era o valor dos ingressos, eu a convidei, então, eu pagaria.

- Áustria, o show vai começar as 22:00! Já são 21:00, vamos logo! - eu estava a apressando, não entendo porque mulher demora tanto assim pra passar maquiagem.

- Não me apressa! Você sabe que odeio maquiagens, mas hoje é preciso, a menos que você seja uma mulher e venha me ajudar, se não, fica calado, Renato! - ela vociferou cada palavra me olhando pelo reflexo no espelho.

Balancei a cabeça e baixei os ombros, voltei a me sentar no sofá da sala. Os pais delas já sabiam de mim, e minha família também. Foi tudo rápido demais, mas estávamos certo do que queríamos. Como os pais dela estavam por dentro da organização, passaram o dia fora.

A ideia de ficar a sós com Áustria me fez ter pensamentos bem obscenos, mas ela logo cortou, dizendo que não podíamos fazer nada, só depois do show, sinceramente, aquilo me animou muito.

Ainda não estávamos atrasados, mas não custou nada acelerar o carro para não ter nenhum imprevisto, Graças a Deus chegamos bem e a tempo de entrar no Hangar.

- Nervosa? - perguntei. Entrelacei meu dedo no dela assim que pisamos no tapete que tinham colocado.

- Muito! - ela sorriu, apertando minha mão na dela.

Nossos olhos se encontraram e sorriram um pro outro, assim como nossos lábios também.

Quem é você, Áustria?Onde histórias criam vida. Descubra agora